Você já pensou em comprar moto para tornar a sua vida mais fácil?
Talvez você já tenha uma e está pensando em trocá-la, certo?
Bom, o fato é que há bons motivos que levam uma pessoa a investir em um veículo de duas rodas.
O primeiro é a mobilidade.
No trânsito caótico das grandes cidades, com os engarrafamentos que acontecem a qualquer hora, o motociclista se locomove com maior facilidade.
Ele pode, por exemplo, passar por uma fila de veículos parados no sinal vermelho de um cruzamento com semáforo.
Quem costuma dirigir carro sabe que é possível perder bastante tempo em situações como essa, quando não há uma alternativa para transpor o congestionamento.
O resultado disso é muito pior do que chegar tarde em casa ou se atrasar para algum compromisso.
Enfrentar o trânsito parado diariamente eleva consideravelmente o nível de estresse de uma pessoa.
Diminuir o estresse já é um excelente motivo para comprar moto.
Mas existe outro motivo: a economia.
Primeiro, porque uma motocicleta é, na média, muito mais barata que um carro. Segundo, porque consome menos combustível. Bem menos.
Então, além de perder menos tempo no trânsito, o motociclista gasta menos dinheiro.
Perfeito, não?
Mas a moto tem suas desvantagens também.
A principal é a segurança.
Qualquer colisão ou manobra brusca para desviar de um obstáculo pode levar o motorista ao chão.
Se em um automóvel um acidente leve não causa ferimentos no condutor, na motocicleta ele pode se machucar.
Andando com cuidado, porém, conduzir uma moto não é tão mais perigoso do que dirigir um carro.
Basta estar sempre com a máxima atenção e se antecipar a qualquer possibilidade de problema.
Por exemplo, se um veículo pode fechar sua frente, não confie, deixe uma distância maior.
Provavelmente você já sabe de tudo isso e está aqui por outro motivo, não é mesmo?
Caso já tenha decidido comprar moto, o passo seguinte é decidir se a melhor escolha é uma moto nova ou usada.
Siga a leitura e descubra!
Comprar Moto Usada x Moto Nova
Se você quer comprar moto principalmente pela questão da economia, o assunto dinheiro entra novamente em jogo na hora de decidir entre um veículo novo ou usado.
Assim como praticamente qualquer coisa que pode ser comprada, a motocicleta nova é bem mais cara.
Afinal, está em perfeitas condições, acabou de sair da fábrica e nunca foi utilizada.
Quão mais barata é a moto usada?
É difícil afirmar um percentual, porque além da idade e quilometragem do veículo, o preço depende da sua conservação.
Se o proprietário anterior é um motociclista cuidadoso, que nunca sofreu um acidente e sempre cuidou muito bem da sua moto, ela terá um valor de venda maior.
Para não ficar em cima do muro e dar a você uma resposta melhor, vamos pegar como exemplo o preço da Honda Biz 125 Flex, de acordo com a tabela da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
A tabela Fipe é muito usada como parâmetro para negociações de veículos usados.
Ela expressa o preço médio dos modelos disponíveis no mercado nacional.
Segundo a tabela (que pode ser consultada aqui), o preço médio da Honda Biz 125 Flex zero quilômetro é R$ 10.407,00.
O modelo 2018 usado tem o preço médio de R$ 9.145,00. Ou seja, R$ 1.262,00 (ou 12,1%) a menos por uma moto praticamente nova, pois recém foi adquirida.
A mesma Biz 125, em seu modelo 2017, tem o preço médio de R$ 8.726,00 segundo a Fipe. Já o de 2016 custa, em média, R$ 8.433,00.
Desse modo, podemos dizer que, além da desvantagem de o veículo novo custar muito mais, a sua desvalorização é muito rápida.
Se você estiver pensando em revender a moto futuramente, saiba que só o fato de ela ter saído da concessionária já diminui consideravelmente seu valor de venda.
Mas é claro que optar por uma motocicleta zero quilômetro também tem as suas vantagens.
Quanto mais tempo e chão tem um veículo (seja ele de duas ou quatro rodas), maior a chance de ele dar algum tipo de problema.
Isso não quer dizer necessariamente que você ficará na mão, mas que pelo menos perderá mais tempo e dinheiro com revisões e manutenções.
A moto nova, por sua vez, está zerada, sem nenhum desgaste provocado pelo mau uso ou qualquer outra razão.
Para decidir, coloque tudo isso na balança.
Se você considera a moto uma necessidade e não um investimento, considere comprar uma nova.
Pessoas desse perfil se preocupam menos com a revenda, pois querem, acima de tudo, um veículo confiável.
