Comportamento no Trânsito: Dirigir com Raiva pode ser Fatal

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Nosso comportamento diz muito sobre quem somos. A forma como nos colocamos diante das situações pode torná-las mais simples ou mais complexas.

O mesmo acontece com o nosso comportamento no trânsito. Tudo depende de como reagimos às circunstâncias boas e más.

Você se questiona sobre as suas próprias atitudes enquanto dirige? Já pensou como o seu comportamento no trânsito afeta a vida de outras pessoas?

Não só no trânsito, como em qualquer âmbito da vida social, temos o hábito de julgar e criticar condutas alheias.

Essa característica é saudável, desde que, além de percebermos as atitudes inapropriadas no outro, também sejamos capazes de reconhecer nossos próprios comportamentos inadequados.

Essa faceta aplicada ao ato de dirigir pode reduzir os riscos de acidentes, uma vez que nos faz refletir sobre as consequências de determinadas atitudes antes de agirmos.

Normalmente, os motoristas utilizam o trânsito como uma válvula de escape, justificando o mau comportamento por conta do estresse diário e da rotina apressada.

Desse modo, liberam seus impulsos e ansiedade agindo, muitas vezes, de forma exaltada e imprudente.

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Mas será que essa postura é benéfica ao trânsito?

Pensando nisso, preparei este conteúdo voltado aos aspectos comportamentais que podem estar envolvidos na condução de um veículo. Nele, você saberá quais fatores são motivadores da raiva nos condutores e, ainda, quais técnicas podem ajudá-lo a manter a calma durante essa atividade.

 

Preste Atenção em seu Próprio Comportamento no Trânsito

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As ações de uma pessoa, e o modo como ela age em relação aos estímulos ambientais, determinam direta ou indiretamente os eventos cotidianos.

Em outras palavras, nossas atitudes – motivadas pelos estímulos do ambiente – geram efeitos que se refletem em outras ações. Parece bobagem, mas é pura lógica.

Com certeza você já ouviu falar sobre a lei de causa e efeito, ação e reação, ou lei do retorno. Esse princípio sustenta a teoria de que todas as nossas atitudes (ações) geram consequências (reações).

Essa é uma noção importante para discutirmos as condutas aplicadas ao trânsito.

É inegável que vivemos em um mundo de consequências positivas e negativas e o trânsito faz parte desse espaço. Ou seja, nele também podemos observar os resultados de nossas atitudes.

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Fazer julgamentos é inevitável, inerente ao ser humano. Dificilmente conseguiremos nos guiar no mundo sem julgarmos minimamente o que nos rodeia.

O problema é quando não admitimos a possibilidade de sermos responsáveis por determinado evento, atribuindo a “culpa”, na maioria das vezes, às outras pessoas envolvidas na situação.

Nesse ponto, bloqueamos nossa capacidade de olhar por outro ângulo, o que contribui para que essas mesmas ações sejam repetidas em ocasiões futuras.

Por isso, é importante que tenhamos em mente que somos seres humanos e, naturalmente, estamos sujeitos a avaliar os comportamentos de outras pessoas, mas precisamos considerar que, assim como elas cometem desvios, nós também estamos propensos a fazer o mesmo.

Um indivíduo que não prevê os riscos envolvidos em sua conduta tende a subestimar essas ações, o que, por sua vez, contribui para a ocorrência de acidentes.

É comprovado que o comportamento individual é o principal fator motivador de acidentes. Isso significa que o motorista é o maior responsável pela própria segurança no trânsito.

Evitar agir de forma imprudente é determinante para a redução dos acidentes que têm cada vez mais vitimado tantas pessoas pelas vias e estradas do país.

Mas você sabe por que as pessoas agem de forma inconsequente no trânsito?

É o que mostrarei a você no tópico a seguir.

 

A Raiva é o Principal Sentimento Responsável Pelo Mau Comportamento no Trânsito

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Os efeitos da raiva são extremamente nocivos às relações no trânsito

O sentimento de raiva pode ser definido como um distúrbio do equilíbrio emocional do indivíduo. Esse sentimento pode ser desencadeado em resposta aos estímulos externos, recebidos constantemente pelo ser humano.

Uma declaração de amor, por exemplo, representa um estímulo externo (ação direcionada a alguém) que provoca uma resposta (sentimento de satisfação, repulsa, medo etc.).

