Atingir a maioridade é sinônimo de aumento das responsabilidades.
Além de passar a responder legalmente pelos seus atos, você ainda pode alcançar algumas independências que são bem importantes.
Entre essas independências, há algumas que são as mais almejadas pela grande maioria dos jovens: a primeira habilitação e a conquista do primeiro carro.
Tenho que concordar que é muito animador entrar para a “vida de gente grande” e tornar-se responsável pela liberdade de ir e vir – especialmente, em quatro rodas.
Mas, como nem tudo é só festa, a compra de um carro requer uma série de cuidados que precisam ser seguidos à risca por questões, principalmente, de segurança.
Um veículo, seja novo ou usado, requer manutenção de tempos em tempos.
Essa manutenção serve para evitar qualquer tipo de problema que possa causar danos ao veículo e, consequentemente, acidentes envolvendo você e outras pessoas.
Trata-se, portanto, de uma atitude responsável e necessária.
Para isso, é muito importante contar com a ajuda de profissionais de confiança, afinal, é preciso ter certeza de que o serviço oferecido é realmente de qualidade.
Imagine, por exemplo, que você está trafegando no seu carro e, de repente, observa um vapor saindo do capô.
Você está frente a um superaquecimento do motor, um problema perigoso, mas que pode ser evitado.
Você saberia como agir se estivesse passando por uma situação como essa?
Se sua resposta for negativa, você está no lugar certo.
Neste artigo, pretendo explicar tudo o que você precisa saber sobre superaquecimento do motor, formas de preveni-lo e como solucionar o problema.
Também, darei dicas de como identificar um bom profissional para ajudar nos cuidados com o seu veículo e fugir dos oportunistas.
O meu objetivo é resolver todas as suas dúvidas.
Boa leitura!
Por que é Necessário Ficar Atento à Conservação do Veículo?
Antes de pegar a estrada, é fundamental que o veículo passe por uma revisão para que o condutor não seja pego desprevenido com situações desagradáveis.
Manter o carro em dia, aliás, é um dos deveres do proprietário.
Isso porque trafegar com o veículo em más condições, além de ser um risco para o próprio condutor e demais motoristas e passageiros, é uma prática condenada pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Veja o que diz o artigo 230 em seu inciso XVIII:
“Art. 230. Conduzir o veículo:
(…)
XVIII – em mau estado de conservação, comprometendo a segurança, ou reprovado na avaliação de inspeção de segurança e de emissão de poluentes e ruído, prevista no art. 104.
Infração – grave;
Penalidade – multa;
Medida administrativa – retenção do veículo para regularização.”
Como você pode ver, caso o condutor seja autuado por má conservação do veículo, ele receberá uma multa de natureza grave, cujo valor é R$ 195,23.
Além disso, ele também sofrerá as medidas administrativas de retenção e remoção do veículo para regularização.
Ou seja, o problema pode gerar mais dor de cabeça do que se imagina, não é mesmo?
Por isso, não há outra medida mais apropriada do que seguir à risca as recomendações dos profissionais e realizar todas as revisões necessárias – sobre as quais falarei mais adiante.
Digo isso não apenas pelas questões legais envolvidas, mas, principalmente, para a segurança de todos: condutor, passageiros, demais motoristas, pedestres etc.
Essa consciência é necessária para a concretização de um trânsito mais seguro.
O artigo 104 também versa sobre essas questões.
Nele, o CTB determina a necessidade de se realizar inspeção veicular da maneira e com a periodicidade estabelecidas pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN):
“Art. 104. Os veículos em circulação terão suas condições de segurança, de controle de emissão de gases poluentes e de ruído avaliadas mediante inspeção, que será obrigatória, na forma e periodicidade estabelecidas pelo CONTRAN para os itens de segurança e pelo CONAMA para emissão de gases poluentes e ruído.”
De acordo com o parágrafo 5º do art. 104, será aplicada a medida administrativa de retenção dos veículos que forem reprovados na inspeção.
Atualmente, a obrigatoriedade, a forma e as condições de implementação e operação do Programa de Inspeção Técnica Veicular são determinadas pela Resolução nº 716, de 2017, do CONTRAN.
Porém, a Deliberação nº 170 do mesmo órgão, de 5 de abril de 2018, suspendeu a Resolução nº 716/17 por tempo indeterminado.
