Você sabia que o freio ABS é obrigatório no Brasil desde 2014?
É verdade!
Se você tem em casa um modelo fabricado posteriormente a isso, com certeza ao pisar no freio aproveita um sistema antitravamento que salva vidas.
Mas, afinal, como funciona um freio ABS?
E quais as diferenças entre o freio ABS e freio a disco?
Se você tem essas dúvidas, está no artigo certo.
Ao longo da leitura, você vai conferir informações mais do que completas sobre esse sistema desenvolvido primeiro para aviões.
Hoje, ele é indispensável para tornar a condução de carros mais segura, mesmo em condições adversas.
Quer saber mais sobre o sistema de freios ABS?
Então, fique ligado!
O Que é Freio ABS
O freio ABS, do inglês Anti-lock Braking System (Sistema de Freio Antitravamento), nada mais é do que um sistema que evita o travamento das rodas em frenagens de emergência.
Mas ao analisarmos esse conceito, pode parecer que se trata de um freio comum.
Não é nada disso.
O freio ABS tem uma tecnologia evoluída, que impede que o veículo derrape e perca a aderência com a pista.
Como você pode perceber, isso proporciona maior segurança e facilita a dirigibilidade do veículo.
Um dos aspectos mais interessantes é que esse sistema torna possível ao condutor desviar de obstáculos na pista enquanto freio.
Isso acontece porque a distância de parada pode ser reduzida em até 30%.
Na prática, o veículo dotado de ABS não derrapa nessas situações.
E vale ressaltar que a derrapagem sempre foi uma das principais causas de acidentes, principalmente em rodovias.
A partir do momento em que o item se tornou obrigatório nos carros nacionais, isso acabou aumentando o nível de segurança do condutores e demais ocupantes.
Ainda assim, como você deve saber, o trânsito brasileiro segue como um dos mais violentos do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Para o engenheiro mecânico, André Brezolin, a obrigatoriedade do freio ABS é um passo importante para aumentar o nível de segurança, porém não é suficiente para alcançar os patamares dos países desenvolvidos.
Ainda de acordo com Brezolin, é preciso repensar as normas e regulamentações vigentes para atingir altos níveis de segurança veicular.
No que diz respeito à tecnologia, não há com o que se preocupar.
O uso do sistema ABS abriu espaço para o uso de outros sistemas que contribuem para prevenir desastres nas estradas.
Entre eles, o ESP (Programa Eletrônico de Estabilidade) e o EBD (Distribuição Eletrônica de Frenagem).
Quando usados juntamente com o sistema ABS, aumentam o controle da trajetória do automóvel em condições adversas.
Entre elas, podemos citar desníveis em pista molhada ou seca e mesmo em frenagens em curvas.
É exatamente isso que você leu: carros com ABS podem frear em curvas.
Quando surgiu?
Em 1929, Gabriel Voisin, pioneiro francês da aviação, desenvolveu o primeiro sistema para uso em aeronaves.
Esse equipamento possuía um volante e uma válvula que eram ligados a uma linha hidráulica, que, por sua vez, alimentava os cilindros de travagem.
Para suavizar o movimento da roda, quando o sistema era acionado, o volante era acoplado a um tambor que girava com a mesma velocidade dela.
As travas antitravamento começaram a ser testadas em motocicletas na década de 1950.
Os veículos de duas rodas tiveram a preferência da tecnologia por causa da sua instabilidade e dos alto índices de derrapagem registrados.
Foi então que especialistas notaram que a distância da parada foi reduzida.
Isso em comparação com o travamento dos freios convencionais, principalmente em pistas escorregadias.
Em automóveis, o sistema ABS totalmente mecânico começou a ser usado na década de 1960, nos carros de corrida Ferguson P99 e Jensen FF.
Nessa mesma década, foi desenvolvido um sistema ABS eletrônico para ser utilizado no avião Concorde.
Já em 1978, a Bosch desenvolveu o sistema ABS utilizado atualmente.
Primeiramente, ele foi empregado em veículos da Mercedes-Benz e, depois, nos da BMW.
Sim, no início, essa era uma tecnologia restrita a carros de luxo.
Mas a violência no trânsito fez a situação mudar.
O primeiro carro produzido no Brasil com freio ABS foi um Volkswagen Santana, em 1991.
Logo em seguida, a Chevrolet também adotou esse sistema no Ômega.
Nos anos 2000, o uso do sistema ABS atingiu o índice de 60% dos veículos fabricados em todo o mundo.
Componentes do Freio ABS
Como já destacado, o freio ABS deve evitar o travamento das rodas.