Esses sentimentos são mecanismos que nos impulsionam a tomar certas atitudes. A raiva, por ser um sentimento tão intenso, negativo e difícil de conter, estimula os maus comportamentos.

O espaço conturbado e, muitas vezes, caótico do trânsito é um dos fatores desencadeadores do mau comportamento dos condutores.

Ao recebermos os estímulos negativos do trânsito, tendemos a emitir uma ação agressiva como resposta.

Por exemplo, imagine uma situação em que você está dirigindo tranquilamente, e um ciclista, de repente, corta a frente do seu veículo, fazendo com que você precise frear bruscamente.

Essa situação seria muito propícia a despertar em você o sentimento de raiva. Frente a esse acontecimento, qual seria a sua reação? Você seria capaz de relevar e seguir seu caminho sem se exasperar?

Já se tornou comum para nós presenciarmos os condutores exaltados uns com os outros.

Não seria surpreendente se você acabasse reagindo de forma agressiva.

No entanto, essa atitude poderia desencadear ainda mais problemas, não só entre você e o ciclista, como também entre outras pessoas.

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O Comportamento Agressivo no Trânsito Não é Normal

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Os comportamentos violentos são responsáveis por mais da metade das mortes no trânsito

Peça a qualquer pessoa para fazer comentários a respeito do trânsito e, sem dúvida, uma das respostas será sobre o quanto dirigir é estressante.

Já nos adaptamos a essa realidade e praticamente nem consideramos uma possibilidade distinta.

Porém, ainda que o sentimento de raiva esteja associado ao ato de dirigir, não é normal comportar-se de maneira agressiva, justificando o comportamento pelo fato de o trânsito ser problemático.

Todos nós somos mais ou menos responsáveis pelos eventos com os quais nos envolvemos.

Assim como temos nossos direitos assegurados, de um lado; de outro, temos deveres.

No trânsito, esses deveres são relativos à obediência às leis de trânsito, ao respeito aos integrantes desse espaço e ao controle de nossas emoções e condutas.

Quando não conseguimos seguir esses preceitos, deixamos de cumprir com nossos deveres.

Assim, além de prejudicarmos outras pessoas, nos tornamos propensos a cometer infrações.

A raiva impulsiona o motorista a transgredir as normas. Como podemos ver no infográfico, um dos comportamentos motivados pela raiva é exceder o limite de velocidade.

Um condutor impulsivo, além de ser excessivamente confiante ao volante, não costuma medir consequências, ou seja, não prevê riscos.

Portanto, esse condutor desconsidera os riscos envolvidos no ato de exceder a velocidade, infração prevista no artigo 218 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB):

“Transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local, medida por instrumento ou equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito rápido, vias arteriais e demais vias:

I – quando a velocidade for superior à máxima em até 20% (vinte por cento):

Infração – média;

Penalidade – multa;

II – quando a velocidade for superior à máxima em mais de 20% (vinte por cento) até 50% (cinqüenta por cento):

Infração – grave;

Penalidade – multa;

III – quando a velocidade for superior à máxima em mais de 50% (cinqüenta por cento):

Infração – gravíssima;

Penalidade – multa [3 (três) vezes], suspensão imediata do direito de dirigir e apreensão do documento de habilitação.”

Como você pode observar, a infração por excesso de velocidade pode ser praticada em 3 níveis distintos.

O primeiro diz respeito a uma infração de natureza média, logo, o condutor que ultrapassa em 20% o limite de velocidade na via, recebe 4 pontos em sua carteira de habilitação, correspondente à multa no valor de R$130,16.

Já no segundo caso, por velocidade excedida entre 20% e 50% acima do limite na via, a infração de natureza grave gera 5 pontos à carteira de habilitação do condutor, e multa no valor de R$195,23.

O terceiro caso é relativo à velocidade máxima excedida acima de 50%. Essa infração de natureza gravíssima rende 7 pontos à carteira de habilitação do condutor, multa no valor de R$293, 47 e instauração do processo de suspensão da CNH.

O recebimento de determinada pontuação no documento de habilitação e o pagamento da multa pecuniária são consequências negativas ao condutor. Porém, não são as únicas.

O excesso de velocidade na direção pode ser fatal, tanto para o motorista e seus passageiros quanto para outras pessoas.

Mais da metade das mortes no trânsito ocorre por conta da raiva, pois ela estimula a necessidade do motorista de agir impulsivamente.