Dessa forma, não há, no momento, legislação vigente que regulamente os processos de inspeção veicular.
Causas que levam ao superaquecimento do motor
No final do século XIX, começaram a surgir os primeiros veículos automotores e, de lá pra cá, eles já passaram por uma série de mudanças, adaptações e evoluções.
Hoje, sem dúvida, eles são mais duráveis, seguros e não exigem manutenção muito complexa – se a rotina das manutenções preventivas for regular, é claro.
Mas, ainda assim, podem surgir imprevistos que causam incômodos ao condutor.
É o caso do superaquecimento do motor.
Afinal, se a mecânica dos carros é mais evoluída, por que nem mesmo os carros mais novos podem escapar desse problema?
É sobre isso que falarei a partir de agora, em um compilado das principais causas que podem levar o motor a superaquecer.
A principal dica, nesse sentido, é que você fique atento à temperatura do seu veículo.
Para isso, alguns carros mostram a temperatura no próprio painel.
Caso o ponteiro saia do nível de normalidade (que é de 90 a 100 graus) e atinja a faixa vermelha, fique alerta: esse é o sinal de que o motor está mais quente do que deveria.
Alguns veículos também contam com um relógio de temperatura, o que facilita ainda mais a identificação.
Em casos extremos, você só nota o problema quando começa a observar uma fumaça saindo do capô do carro.
A partir daí, é preciso tomar muito cuidado!
Siga a leitura, mais à frente falarei sobre quais providências tomar.
Antes, vamos às principais causas do superaquecimento do motor.
- Baixo Nível de Líquido Refrigerante – “Água do Radiador”
Em primeiro lugar, você precisa saber que qualquer problema na mecânica do veículo que impeça a capacidade do motor de absorver, transferir e dissipar o calor pode gerar esse superaquecimento.
Nesse caso, uma das causas mais comuns é o baixo nível do líquido refrigerante, popularmente conhecido como água do radiador.
Esse líquido é um composto que utiliza Etilenoglicol, solução química utilizada como anticongelante automotivo. Trata-se do líquido de arrefecimento, que evita a corrosão e o superaquecimento do sistema.
Mas não se preocupe, a solução do problema é bem simples: basta completar o líquido até chegar ao nível adequado.
Em situações de emergência, ainda é possível que você preencha o radiador com água – desde que logo seja contatado um profissional para substituir a água pelo líquido de arrefecimento.
É importante estar atento aos motivos que possam ter causado a diminuição do nível da “água”, visto que um deles pode ser um vazamento, o que demanda maiores reparos.
O mais comum é que a verificação da “água do radiador” seja feita no momento em que se vai abastecer o veículo. No entanto, é essencial que você deixe o carro esfriar antes de abrir o reservatório de arrefecimento.
Isso porque, quando o sistema do motor está quente, a água pode jorrar e, consequentemente, provocar queimaduras em quem está realizando a operação.
Há, no mercado, uma série de aditivos de radiador recomendados, sendo que os mais recomendados são os aditivos orgânicos.
A substituição desse líquido deve ser realizada, preferencialmente, a cada dois anos ou sempre que constatado algum problema.
- Defeito no Termostato
Sendo um dos principais componentes do sistema de arrefecimento do veículo, o termostato é responsável pelo controle da temperatura do motor.
Quando o motor está frio, a válvula termostática fecha, fazendo com que o fluido (água e aditivo) volte para o bloco do motor.
A partir de determinada temperatura, por volta de 90 graus, essa válvula abre-se e permite a passagem do líquido para o radiador.
Quando essa água chega ao radiador, ele é refrigerado.
Por isso, uma vez detectado algum defeito no termostato, poderá haver o superaquecimento do motor, visto que o líquido quente permanecerá nele.
A maioria das válvulas é acionada a partir do aquecimento do líquido de arrefecimento, por isso a importância de ele estar sempre limpo.
Especialistas no assunto recomendam que, para a garantia de um bom funcionamento da válvula do termostato, seja feita uma revisão do sistema de arrefecimento a cada 30 mil km rodados.
- Baixo Nível de Óleo no Motor
Outro motivo que pode causar o superaquecimento do motor é o baixo nível de óleo.
Além de funcionar como um lubrificante, o óleo também tem papel de resfriador.
Dessa forma, quanto menor o nível de óleo, maior a probabilidade de superaquecimento do motor.