Por outro lado, se você está com o dinheiro curto, comprar moto usada em boas condições é uma escolha mais racional.
Outra possibilidade é, com a mesma quantia que seria gasta para comprar moto nova, adquirir uma usada de um modelo melhor – mais potente, segura e confortável.
Seja qual for o motivo, se a escolha não for por um veículo zero quilômetro, é fundamental tomar alguns cuidados para não ficar na pior.
A seguir, falaremos sobre eles.
10 Cuidados ao Comprar uma Moto Usada
Não ceda à pressão do vendedor na hora de escolher sua moto, mesmo que ele diga que há outros interessados e você considere a oferta imperdível.
Desconfie sempre, pois o barato pode sair caro.
Para não entrar em uma furada, siga as dicas abaixo e só feche o negócio se tiver certeza de que fez tudo que estava ao seu alcance para se certificar de que está adquirindo uma boa moto.
1. Consulte o Renavam
Renavam é o acrônimo para Registro Nacional de Veículos Automotores.
É um banco de dados em que são cadastradas várias informações sobre os veículos do país, alimentado pelos Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans).
Cada veículo, ao ser registrado, recebe um código (que desde 2013 é composto por 11 dígitos) referente ao Renavam, que é mantido o mesmo em caso de transferência de propriedade.
O que isso tudo tem a ver com comprar moto usada?
A partir desse código, é possível conferir algumas informações que podem interessar muito ao comprador.
Por exemplo: o número do chassi, ano de fabricação, cor original, restrições, débitos, sinistros e histórico de roubos e furtos.
Já pensou comprar moto e só depois do pagamento descobrir que há uma grande quantidade de multas não pagas vinculadas ao seu Renavam?
Nesse caso, o comprador seria responsável por quitar o débito, sob pena de não poder fazer um novo registro, exigência quando há transferência de propriedade.
Para saber como consultar as informações vinculadas ao Renavam da moto ou de outro veículo, leia esse outro artigo.
2. Faça uma Revisão Especializada
Se você não possui grande conhecimento sobre mecânica, é importante contar com a ajuda de alguém que entende do assunto.
Leve-a a um mecânico de confiança e peça para ele fazer uma inspeção minuciosa.
As dicas seguintes ajudarão você a encontrar problemas por conta própria, mas um especialista sempre será mais capaz de avaliar o veículo.
Mesmo que você tenha uma pessoa com esses conhecimentos em que confia, vale a pena seguir as próximas dicas, pois um dia elas certamente serão muito úteis.
3. Observe Criticamente a Aparência da Moto
Avalie bem cada componente da motocicleta. Como está o acabamento? Ela está bem bonita? Parece bem cuidada?
Na hora de tirar conclusões sobre o que observou, pense muito bem.
Uma moto em boas condições pode significar duas coisas: que o dono anterior realmente cuidou bem dela ou que ele fez reformas e modificações para esconder ou consertar algum problema.
A dica é avaliar o conjunto.
A pintura, por exemplo, está condizente com a quilometragem e os demais componentes da moto? A pedaleira está gasta mas o guidão está tinindo de novo?
Confie no seu instinto ou tenha ao seu lado alguém que tem experiência nesse tipo de avaliação.
Às vezes, é preferível optar por uma moto um pouco mais desgastada, mas que inspire o sentimento de que nada está sendo escondido.
4. Não se Deixe Enganar Pelo Hodômetro
Já que mencionamos a quilometragem, não confie cegamente no que diz o hodômetro, a não ser que você tenha certeza que o vendedor é uma pessoa honesta.
Além do caso de que falamos acima, da moto com componentes cujo estado contradiz o que sugere o hodômetro, pode acontecer o contrário.
Ou seja, você notar que as pedaleiras, guidão e outros itens da motocicleta estão com um certo desgaste ao mesmo tempo que o painel indica uma quilometragem baixa.
Esse pode ser um forte indício de que o hodômetro foi adulterado.
Está com essa desconfiança e não conhece o vendedor? Evite comprar a moto.
5. Procure Indícios de Tombos
Mesmo que não adulterem o hodômetro, é comum, infelizmente, que vendedores escondam alguns fatos sobre a motocicleta que estão tentando vender.
Se ela já foi ao chão algumas vezes, por exemplo, não será tão atrativa aos possíveis compradores.
Mas há uma série de sinais que pode revelar a verdade.
Tricas e arranhões nos espelhos, guidão, escapamento, pedaleira, lanternas e outras partes da moto, por exemplo, são fortes indícios de que ela já caiu.
