Responda com sinceridade: você acha que sabe dirigir bem?
Muita gente responde que sim quando, na verdade, comete uma série de erros toda a vez que sai com seu veículo.
Conduzir o veículo de forma correta envolve uma série de fatores.
A habilidade para operar os comandos da máquina é apenas um deles.
Na realidade, às vezes, até é um defeito, quando o motorista se vangloria de sua perícia ao volante e, para chamar a atenção, adota um comportamento perigoso no trânsito.
Dirigir bem ainda envolve conhecer as regras, ter bom senso, adotar a direção defensiva e respeitar os demais motoristas, pedestres e ciclistas.
E também atentar para detalhes antes mesmo de ligar o veículo: ele deve estar em condições adequadas para conduzir você e os passageiros com segurança.
Por fim, um bom motorista também sabe controlar o seu estado mental.
Se estiver demasiadamente estressado, por exemplo, a chance de cometer erros aumenta bastante.
A consequência pode ser uma briga, uma multa ou, pior do que tudo isso, um acidente.
Evitar que ele aconteça é o principal motivo para você procurar nossas dicas.
Se você acha que não tem mais nada a aprender quando o assunto é direção, leia este texto até o fim.
Depois, diga o que achou.
Provavelmente, você já cometeu ou ainda comete pelo menos um dos erros que listamos a seguir.
Para estar legalmente autorizado a dirigir um carro no Brasil, o cidadão precisa ter um documento de habilitação que esteja dentro do prazo de validade.
Esse documento é obtido após aprovação no processo de formação de habilitação.
Ele envolve uma série de exames e aulas teóricas e práticas.
Quanto às aulas práticas, são momentos em que o candidato assume o volante de um veículo da autoescola e, com um instrutor no banco do carona, pratica a direção nas vias públicas da cidade.
A Resolução Nº 168/2004 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) estabelece que um dos requisitos para receber a habilitação é cumprir 25 horas aula (com 50 minutos cada) dessa prática, sendo cinco no período noturno.
Nessas aulas, todo o conteúdo aprendido no curso teórico deve ser aplicado.
Elas servem para que o aluno aprenda – como o nome sugere – na prática o que é dirigir.
Depois, o candidato passa por um exame prático final, no qual faz um curto trajeto na companhia de avaliadores e, se não cometer muitos erros (ou um erro eliminatório), está apto a receber a habilitação.
Mas o que garante que, com a carteira de motorista provisória ou definitiva na mão, essa pessoa continuará dirigindo sem cometer erros graves?
Infelizmente, muitos motoristas brasileiros são irresponsáveis.
Tudo bem que a condição de boa parte das vias não ajuda, assim como a sinalização em mau estado.
Nada disso, no entanto, é desculpa para os erros que veremos a seguir.
Antes de entender quais são alguns dos erros mais cometidos por motoristas no Brasil, é preciso entender que, ao conduzir um veículo, você é parte de um sistema.
A pista não é sua, então evite atrapalhar o tráfego dos demais veículos ou achar que você tem mais direito que os outros motoristas.
Além disso, seja paciente.
Se a pista estiver congestionada, aceite esse fato, não há nada que você possa fazer.
Se um veículo lento estiver tornando o trânsito lento, aguarde a oportunidade para ultrapassá-lo.
A pressa é um dos principais fatores que levam um condutor a cometer infrações de trânsito.
Ela geralmente é o motivo do excesso de velocidade, que não aparece na lista porque é hors concours – quase todo mundo comete.
Dito isso, veja abaixo a lista com alguns dos principais erros dos motoristas no trânsito.
Nas aulas práticas da autoescola, o instrutor orienta o aluno a dar a luz indicadora de direção (a seta, também conhecida como pisca) em quaisquer circunstâncias em que haja mudança de direção ou troca de pista.
Mesmo que não haja outro veículo por perto.
Apesar disso, depois que tirar a sua primeira habilitação, muitos motoristas esquecem completamente essa regra.
Sinalizar a manobra (conversão, estacionamento, ultrapassagem, etc.) é muito importante para que os demais condutores se preparem.
Ao informar a intenção de se deslocar para outro espaço, poderá ser dada a você a preferência – ninguém mais ocupará aquele espaço.
A sinalização também é importante para os pedestres.
São comuns casos em que eles começam a atravessar uma pista sem saber que um veículo está prestes a converter e acessar havia – porque esse movimento não foi sinalizado.
