Neste artigo, vamos esclarecer as diferenças para um veículo com troca de marchas manual. Da forma de dirigir às regras específicas, sem deixar de falar da manutenção, você vai descobrir tudo sobre câmbio automático.
Você está pensando em comprar um carro com câmbio automático, mas tem dúvidas sobre a sua eficiência, consumo, custos e a legislação aplicável?
Um carro automático é aquele que dispensa o uso da embreagem, não havendo a troca manual das marchas. Como o nome indica, isso ocorre automaticamente, sem ação direta do condutor, conforme o veículo imprime velocidade.
Por um lado, usando câmbio automático, o motorista experimenta maior conforto, pode deixar o pé esquerdo descansando e se concentrar apenas no trânsito.
Por outro, o câmbio de carro automático costuma receber como críticas a manutenção mais cara, devido à maior complexidade da tecnologia.
Cerca de 25% dos carros vendidos no Brasil são automáticos. O dado é de 2015, quando a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou o percentual de preferência do brasileiro quanto ao sistema de transmissão nos automóveis.
Conforme o balanço indica, a opção do câmbio automático cresceu na confiança dos brasileiros nos últimos anos. Em 2011, por exemplo, o sistema representava apenas 10% das vendas, de acordo com números levantados pelo jornal Estadão.
Apesar do movimento crescente observado por aqui, o país ainda fica muito atrás do nível de conforto dos veículos no exterior. E isso começa já na dúvida sobre como dirigir carro com câmbio automático.
Nos Estados Unidos, por sua vez, a adoção desse tipo de câmbio é quase regra. Tanto é assim que muitos americanos nem sequer sabem como trocar marchas manualmente.
Já na Europa, culturalmente, há uma divisão maior, com muitos adeptos ainda do câmbio manual. Mas por lá, a escolha por essa transmissão não é necessariamente de natureza econômica como aqui, onde um modelo automático custa pelo menos 5% mais.
No Brasil, embora haja modelos de entrada com câmbio automático, ele costuma ser oferecido nos veículos de preço mais elevado.
Além do custo maior na hora da compra, é preciso levar em conta a manutenção. Normalmente, o câmbio automático oferece maior durabilidade, mas, quando estraga, custa mais caro para consertar.
Enquanto você considera essa opção, é interessante destacar a origem dessa tecnologia: um brasileiro, tio-avô do escritor Paulo Coelho. Parece mentira? Ao menos é o que conta o mago em sua biografia.
De acordo com o escritor, o engenheiro mecânico José Araripe teria criado o câmbio hidramático em colaboração com seu amigo Fernando Lemos.
Após a concepção de um modelo inicial de transmissão automática com fluído hidráulico, Araripe teria apresentado a invenção em 1932 para a empresa General Motors, em Detroit, nos Estados Unidos. O valor: 10 mil dólares, equivalente hoje a 160 mil dólares.
Sendo ou não uma criação brasileira, a verdade é que o primeiro veículo com a tecnologia comercializado oficialmente foi o Hydra-Matic, da própria GM, em 1939.
O câmbio automático permite que você dirija sem a necessidade de passar marchas manualmente. Para o motorista que deixa o apego às marchas de lado, a conversão para o automático não o prejudica.
Na verdade, nos grandes centros urbanos, diante de tantos congestionamentos, a facilidade de não precisar levar em conta a embreagem e o câmbio é um diferencial interessante.
Na prática, o câmbio automático permite que você dirija sem a necessidade de passar marchas manualmente.
Tudo é feito de forma automática, graças ao sistema de transmissão do veículo, que detecta a relação entre velocidade e rotação do motor.
O princípio de ação do câmbio automático está na sua capacidade de detecção da velocidade e a aplicação do torque adequado para que possa aumentá-la ou reduzi-la. Sendo assim, todo carro equipado com esse recurso não tem pedal de embreagem.
Para compreender o funcionamento do sistema, deve-se partir do princípio de que o câmbio automático funciona convertendo torque em velocidade.
Esse processo ocorre devido ao seu sistema hidráulico, que opera junto a um intrincado jogo de engrenagens, chamadas de engrenagens planetárias, por causa de sua organização parecida com uma órbita de planetas.
São elas as responsáveis pelas constantes trocas de relação produzidas pela aceleração e desaceleração do veículo.
Outra diferença notável entre o câmbio manual e o automático é a disposição das posições de engate para o motorista.