O problema é que uma queda pode ter consequências no alinhamento das rodas e suspensão.
Se esse for o caso, a compra é um mau negócio.
6. Verifique o Alinhamento
No item anterior, ressaltamos a possibilidade de problemas no alinhamento da moto.
Por vários motivos, o quadro ou a suspensão do veículo podem estar empenados, fazendo ela inclinar para um dos lados. Você pode verificar essa situação fazendo um test drive.
Se você reparar o desalinhamento mas julgar que ele não incomoda o suficiente para impedir a compra, pense novamente.
Além de prejudicar a estabilidade da moto, futuramente isso pode gerar outros problemas, como o desgaste irregular dos pneus.
7. Faça um Test Drive
Aproveite o test drive recomendado no item anterior para verificar a dirigibilidade da motocicleta no geral.
Repare não somente no alinhamento, mas também nos comandos.
Se a embreagem estiver dura demais, esse é um indício de que a motocicleta já deu o que tinha que dar.
Acelerador, câmbio e freios também não podem estar duros ou ruins de acionar.
Mesmo que no teste isso tudo não incomode você, pense em como seria dirigir diariamente uma moto nessas condições.
8. Cuidado Com as Falsificações
Antes de fechar a compra, confira o número do chassi na documentação do veículo e veja se é o mesmo que está gravado na moto, atrás do garfo.
Veja se o chassi, a placa e a cor são os mesmos no documento, ao vivo e na consulta ao Renavam.
Confira minuciosamente para se certificar que não há adulterações.
A venda de veículos clonados é mais comum do que você imagina.
9. Atente à Parte Elétrica
É conhecido como chicote elétrico o conjunto de cabos que transportam energia elétrica e transmite informações para os diversos sistemas periféricos da motocicleta.
Sobre ele, está a carenagem da moto e o seu assento. Removendo-os, é possível verificá-lo.
Observe se a fiação está em boas condições, ordenada, sem emendas ou sinais de “gambiarras”.
Teste todos os comandos elétricos – faróis, setas, luz de freio e buzina.
Ao girar a chave para ligar a moto, verifique também se todas as luzes do painel acendem.
A parte elétrica de qualquer tipo de veículo é, geralmente, um tanto complexa.
Qualquer pequeno probleminha constatado poderá resultar em uma grande dor de cabeça no futuro, e demandar uma manutenção bastante custosa.
10. Evite Moto Com Escapamento Esportivo
Verifique se o escapamento da motocicleta é original.
A questão do escapamento esportivo em motos é uma polêmica antiga.
O fato é que não é raro proprietários serem multados de acordo com o artigo 230, inciso VII, do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que define como infração grave conduzir veículo com “característica alterada”.
Além disso, quando a propriedade de um veículo é transferida, deve ser feito um novo registro, e o inciso IV do artigo 124 do CTB determina que um dos requisitos para esse procedimento é:
“IV – Certificado de Segurança Veicular e de emissão de poluentes e ruído, quando houver adaptação ou alteração de características do veículo;”
O escapamento esportivo pode resultar na reprovação na vistoria do Certificado de Segurança Veicular (CSV).
Como Funciona a Transferência da Documentação da Moto
Decidiu comprar moto usada?
Depois de encontrar o veículo perfeito e fechar a transação (seguindo, antes, todas as nossas dicas, é claro), não perca tempo e registre-o logo em seu nome.
É o artigo 123 do Código de Trânsito que exige o novo registro no caso de transferência:
“Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo Certificado de Registro de Veículo quando:
I – for transferida a propriedade;
(…)”
O primeiro passo é escrever, no verso do Certificado de Registro de Veículo (CRV), as informações referentes à venda da moto.
Nesse local está o formulário de “Autorização para Transferência de Propriedade de Veículo ATPV”.
Ele deve ser preenchido com o valor da venda, local, data e os dados do comprador: RG, CPF ou CNPJ e endereço.
O antigo e o novo proprietário devem ir a um cartório para reconhecer suas assinaturas no formulário e emitir uma cópia autenticada.
O passo seguinte é a pessoa que está vendendo a moto, de posse da cópia autenticada, ir a um posto de atendimento do Detran e comunicar a transferência ao órgão.
De acordo com o CTB, em seu artigo 134, ele tem 30 dias para fazê-lo. Caso contrário, será responsabilizado pelas possíveis infrações cometidas pelo novo proprietário.
O comprador, por sua vez, tem 30 dias para adotar as providências necessárias para a efetivação da expedição do novo CRV.
Desrespeitar essa regra é, segundo o artigo 233 do Código de Trânsito, uma infração de natureza grave.