Assim como uma mudança de direção não sinalizada com a seta pega os demais motoristas de surpresa, a freada brusca também.
O recomendado é que, quando for necessário parar o veículo ou reduzir sua velocidade, isso seja feito gradualmente.
O pedal de freio deve ser pisado de maneira suave e não agressiva.
Geralmente, a freada brusca acontece quando o condutor está trafegando em uma velocidade muito acima do limite, quando está distraído ou não mantém uma distância segura do veículo da frente (veja o tópico a seguir).
Além de perder o controle da direção, a consequência da freada brusca pode ser uma batida do carro de trás em sua traseira.
Uma dica importante é ter uma boa e abrangente visão do trânsito.
Procure ficar atento não apenas ao veículo que está logo na sua frente, mas do que está diante dele também.
Afinal, pode ser que quem acabe freando bruscamente seja ele, pois não está percebendo o trânsito parado, por exemplo.
Caso você note essa situação antes, já pode tomar a providência de reduzir a velocidade antecipadamente.
Como dito no tópico anterior, às vezes, a freada brusca acontece porque não foi mantida uma distância segura para o veículo da frente.
Há cálculos que podem ser feitos.
Em uma rodovia com velocidade de 100 km/h ou mais, espere o carro da frente passar por uma placa e conte quantos segundos demora para você passar pelo mesmo local.
Se a pista estiver seca, o recomendável é que essa distância seja de apenas três segundos.
Em pista molhada, o ideal é deixar cinco segundos de diferença.
Mesmo que a velocidade seja muito mais baixa, não deixe que essa distância seja menor que dois segundos.
O intervalo deve ser suficiente para parar completamente sem atingir o veículo da frente caso seja necessário.
É um dos erros mais cometidos nas cidades.
Se a travessia do semáforo foi feita quando ele ainda estava na cor amarela, não se trata de uma infração.
Mas estamos nos referindo não à conduta de atravessar com o sinal dessa cor, e sim à atitude de acelerar para passar a tempo antes do semáforo fechar.
Quando o que deveria ser feito é exatamente o contrário.
O sinal amarelo serve para chamar a atenção do motorista para o fato de que ele já vai ficar vermelho.
Só devem seguir os veículos que já estão muito próximos do semáforo – se eles fossem parar, teriam que frear bruscamente, o que você já explicamos que é um erro.
Quando o motorista nota a cor mudar do verde para o amarelo a uma distância grande, o mais seguro seria reduzir gradualmente a velocidade até parar no vermelho.
No entanto, muitos deles aceleram para não precisarem ficar parados, aguardando o sinal abrir.
Na prática, vários acabam passando depois de a luz ficar vermelha – aí sim se trata de uma infração.
O perigo é que, com esse comportamento, os condutores costumam andar, mesmo que temporariamente, a uma velocidade acima do razoável em via urbana.
Para piorar, isso acontece frequentemente justo em locais em que pedestres estão iniciando a travessia da pista.
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), parada é quando o veículo fica imobilizado apenas pelo tempo necessário para efetuar o embarque ou desembarque de passageiros.
Já estacionamento é a imobilização por um tempo superior ao necessário para embarque ou desembarque, independentemente de o veículo estar ou não ligado.
Muita gente pensa que não há nada de errado em parar – para receber ou deixar um passageiro – o veículo na calçada, que apenas estacionar é proibido.
O CTB determina, porém, que as calçadas só podem ser utilizadas para entrar ou sair de imóveis ou áreas especiais de estacionamento.
Parar e estacionar na calçada são infrações, portanto.
A prioridade do espaço deve ser sempre o fluxo de pedestres.
Agora, vamos falar de um erro que é mais comum nas rodovias.
Ou pelo menos mais perigoso, porque nessas vias as velocidades são maiores.
Quando você deseja ultrapassar um veículo que está na sua frente, é essencial para a sua segurança aguardar o momento certo.
Em pista simples, só inicie a manobra depois de se certificar que:
No seu lado, a linha que separa as pistas é tracejada, o que indica que a ultrapassagem é permitida;
Há distância suficiente para voltar à pista da direita em seguida;
É possível concluir a ultrapassagem antes de passar por outro veículo que vem na direção contrária.
Um erro comum é calcular a manobra sem uma margem de segurança.