No manual, temos o conhecido desenho em “H” e as marchas numeradas de 1 a 5, fora a ré.
No sistema automático, em vez de números, são as letras que designam as posições de engate. São elas: P, R, N e D - mais à frente, falaremos detalhadamente sobre cada uma delas.
Existem posições definidas pelos números 4, 3, 2 e 1, cada um utilizado para bloqueio das posições a que correspondem na maçaneta. Em alguns veículos, essa numeração pode variar.
Já sabemos quais são as diferenças básicas entre câmbio automático e manual, pelo menos no que diz respeito ao seu acionamento por parte do motorista.
Contudo, existe uma terceira opção, o câmbio automatizado, que é mais ou menos um meio termo entre sua versão manual e automática.
A diferença principal entre cada um deles está na necessidade ou não de acionamento do pedal de embreagem.
No câmbio de acionamento manual, o motorista precisa engatar as marchas enquanto pisa e retira o pé da embreagem.
Já no câmbio automatizado, o engate das marchas é semelhante ao do câmbio manual. A diferença está no acionamento do pedal de embreagem, que não existe.
Por fim, no câmbio automático, não é necessário passar marchas para que o veículo aumente ou reduza sua velocidade, tampouco pisar na embreagem. Para movimentar o carro à frente, basta apenas engatar a maçaneta de câmbio na posição “D”.
Há ainda o câmbio com tecnologia CVT, sigla em inglês que significa Transmissão Continuamente Variável.
Com esse tipo de câmbio, ao invés de engrenagens planetárias, um sistema de polias torna a passagem das marchas muito mais suave e confortável.
Assim, o CVT é uma evolução do câmbio automático e já está disponível em muitos dos veículos comercializados no Brasil.
Como vimos, as principais diferenças entre os tipos de câmbio estão na forma de acionamento de cada um.
No entanto, existem muito mais distinções entre eles, incluindo o próprio mecanismo de funcionamento.
Para entender melhor esse mecanismo, voltar um pouco às aulas de Física pode ajudar. Isso porque devemos considerar que a força necessária para colocar um corpo em movimento é maior quanto menor for a sua velocidade.
É por isso que há quem chame a marcha lenta dos carros de “marchas de força”. São também assim conhecidas porque elas imprimem torque maior ao motor, através de relações de engrenagens mais altas.
Já as marchas de velocidade operam seguindo lógica contrária.
Sendo assim, quando comparamos o câmbio manual com os outros, podemos perceber que a diferença, além da forma de acionamento das marchas, está também na própria liberdade de escolha do motorista.
No câmbio automático, por exemplo, não é possível dar partida no carro em segunda marcha.
A escolha da marcha adequada, nos câmbios manual e automatizado, fica a cargo exclusivo do motorista.
Já no automático, o motorista não pode escolher as marchas, pois tudo é feito de forma automática pelo sistema de engrenagens e outros componentes no interior do câmbio.
Dessa forma, não se usa o pé esquerdo para dirigir carros automáticos ou automatizados, uma vez que não há pedal de embreagem.
O câmbio manual normalmente é escolhido por ser a única opção em modelos de entrada.
Além disso, se bem utilizado, ele tem manutenção mais barata e consumo menor do que o automático.
Deixando o custo de lado, há ainda quem prefira trocar manualmente as marchas por gostar de “sentir” o carro e ter absoluto controle do veículo.
Já o câmbio automático tem uma compra e uma manutenção mais cara, normalmente. Mas é importante salientar que ele exige reparos menos frequentes do que acontece com o manual.
Assim, a conta é menos óbvia do que muitos pensam. Além disso, considerando consumo de combustível, os carros automáticos costumavam ser bem mais gastadores no passado e estão cada vez mais eficientes.
E se a preferência for pelo câmbio automatizado, o motorista poderá contar com preço um pouco mais acessível de manutenção e, ao mesmo tempo, usufruir do maior conforto oferecido pela dispensa de acionamento do pedal de embreagem.
Sim, vale o investimento se a sua prioridade é ter conforto e facilidade ao dirigir e, claro, se você puder arcar com o preço de um carro equipado com câmbio automático.
No entanto, é muito importante vistoriar minuciosamente o veículo a ser comprado, no caso de ser usado.