Além disso, é esperado que reduza a distância de frenagem em relação ao sistema sem ABS.
Também deve reagir adequadamente a variações de atrito entre os pneus e a pista.
Porém, para ser considerado minimamente eficaz, ele deve realizar tudo o que citamos acima com pouco ou quase nenhum ruído e vibrações para o condutor do veículo.
Sendo assim, é importante que todos os componentes estejam em pleno funcionamento.
Você sabe quais são eles?
Listamos abaixo os itens que fazem parte do sistema ABS e explicamos para que serve cada um.
Sensor de velocidade
É responsável por informar qual o estado da roda, o que vai determinar o momento de acionar as válvulas solenoides ou atuadores.
Existem dois tipos de sensores de velocidade:
-
Indutivo: capaz de medir a proximidade de objetos metálicos que entram em seu corpo magnético;
-
Efeito Hall: quando sob a aplicação de um campo magnético, acaba realizando uma variação em sua tensão de saída.
Unidade hidráulica
Os principais itens desse componente são:
-
Bomba de retorno: leva o fluido de freio de volta para o cilindro mestre;
-
Câmara acumuladora: onde fica o fluido até que a bomba seja ativada;
-
Válvulas solenoides: responsáveis por aumentar e reduzir a pressão de frenagem.
Unidade de Controle Eletrônico (ECU)
Ela possui uma EEPROM (memória não-volátil), na qual ficam armazenadas as falhas detectadas pelo sistema.
Dentro dela, ainda estão os microprocessadores, que são responsáveis pelos cálculos e também pela tomada de decisão sobre o sistema de frenagem.
Já os circuitos de entrada e saída servem para levar os dados dos sensores para a ECU e os seus comandos para os atuadores.
Existe ainda no interior da ECU um software que realiza o controle do hardware, o autodiagnóstico, o comando do sistema e a interface via scanner.
Toda a troca de dados entre o sistema ABS e os demais sistemas do automóvel é realizada pela rede CAN (Controller Area Network).
É inegável que estamos falando de uma tecnologia complexa.
Mas para você, motorista, o que importa é que ela funciona e ajuda a preservar a sua integridade.
Como Funciona um Freio ABS
Podemos dizer basicamente que o freio ABS funciona como um sistema eletrônico que, através de sensores, consegue comparar a rotação de cada roda com a velocidade do veículo, 20 vezes por segundo.
Sendo assim, quando o motorista pisa no freio, os sensores captam a informação e passam para a unidade de controle do ABS.
Caso ela detecte que uma ou mais rodas podem travar, o sistema entra em funcionamento, em questão de milissegundos, impedindo que isso aconteça.
É tudo tão rápido que não há como o condutor do veículo sequer perceber o que acontece.
Isso porque o sistema de freios ABS modula a pressão de frenagem em cada roda individualmente, mantendo o carro estável e sob controle.
Mas nem tudo ocorre sem que você note.
É possível que, quando o ABS entra em ação, o condutor sinta uma trepidação no pedal.
Não necessariamente é um indicativo de problema.
Mas se isso ocorrer e quiser tirar a dúvida quanto a um possível problema, vale consultar um mecânico.
O que ocorre ao frear
Explicando um pouco melhor o funcionamento do freio ABS, o sistema executa três procedimentos principais: o aumento, a manutenção e a redução da pressão do fluído de freio.
Isso significa que, quando o freio é acionado, o atrito com a pista e a carga aplicada sobre os pneus vão determinar em que grau de facilidade o sistema vai bloquear as rodas.
Existem variantes do sistema, classificadas conforme o número de canais existentes e de sensores de velocidade.
Podemos citar como os tipos mais comuns:
-
4 canais (dianteiro/traseiro);
-
4 canais (diagonal);
-
3 canais (dianteiro/traseiro);
-
1 ou 2 canais (dianteiro/traseiro).
O sistema de quatro canais com quatro sensores é o mais utilizado e que se adapta tanto à configuração dianteiro/traseiro quanto à diagonal.
Cada roda possui um circuito hidráulico próprio, o que resulta no monitoramento e também no controle individual da pressão do freio.
As rodas da frente são monitoradas separadamente.
O sistema mais restrito de todos, limitados a alguns tipos de veículos, é conhecido como de um ou dois canais.
Ele pode ter de um a três sensores de velocidade, com configuração dianteiro/traseiro.
Freio ABS e Freio a Disco – Diferenças
Você pode estar se perguntando: por que o freio ABS é tão importante, a ponto de se tornar obrigatório?
Pois bem, o freio é uma das principais peças de um veículo.