O motorista vê que há um carro se aproximando na outra pista, mas é impaciente e faz a ultrapassagem mesmo assim.
O resultado é um risco enorme de acontecer uma colisão.
Não deve ser feita ultrapassagem antes ou no meio de curvas, em descidas e subidas.
Nesses locais, geralmente a pista é marcada com linha contínua.
Não havendo marcação alguma, evite a ultrapassagem da mesma maneira caso não seja possível ter uma visão do que vem da outra pista a uma grande distância.
É um erro muito cometido em rodovias sinuosas.
Em primeiro lugar, há motoristas que entram nas curvas com uma velocidade muito acima do recomendável.
Se você não conhece bem a via em que está trafegando, reduza bem a velocidade antes de chegar à curva.
Quando ela é fechada demais, o normal é haver placas de sinalização recomendado cuidado.
Mesmo que não enxergue nenhuma, previna-se e vá devagar.
Afinal, outro costume de muita gente é frear durante a curva.
Especialmente em veículos sem freio ABS, esse é um grande erro, pois pode resultar na perda do controle do carro.
Freie antes de chegar à curva.
Reduza bastante e, ao começar o seu traçado, acelere com moderação, pois a tração dará mais estabilidade ao veículo.
Essa conduta não poderia faltar na nossa lista, porque é difícil encontrar uma pessoa que nunca manuseou ou falou ao celular enquanto estava no volante.
Segurar o aparelho junto ao ouvido em uma ligação ao dirigir já é, por si só, perigoso.
Por conta da distração e porque isso significa que apenas uma das mãos está no volante.
O problema é que hoje cada vez mais as ligações estão sendo substituídas por mensagens de texto no Whatsapp e outros aplicativos.
Acontece que ler ou digitar uma mensagem é várias vezes mais perigoso que apenas falar ao celular.
Por um motivo muito simples: é necessário deslocar a visão da pista para o aparelho.
Uma consulta de apenas um segundo à tela do smartphone é mais que o suficiente para resultar em um acidente.
Você já está cansado de saber que ingerir bebidas alcoólicas causa prejuízos na coordenação motora e outros efeitos que atrapalham a capacidade de conduzir um veículo.
Mas além da embriaguez há outras situações em que o motorista não está nas melhores condições para dirigir.
E não estamos falando apenas de drogas – sejam elas lícitas, como os medicamentos, ou ilícitas –, mas também de emoções e estados mentais.
Ao dirigir depois de uma briga, por exemplo, o nervosismo, irritação ou choro podem ser distrações muito perigosas.
O estresse também pode atrapalhar, como já mencionamos no início do texto.
Há ainda sintomas de patologias psicológicas, como a hipomania, a síndrome do pânico e outras.
E, é claro, o sono. Jamais pegue na direção se estiver cansado demais.
Muitas pessoas são motoristas extremamente competentes.
Raramente cometem infrações na direção. Mas cometem um outro tipo de erro: não cuidar bem de seu veículo.
Trafegar com um carro em más condições pode ser tão perigoso quanto dirigir mal.
Há vários cuidados a serem tomados.
Um deles é quanto ao estado de conservação dos pneus.
Com o uso, a banda de rodagem vai se desgastando e seus sulcos ficam menos profundos.
O que causa um grande prejuízo à estabilidade do veículo, sobretudo na chuva.
Segundo o Contran, está dentro da lei quem trafega com pneus cujo sulco mantém ainda no mínimo 1,6 mm de profundidade.
Além de trocar os pneus quando eles se desgastarem, mande o veículo para uma revisão completa periodicamente. Incluindo geometria e balanceamento, também importantes para a sua estabilidade.
Há também alguns erros que poderíamos até explicar em tópicos à parte, mas vamos citar aqui porque dizem respeito principalmente à conservação do automóvel.
Práticas comuns como dirigir com o pé descansado na embreagem, descer uma ladeira na banguela e andar com muita frequência na reserva podem causar danos no seu veículo.
Para conservar, não faça isso - que podem prejudicar a sua segurança, é claro -.
Vários dos erros de que falamos aqui são também infrações de trânsito previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Ou seja, além de atrapalhar o trânsito ou correr o risco de causar acidentes, podem resultar em multas.