Manter o sistema do veículo lubrificado e resfriado é extremamente importante para seu funcionamento e para a consequente segurança do condutor.
Por isso, além de manter o nível de óleo sempre equilibrado, é primordial investir em um produto de qualidade.
Isso porque a má qualidade do fluido (assim como seu baixo nível) pode corroborar para o desgaste de algumas peças, devido ao fato de não estarem devidamente lubrificadas.
Sendo assim, o óleo deve ser trocado regularmente.
A frequência exata é, geralmente, determinada pela fabricante do veículo; por isso, é importante analisar o manual do carro para saber o que é mais adequado para o seu automóvel.
- Falha no Sistema de Ignição
Outra causa que também pode gerar o superaquecimento do motor é a falha do sistema de ignição.
Isso acontece porque se o sistema de ignição não estiver funcionando direito, poderá causar o atraso no tempo de disparo da vela, e isso, consequentemente, superaquece o motor, devido à má queima do combustível.
- Obstrução na Grade de Ventilação Frontal
A última das causas mais comuns do superaquecimento do motor que citarei é a obstrução na grade de ventilação frontal.
Essa obstrução pode gerar o acúmulo de sujeiras trazidas pelo vento e, aos poucos, uma espécie de película que impossibilita a livre circulação do ar é formada.
Não pense, porém, que os problemas que podem causar o superaquecimento do motor são apenas os 5 listados acima.
Listei apenas as causas mais comuns.
Existem, também, problemas como algum furo no radiador ou defeito nas suas ventoinhas elétricas, uma mangueira estourada e relês ou fusíveis queimados.
É claro, você não precisa saber de toda essa mecânica para solucionar seu problema.
O que você precisa é contar com a ajuda de profissionais competentes para detectarem as causas do problema e buscarem a solução o mais rápido possível.
O Que Fazer Quando o Motor Superaquece?
Se você estiver rodando no seu carro e, de repente, notar que algo está errado, seja qual problema for, a medida imediata é parar o veículo no primeiro local seguro que encontrar.
Isso, é claro, vale para o momento em que se observa os sinais de que o motor está mais aquecido do que deveria.
Caso o condutor insista em prosseguir, correrá sérios riscos de ocasionar problemas maiores ao motor, como a queima na junta do cabeçote e o empenamento irreversível dos pistões.
Esses sinais de que o motor está passando por um processo de superaquecimento, como já mencionei, podem ser identificados de várias formas: pelos sinalizadores do próprio veículo – função do painel e medidas do termômetro – ou, no caso mais extremo, pela fumaça saindo do capô.
Depois de parar o veículo, é fundamental que o condutor espere, pelo menos, 40 minutos para verificar o nível de água no radiador.
É importante respeitar esse tempo de resfriamento do motor porque, como já mencionei, há riscos de sérias queimaduras caso a tampa do radiador seja aberta imediatamente.
Depois de tomar todos esses cuidados, é o momento de partir para a prática.
Se você constatar que o nível de líquido do radiador está realmente baixo, é necessário completar a quantidade que falta com água (nesse caso de emergência, é permitido que seja apenas água da torneira mesmo).
Mas é preciso muita atenção nessa etapa!
No momento de completar a água, o motor precisa estar ligado e em marcha lenta. Isso evita um possível choque térmico.
A partir daí, o motorista precisa conduzir o veículo até uma oficina para detectar o problema e solucioná-lo.
Além disso, não se esqueça de que o mecânico precisa substituir a água pelo líquido adequado, a fim de garantir o melhor desempenho do motor.
Quais cuidados são necessários para evitar o superaquecimento do motor?
A melhor forma de prevenir o superaquecimento do motor é realizar as revisões com a periodicidade adequada e indicada para cada veículo.
Obedecendo ao tempo de manutenção, a probabilidade do condutor passar por alguma situação desagradável é muito baixa.
É importante considerar que, na maioria das vezes, o superaquecimento pode ser causado por negligência do próprio dono do veículo.
Isso vai desde o momento em que o condutor trafega mais de 20.000 km sem trocar o óleo e o líquido de arrefecimento, até quando ele ignora os alertas que aparecem no painel do carro.
Realizando as manutenções necessárias e estando atento aos sinais do veículo, o condutor já estará fazendo a sua parte para evitar maiores problemas e graves acidentes.