A primeira medida é verificar possíveis vazamentos de fluido do câmbio automático. Um indicador de problemas graves é a presença de manchas avermelhadas no local onde o carro permanecer estacionado. Fuja de carros que apresentarem esse problema.
Aqui vai uma dica valiosa: o vazamento do fluido do câmbio automático pode ser canalizado pelo protetor do cárter (o famoso “peito de aço”), acumulando-se em sua superfície e chegando ao solo com aspecto igual ao de óleo de motor.
Por isso, além da inspeção visual, verifique o odor e a coloração. Fluido de câmbio automático cheirando a queimado e de cor amarronzada é um péssimo sinal.
Carros com câmbio automático também têm uma luz indicadora de problemas no câmbio, localizada no painel do carro. Se essa luz acender quando der a partida, abandone a compra.
Uma outra forma de detectar problemas é fazendo test drive “a quente”. Isso significa que tanto o câmbio e o motor deverão estar aquecidos, o que se consegue rodando pelo menos 25 quilômetros.
Somente após percorrer essa distância problemas como trepidação ou oscilações nas trocas de marchas poderão ser percebidas.
Todas essas precauções têm como objetivo assegurar a aquisição de um veículo com câmbio automático em perfeitas condições.
Afinal, trata-se de um componente cuja manutenção não sai por menos de R$ 2 mil.
Isso se o câmbio a apresentar problemas não tiver tanta tecnologia agregada, já que nesses casos um conserto pode até inviabilizar totalmente a aquisição do veículo.
Entre as principais vantagens proporcionadas pelo câmbio automático certamente estão o grande conforto e facilidade que oferece na direção.
Não é necessário realizar as constantes trocas de marchas exigidas em veículos com câmbio manual.
Basta ligar o carro, engatar a posição “D”, acelerar e frear quando assim for necessário.
Não há risco de o carro morrer por ter parado com alguma das marchas engrenada, ou seja, você não precisa se preocupar com a posição de seu pé esquerdo. Ele jamais será necessário para conduzir um carro automático.
Se, por um lado, modelos automáticos representam grande conforto, é na hora dos reparos que eles se revelam não tão vantajosos assim.
Isso porque o custo da mão de obra e componentes são bastante elevados. Um kit de câmbio automático apenas pode custar, dependendo do modelo do carro, mais de R$ 2 mil.
Nesse sentido, é igualmente importante se planejar para poder arcar com os custos de manutenção de um carro automático sem sustos. Conforto é bom, mas não sai de graça.
Dirigir um carro automático é muito simples. Em termos de noção de espaço e localização, nada muda em relação a um carro com câmbio manual e continuam valendo as técnicas para fazer manobras, baliza e circulação.
O grande diferencial está na forma de dirigir, que passa a ser totalmente diferente. A principal diferença é que o carro automático não exige passagem de marchas nem acionamento do pedal da embreagem.
Sendo assim, basta apenas engatar a alavanca do câmbio na posição D e acelerar, freando quando assim for necessário, e nada mais. Nas paradas, não existe ponto morto, e sim a posição N, de neutro.
E para engatar marcha à ré, basta posicionar o câmbio na letra R (“Reverse”, em inglês). Para isso, não esqueça de ter o veículo completamente parado, para não comprometer as engrenagens.
Para usar o câmbio automático, você só precisará ter atenção às posições da alavanca ao estacionar e ao dirigir, para frente e para trás.
Uma vez parado, a posição correta é indicada pela letra P, de parking (estacionamento). O freio de mão deve ser puxado.
Para dar a partida no carro, é necessário que o câmbio esteja nessa posição, e o freio seja acionado, caso contrário o carro não vai ligar. Em seguida, passe da posição P para a posição D e então comece a acelerar.
As letras no câmbio automático têm significados bastante simples de serem compreendidos. São elas:
O acelerador, assim como no carro com câmbio manual, é acionado pisando com o pé direito.
Quando pressionado, o carro acelera, progredindo normalmente sem a necessidade de se executar a troca de marchas.
Para desacelerar, basta retirar o pé do pedal, e o carro diminuirá a velocidade conforme a retirada do pé for mais ou menos brusca.
O acionamento dos freios também não muda nos carros automáticos. Deverá ser feito com o pé direito, o único a ser utilizado na direção com câmbio automático.
Pise nos freios normalmente, tal como faria em carro com câmbio manual.