A ação impulsiva, nesse caso, produz um efeito satisfatório no condutor. É a forma que ele encontra de liberar toda a carga negativa adquirida em função dos fatores adversos.

O motorista que permanece por muito tempo preso em um congestionamento, por exemplo, tende a liberar seus impulsos, durante o engarrafamento, nesse caso, discutindo com as outras pessoas; ou assim que a circulação de veículos volta ao normal, cometendo desvios ao volante.

O que Posso Fazer para Evitar a Raiva no Trânsito?

Quando comento a respeito deste assunto com alguns leitores motoristas, uma das perguntas que me fazem é: como evitar sentir raiva no trânsito?

E a minha resposta para essa questão é: dificilmente você conseguirá evitar esse sentimento.

Ter emoções é humano, portanto, sentir raiva é natural. O que não deve ser encarado como normal é haver um comportamento agressivo em função disso.

Os efeitos da raiva podem ser devastadores quando não controlados, não só no trânsito, como na vida da pessoa que não busca meios de equilibrar-se emocionalmente. Quando a raiva não é controlada no nosso organismo, podemos desenvolver, inclusive, doenças psicossomáticas.

Esse é mais um fator que contribui para a necessidade de refletirmos sobre nossos comportamentos, buscando o controle emocional.

É por meio dele que nos tornamos capazes de controlar nossos impulsos.

Quer saber como é possível como amenizar a raiva e o estresse no trânsito?

 

Dicas para Manter a Calma no Trânsito

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Manter a calma ao volante não é uma tarefa nada fácil, afinal de contas, são diversas as situações desgastantes que enfrentamos no trânsito.

A quantidade excessiva de veículos e a falta de estrutura adequada das vias são apenas alguns dos fatores que favorecem o desenvolvimento de estresse e de irritabilidade nos condutores.

Apesar disso, para a segurança de todos os integrantes do trânsito, é essencial que tenhamos autocontrole.

Se você tem muita dificuldade de se controlar em situações adversas no trânsito, talvez seja uma boa alternativa consultar um profissional da área de psicologia do trânsito, a fim de entender por quais motivos a impaciência tem se manifestado e o que você pode fazer para diminuir essa influência.

Neste artigo, separei para você 3 dicas que têm me ajudado a lidar com os problemas do trânsito de forma mais tranquila.

Ouvir música – É comprovado que a música tem efeito na redução do hormônio do estresse e no aumento de níveis hormonais relacionados ao bem-estar. Mas tome cuidado com a distração, pois ouvir música pode ser relaxante demais, a ponto de fazer você perder o foco da direção.

Respire fundo – Essa dica serve para todos os momentos de estresse. Certamente, você já foi aconselhado a respirar fundo ao passar por alguma dificuldade. E esse conselho tem fundamento. Existem algumas técnicas de respiração que aliviam o estresse e a ansiedade. No trânsito, respirar profundamente pode evitar muitos transtornos.

Utilize o transporte público – Caso você esteja com o nível de estresse muito elevado, considere deixar o veículo na garagem e utilizar o transporte público. Quando já estamos irritados, a tendência é que todas as outras situações aumentem ainda mais a irritabilidade. Utilizando o transporte público, você evita que um simples incômodo no trânsito se transforme em um grave problema.

 

Conclusão

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Agir de maneira agressiva no trânsito pode ser fatal

Neste artigo, procurei salientar os perigos envolvidos no ato de dirigir impulsivamente.

Vimos que o condutor impulsivo tende a agir de maneira agressiva no trânsito, não considerando os potenciais riscos de seus comportamentos.

Como expliquei para você, sentir raiva é incontrolável, pois é parte de nossa natureza, mas esse fato não deve servir como justificativa para o mau comportamento no trânsito.

Ainda que pareça que agir de forma imprudente alivia os efeitos do estresse, o resultado desse comportamento no trânsito pode ser fatal.

Por isso é tão importante refletir sobre nossas próprias atitudes no trânsito, para que possamos contribuir com a segurança de modo geral.

Espero que o infográfico tenha facilitado na visualização das informações e compreensão da importância de manter um bom comportamento no trânsito.

E lembre-se: caso você receba uma multa injusta, minha equipe e eu estamos à disposição para ajudá-lo.

Conte comigo para o que for preciso!

Se ficou com alguma dúvida ou gostaria de enviar uma sugestão a respeito deste assunto, deixe seu comentário.

Referência:

  1. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l9503.htm

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