Para isso, é necessário contar com a ajuda de profissionais sérios e que cobrem por um trabalho que realmente seja cumprido.
Quer ajuda para saber como identificar esses profissionais? Leia o próximo tópico.
Dicas Para Não Ser Enganado Por um Mecânico
Antes das dicas que tenho para você, imagine a seguinte situação.
Lucia é uma estudante universitária de 18 anos. Há pouco mais de 5 meses, ela conquistou sua primeira habilitação e ganhou seu primeiro carro de seu pai.
Não era um carro zero quilômetro, mas estava bem conservado e ideal para as suas necessidades.
A sensação de independência tomou conta da jovem, que passou a utilizar seu veículo para ir à faculdade todos os dias.
Acontece que, em uma dessas andanças, Lucia repara uma fumaça saindo do capô do seu carro. Assustada, ela para perto da primeira oficina que encontra.
O que Lucia não sabia é que o mecânico responsável, Carlos, era um tremendo charlatão.
Ao identificar que o problema era baixo nível de óleo no motor e percebendo que a menina não fazia a mínima ideia do que poderia ser, Carlos aproveita a situação e inventa que será necessário trocar a bateria para evitar que o carro exploda.
Lucia, ainda mais aflita, resolve ligar para o pai e informar o ocorrido.
Ciente de que a bateria do carro era nova, o pai da menina a aconselha a esperar a chegada de um mecânico de sua confiança para fazer uma avaliação da situação.
Quando o mecânico chega, percebe qual é o problema de fato e o soluciona, tranquilizando a menina.
Situações como essa enfrentada por Lucia são mais comuns de acontecerem do que se pode imaginar.
Por isso, é muito importante contar com um mecânico de confiança para as revisões do seu veículo.
Uma dica para conhecer a índole do profissional é levar o carro até sua oficina e perguntar qual é o problema já sabendo a resposta.
Um exemplo simples: pergunte se o óleo está em boas condições, sem avisá-lo de que ele foi trocado na semana passada.
O ideal do mecânico é que ele identifique exatamente o que é preciso fazer no carro e aplique um orçamento dentro do esperado no mercado.
Outro aspecto que demanda bastante atenção é em relação às peças que o mecânico diz trocar no veículo. Nesse caso, sempre solicite a peça antiga.
Se ele realmente fez a troca, não terá problema em devolvê-la.
Essa medida também previne que a peça antiga seja utilizada em outros veículos como sendo nova e, consequentemente, que outros condutores sejam passados para trás.
Fique atento, também, às oficinas 24 horas.
Se o seu carro pifou no meio da madrugada, seja onde for, a melhor saída é chamar um guincho, levá-lo para casa e ir a um profissional de sua confiança no dia seguinte.
Não quero dizer que nenhuma oficina 24 horas seja confiável. Contudo, é preciso levar em consideração que muitas delas “trabalham com o desespero das pessoas” e acabam tirando proveito dessas situações.
Sendo assim, estar atento nessas situações nunca é demais.
Por fim, vale a intuição.
Observe o comportamento dos profissionais e priorize a atenção e o respeito ao cliente.
Se “seu santo não bater” com o local e com as pessoas que ali trabalham, a chance de você estar certo é bem grande.
Conclusão
Neste artigo você aprendeu quais são as principais causas do superaquecimento do motor dos veículos.
Para isso, abordei os problemas mais frequentes que o desencadeiam e que podem ser enfrentados por qualquer condutor.
Você também aprendeu como agir ao passar por uma situação como essa, além dos cuidados necessários para evitar esse incômodo.
Finalmente, forneci algumas dicas bem importantes.
Uma delas é ficar atento para não ser passado para trás por mecânicos de má índole, reiterando a necessidade de encontrar um profissional capacitado a quem entregar seu veículo.
Já encontrou? Permaneça com ele! Investir no seu carro é sinônimo de investir na sua segurança e conforto, e prezar pela segurança dos demais motoristas e pedestres.
Se você ainda tiver alguma dúvida, deixe um comentário abaixo. Será um prazer respondê-lo!
Referências:
- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm
- https://www.jcnet.com.br/noticias/regional/2013/07/383496-veiculos-em-mas-condicoes-na-via.html
- https://www.denatran.gov.br/images/Resolucoes/Resolucao7162017.pdf