Isso você já sabe, é claro.
É impossível dirigir um carro com segurança sem ter a certeza de que o freio está funcionando com perfeição.
A sua manutenção, com uma certa periodicidade, é de extrema importância para assegurar a proteção do condutor e também dos passageiros de um automóvel.
Apesar da obrigatoriedade do freio ABS, em carros fabricados a partir de 2014, ainda existe no mercado muitos veículos com outro tipo de freio.
Isso ocorre devido ao mercado de usados, com veículos anteriores a essa data e que ainda foram produzidos sem o sistema.
Então, vamos falar um pouco sobre os dois tipos de freios mais conhecidos: ABS e a disco.
A grande diferença entre eles está na maneira como ocorre o bombeamento do fluido das pastilhas.
O freio ABS possui um sistema que impede que o carro pare por completo, de uma vez, evitando derrapagens.
Nesse caso, o motorista tem o controle total do veículo e corre menos riscos.
Já o freio a disco trava todas as rodas do automóvel no momento em que o condutor pisa no pedal.
E isso acaba facilitando a derrapagem e a ocorrência de acidentes.
Outra diferença entre eles é o tipo de atrito com o solo.
Enquanto o freio ABS possui atrito estático, o freio a disco possui atrito cinético.
Essa característica impede que o carro responda a uma tentativa de mudança de rota, uma vez que as rodas estão travadas.
Um outro item importante é que o freio ABS possui sensores de velocidade e rotação instalados nas rodas, que garantem maior segurança no momento da frenagem.
Apesar da maior segurança dos carros com freio ABS, o motorista deve estar sempre atento e, em pista molhada, o melhor a se fazer é sempre diminuir a velocidade.
Em bom português: a tecnologia do sistema é ótima, mas o funcionamento adequado também depende de você.
Vantagens do Sistema de Freios ABS
Você já deve ter percebido que o sistema de freios ABS possuem grandes vantagens.
Tanto é assim que se tornou obrigatório.
Sinônimo de segurança, o freio ABS é um item de série de todos os veículos novos, nacionais ou importados, fabricados a partir de 2014.
Neste tópico, vamos entender melhor as razões para comprar um carro que ofereça essa tecnologia.
Confira!
Parada gradual do automóvel
Ao invés de frear as rodas de uma vez e parar o carro, o sistema ABS evita o travamento total delas.
Assim, realiza a parada completa, em pista seca, 32 metros após o pedal ser acionado.
Já em pista molhada o carro para cerca de 40 metros após a freada.
Porém, apesar desses 10 metros a mais, o tempo de frenagem em pista molhada do freio ABS é menor do que o tempo de frenagem em pista seca do freio a disco.
Controle da direção
O sistema é responsável por parar o carro sem perder a sua dirigibilidade.
Ou seja, o condutor consegue, mesmo após a frenagem, realizar manobras, como desviar de obstáculos.
Sistema antiderrapante e antideslizante
Como as rodas não travam, como em carros com freio a disco, o veículo não derrapa e nem desliza.
Isso também serve para solos com baixa aderência, como pista molhada, grama e areia.
Aumento da segurança
Todo o trabalho do sistema ABS para não travar as rodas, evitando as derrapagens, diminui o risco de acidentes.
Isso ocorre principalmente em pistas cuja velocidade máxima permitida é mais alta.
Preço médio
Atualmente, todos os carros novos já possuem o freio ABS de fábrica.
Porém, em alguns modelos mais antigos, é possível realizar uma adaptação.
Para isso, é preciso verificar com a concessionária da rede autorizada da sua montadora.
Afinal, antes da obrigatoriedade, muitos fabricantes vendiam o freio ABS como opcional.
Nesse caso, o preço podia variar entre R$ 1.500 a R$ 3.000.
Agora nos carros que já possuem o ABS, a troca de uma peça ou outra acaba sendo, obviamente, mais barata do que todo o conjunto.
O preço varia de acordo com o item e também com o local em que deseja realizar a manutenção.
Por falar nela, o próximo tópico vai ensinar como cuidar melhor do seu freio ABS.
Manutenção e Cuidados
Os mecânicos costumam dizer que é possível perceber quando o freio precisa de revisão.
Segundo opina Lucas Henrique Pinheiro, técnico em mecânica, o carro dá sinais de que necessita ser vistoriado.
Ele começa a apresentar certo barulho, além da trepidação do pedal e do volante.
O próprio freio ABS também possui uma inteligência elétrica que avisa quando é detectada alguma irregularidade.
Caso algo não esteja em perfeito funcionamento, uma luz é acesa no painel.