Confira:
Conduta | Infração | Multa |
Deixar de sinalizar manobra. | Artigo 196 do CTB, infração grave. | R$ 195,23 |
Não manter distância segura lateral e frontal entre seu veículo e os demais. | Artigo 192, infração grave. | R$ 195,23 |
Avançar o sinal vermelho do semáforo. | Artigo 208, infração gravíssima. | R$ 293,47 |
Estacionar veículo na calçada. | Artigo 181, inciso VIII, infração grave. | R$ 195,23 |
Parar veículo na calçada. | Artigo 182, inciso VI, infração leve. | R$ 88,38 |
Ultrapassagem em local proibido. | Artigo 203, infração gravíssima. | R$ 1.467,35 |
Forçar passagem em operação de ultrapassagem. | Artigo 191, infração gravíssima. | R$ 2.934,70. |
Manusear celular enquanto dirige. | Artigo 252, parágrafo único, infração gravíssima. | R$ 293,47 |
Dirigir sob a influência de álcool. | Artigo 165, infração gravíssima. | R$ 2.934,70 |
Conduzir o veículo em mau estado de conservação. | Artigo 230, inciso XVIII, infração grave. | R$ 195,23 |
Conforme explicamos no início do texto, as aulas práticas de direção na autoescola servem justamente para que o candidato aprenda a dirigir.
Não é ensinado apenas como ligar e arrancar com o veículo.
Nessas aulas, o futuro motorista pratica a direção, estacionamento, conversão, arrancada em ladeira…
Enfim, todo o tipo de ação que ele precisará realizar ao encarar o trânsito como motorista habilitado.
Embora em alguns estados parte das aulas de direção são realizadas em simuladores, na maioria do tempo a prática acontece na rua, no meio dos demais veículos.
Mas é claro que pode acontecer de, cumpridas as horas obrigatórias, o candidato sentir que ainda não tem domínio completo do ato de conduzir um veículo.
Se isso acontecer, é possível fazer mais aulas práticas.
Basta agendá-las – e pagá-las, pois elas representam um custo extra – no Centro de Formação de Condutores (CFC).
É recomendável fazer isso não apenas para aumentar as chances de passar no exame final, mas sim para aproveitar a oportunidade de ter um instrutor especializado.
Essas aulas devem ser aproveitadas para tirar todas as dúvidas que ainda restam sobre o funcionamento do veículo e a aplicação prática do Código de Trânsito nas ruas.
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As aulas extras certamente vão ajudar bastante.
Afinal, o medo do volante geralmente é pura falta de confiança, que só existe quando não há prática suficiente.
Em um primeiro momento, dirigir não é uma atividade simples.
Além do volante, envolve o controle da embreagem e sua relação com a aceleração e as marchas.
Mesmo que seja um carro automático, pegar uma via movimentada no trânsito caótico das grandes cidades pode ser complicado.
Mas não será assim para sempre.
Com a prática, todas as ações que você precisa fazer para dirigir um automóvel serão automatizadas na sua cabeça.
Ou seja, você não precisará pensar qual é o pedal da embreagem e em qual marcha colocar.
Esse movimento será feito ao natural, sem você perceber.
Pode ser que depois de obter a habilitação você ainda tenha medo de dirigir.
Pois é diferente estar no carro da autoescola, com um instrutor do lado, e encarando a rua sozinho, com seu próprio veículo.
Para vencer esse medo, a dica é praticar ainda mais, em ruas e horários calmos e sem movimento.
Assim, você irá ganhando aos poucos a confiança necessária para encarar as avenidas no horário de pico.
Dirigir no Brasil é uma grande responsabilidade, porque um mau motorista pode representar muito perigo para o trânsito.
Além de evitar todos os erros de que falamos aqui, procure sempre andar dentro do limite de velocidade.
São regulamentadas velocidades máximas para as vias por um motivo.
Não é um número mágico que surge da cabeça de um funcionário do órgão rodoviário.
Qualquer motorista que andar além do permitido estará correndo riscos e causando perigo ao trânsito em geral. Mesmo que ele tenha grande perícia no volante.
Mas é claro que, se você for multado por um radar de velocidade, antes de ser penalizado terá o direito de recorrer.
O mesmo vale para qualquer outra infração prevista no Código de Trânsito.
Caso tenha o recurso aceito, o condutor não precisará pagar a multa e nem receberá os pontos na habilitação.
Quer saber como se defender?
Então, entre em contato conosco. Ainda tem dúvidas sobre trânsito e direção? Deixe um comentário abaixo.
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