Para não ter problemas, baixe a minha lista de documentos para a transferência de veículo e o meu contrato de compra e venda. Clique aqui para garantir o acesso!
E se Você Quiser Customizar a Moto Nova
Depois de comprar moto, você pode querer acrescentar ou modificar acessórios, seja para deixá-la mais funcional ou simplesmente para que ela fique a sua cara.
Como fazer isso dentro da lei?
O artigo 98 do Código de Trânsito deixa claro que um veículo, seja ele uma moto, carro, caminhão ou o que for, não pode ser modificado a bel-prazer do proprietário:
“Art. 98. Nenhum proprietário ou responsável poderá, sem prévia autorização da autoridade competente, fazer ou ordenar que sejam feitas no veículo modificações de suas características de fábrica.”
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) define, no anexo de sua Resolução Nº 292/2008, uma lista com as modificações permitidas.
O primeiro passo, portanto, é conferir se a alteração pretendida consta na tabela da resolução.
Mesmo que conste na lista, será necessário, conforme as regras do Contran, obter uma autorização do órgão de trânsito e submeter o veículo a uma inspeção de segurança para a emissão do CSV.
O Que diz o CTB
Desrespeitar as regras da Resolução Nº 292 do Contran sujeita o proprietário do veículo à multa da já citada infração do artigo 230 do CTB, que diz o seguinte:
“Art. 230. Conduzir o veículo:
(…)
VII – com a cor ou característica alterada;
(…)
Infração – grave;
Penalidade – multa;”
De acordo com o artigo 258 do código, a multa para uma infração de natureza grave, que é o caso dessa de que estamos falando, é de R$ 195,23.
O artigo seguinte (259) determina a quantidade de pontos computados na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do infrator.
Para infrações de natureza grave, são cinco pontos. Lembrando que, de acordo com a regra do artigo 261, quem acumular 20 pontos no período de 12 meses tem a habilitação suspensa.
O Que Levar em Conta Ao Comprar uma Moto Nova
O enfoque desse artigo foram dicas para levar em consideração ao comprar moto usada porque trata-se de uma aquisição que demanda maiores cuidados.
Mas isso não quer dizer que você pode comprar moto zero quilômetro de olhos fechados. Essa também é uma escolha que deve ser bastante pensada.
Primeiramente, reflita sobre qual tipo de moto você quer.
Ela servirá apenas para andar na cidade ou você pretende fazer distâncias maiores, andando em rodovias?
Motocicletas de cilindradas mais baixas são ótimas para o trânsito urbano e gastam menos combustível.
Mas se você planejar viajar, convém escolher um modelo mais potente, robusto e confortável.
Além disso, tenha em mente que a moto, mesmo sendo zero quilômetro, pode ter algum problema, seja por defeito de fábrica ou por conta do transporte inadequado até a loja.
Assim como na moto usada, portanto, você precisa atentar aos detalhes.
O acabamento precisa estar impecável e os pneus devem estar ainda com as rebarbas e o silicone de proteção.
Depois de comprar a moto, preste atenção em tudo que considerar estranho.
Veja se não há vazamento de fluido, óleo ou gasolina e teste os freios.
Se algo não estiver do seu agrado, volte à concessionária e reclame.
Conclusão
Como ressaltamos no início do texto, a resposta para a dúvida entre comprar moto usada ou nova vai depender do que você está querendo.
Comprar moto usada custa menos, porém é preciso tomar mais cuidados antes da aquisição.
Isso sem contar o fato de que as revisões e manutenções serão mais frequentes.
Mas se o dono anterior sempre cuidou bem da motocicleta e você fizer o mesmo, é possível que ela nunca o deixe na mão.
Se a decisão for comprar moto nova, você pagará mais caro e verá o veículo desvalorizando consideravelmente só por ter deixado a concessionária.
Em compensação, você provavelmente andará mais quilômetros até ela exigir uma atenção mais frequente de seu mecânico.
Seja qual for a sua decisão, ande sempre dentro do limite de velocidade e respeite as leis de trânsito.
Essa dica serve não só para se ver livre de multas, mas principalmente para evitar acidentes, que são especialmente perigosos para os motociclistas.
Ainda não sabe se deve comprar moto nova ou usada?
Então, deixe um comentário abaixo com a sua dúvida.
Ou entre em contato com nossa equipe. Ficaremos felizes em ajudar.
Referências:
- http://veiculos.fipe.org.br/
- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm
- https://infraestrutura.gov.br/images/Resolucoes/RESOLUCAO_CONTRAN_292.pdf