É importante que você procure um mecânico com urgência, para averiguar a gravidade do problema.
Ainda de acordo com o técnico, o primeiro passo é revisar a pastilha.
Um carro usado na rodovia costuma andar 20 mil quilômetros com um jogo de pastilha, enquanto um veículo usado na cidade precisa de manutenção a cada 10 mil quilômetros.
O freio ABS exige uma manutenção cautelosa, assim como os freios convencionais.
Uma das partes mais críticas está na realização da sangria do fluído de freio sem que o ar ingresse no módulo hidráulico.
Vamos falar um pouco mais sobre a manutenção e os componentes que merecem maior atenção.
Fique ligado!
Troca do fluído de freio
É importante tomar muito cuidado ao realizar esse processo, pois é muito difícil expulsar o ar (caso entre) das câmaras internas do módulo hidráulico.
Dependendo do sistema, ele pode conter de 8 a 10 câmaras.
Os procedimentos de sangria variam conforme cada modelo de carro.
Quando não há nenhuma especificação, o ideal é realizar após o desligamento da central hidráulica do ABS.
Em alguns veículos, é possível realizar a sangria sem a necessidade de uma ferramenta específica ou de um scanner.
Outros já possuem a manutenção mais complicada, sendo necessário o cumprimento exato do procedimento estabelecido pelo fabricante.
Substituição das pastilhas
A troca da pastilha de freio, em um sistema do tipo convencional, é feita através do retorno dos pistões das pinças de freio.
Já no sistema ABS, é importante abrir o parafuso sangrador da pinça de freio.
A medida objetiva que, ao forçar o retorno do pistão, não haja saída de fluído para o módulo hidráulico.
Troca do sensor de rotação
É possível detectar uma sujeira ou até mesmo o rompimento do sensor da roda, uma vez que ele é muito fino.
Caso isso aconteça, é necessário realizar a troca do sensor, pois ele é quem informa o estado da roda e, assim, determina o momento de acionar as válvulas solenoides.
É importante ressaltar que o freio ABS necessita uma manutenção com maior frequência, ou a cada 12 meses ou a cada 10 mil quilômetros.
Isso porque ele é mais suscetível ao entupimento em suas unidades hidráulicas.
Ao encaminhar para revisão, busque sempre uma oficina especializada.
O barato sai caro. E com freios não se brinca.
Conclusão
Você conferiu neste artigo um guia completo sobre o sistema de freios ABS.
Agora, sabe como funciona um componente tão importante para a sua segurança.
A principal função do freio ABS é impedir que as rodas travem diante de uma frenagem inesperada, permitindo que o motorista permaneça no controle do veículo.
Nos carros que não possuem esse sistema, as rodas são travadas imediatamente e o automóvel é arrastado em linha reta.
Vem daí a facilidade de ocorrer derrapagens.
Infelizmente, em várias oportunidades elas acabam em um acidente de trânsito.
Já nos veículos com freio ABS, o não travamento das rodas permite que o condutor consiga realizar algumas manobras, como saídas em curvas e desvios de obstáculos.
Para que o sistema funcione e as rodas realmente parem gradualmente, o freio ABS possui sensores que medem a velocidade do carro e também a rotação da roda.
Se o sistema notar que uma das rodas travou, ele reduz a força do freio individualmente, fazendo com que o veículo pare mais rapidamente.
É uma tecnologia inteligente, que ajuda muito o motorista.
O freio ABS também é muito eficiente em pista molhada, uma vez que, ao impedir que a roda trave, mantém o carro firme no solo.
Todas essas vantagens citadas ao longo deste artigo fazem com que o freio ABS proporcione maior segurança no trânsito e ajude na redução de acidentes.
Como você viu, desde 2014, todos os carros fabricados no Brasil possuem o freio ABS como item de série.
Até então, ele era vendido como adicional, podendo chegar a R$ 3.000.
Assim como qualquer tipo de freio, o ABS também necessita de manutenção.
O ideal é checar anualmente a situação do freio e de seus componentes.
Os problemas mais comuns se dão nos sensores (que podem se romper, pois são muito finos), nas pastilhas (que ficam desgastadas com o tempo), além da troca do fluído de freio.
Todos esses procedimentos devem ser realizados com muita cautela, seguindo as instruções do fabricante, para evitar que outros problemas apareçam.
Com essas informações, você está preparado para fazer bom uso dos freios ABS e pegar a estrada em segurança.
Ficou com alguma dúvida?
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Referência:
- http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2012/08/instalacao-de-freios-abs-reflete-no-bolso-do-consumidor-de-sao-carlos.html