Não há diferença com relação às multas aplicadas em motoristas que guiam carros com câmbio manual ou automático.
Todos devem seguir os mesmos limites de velocidade e estarão sujeitos às mesmas penalidades, com a perda de pontuação e pagamento de multa previsto em lei.
O que se discute atualmente é, nos exames de direção, ser facultada ao candidato fazer o teste com carro automático.
Caso optem por se habilitar no exame com carro automático, sua habilitação permitirá conduzir apenas veículos desse tipo.
Nesse caso, se for flagrado conduzindo carro com câmbio manual, incorrerá em penalidade gravíssima, com perda de 7 pontos, multa de R$ 191,23 e remoção do veículo.
No entanto, tal regra ainda não está valendo. O projeto de lei ainda em tramitação na Câmara dos Deputados, dependendo de aprovação dos legisladores e sanção presidencial para poder de fato ser aplicado.
Existem cuidados que precisam ser observados por quem tem carro automático, a começar pelo fluido de câmbio, que deve ser trocado a cada 40 mil km rodados.
Há modelos, contudo, em que essa troca deve ser feita a cada 80 mil km. Consulte o manual do veículo para se certificar da quilometragem certa.
Na hora da compra de um usado, inspecionar o carro em busca de possíveis vazamentos também é recomendável, bem como dedicar atenção ao líquido de arrefecimento do motor.
E muita atenção à luz de advertência no painel. Se ela acender, prepare-se, pois indica um problema grave no câmbio automático. Se possível, leve o carro rebocado para uma oficina o mais rápido que puder.
Como opera em elevadas rotações, o câmbio automático representa um consumo maior de combustível em relação a veículos de câmbio manual, desde que utilizado corretamente.
Essa diferença já foi maior no passado. Hoje, os carros automáticos são cada vez mais eficientes e pode ser quase imperceptível um aumento no consumo.
Como vimos, a parte mais importante da manutenção do câmbio automático é a troca periódica do fluido de câmbio, geralmente a cada 80 mil ou 40 mil km rodados.
Tal como o óleo do motor, o de câmbio também acumula impurezas que podem levar o sistema a travar.
Utilizar o líquido de arrefecimento apropriado também ajuda a manter as temperaturas ajustadas.
Isso porque, caso o motor ferva, o câmbio automático ferve junto, o que faz com que seus componentes sejam seriamente avariados.
Ter um carro com câmbio automático é sinônimo de conforto e praticidade. Mas é preciso estar preparado para despender um valor maior pelo veículo e para as manutenções mais caras, quando elas forem necessárias.
Além disso, o consumo de um veículo automático costuma ser maior do que o de um manual.
Dirigir um carro automático é bem diferente de um com câmbio manual, mas não chega a ser algo que o impeça de vir a conduzir ambos os tipos.
Até o momento, não há nenhuma distinção do ponto de vista legal. Carros com câmbios manual, automático e automatizado são rigorosamente iguais perante o Código de Trânsito Brasileiro.
Muitas autoescolas, inclusive, não disponibilizam carros automáticos para seus alunos. Na grande maioria, os carros são apenas de câmbio manual.
Mas um alerta precisa ser dado: carros automáticos podem se tornar um convite ao excesso de velocidade, principalmente para motoristas que ainda não estão habituados às suas retomadas.
Sem embreagem, a tendência é de pisar fundo no acelerador, o que aumenta as chances de ser flagrado pela fiscalização eletrônica em velocidade acima da permitida.
Em caso de multa por excesso de velocidade, lembre que o recurso está à disposição e é uma forma de proteger seus direitos.
Para tanto, os prazos e procedimentos são os tradicionais: uma vez flagrado, o motorista é notificado dentro de 30 dias, tendo após a notificação outros 15 dias para interpor recurso.
Se a notificação é por autuação, entra-se com a defesa prévia, mas se for notificação de penalidade, o recurso deverá seguir direto para a Junta Administrativa de Recursos de Infrações (Jari).
Com tantos detalhes, é bom fazer sua defesa de forma embasada e com o apoio de profissionais. Arriscar a interposição de recurso na base do improviso pode custar muito mais do que a assistência de quem já tem experiência em recursos de multas.
De qualquer forma, no câmbio automático ou manual, não esqueça que a direção defensiva é o melhor caminho não apenas para o seu bolso e para o seu prontuário, mas também para a sociedade e a segurança de todos.
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