O carro do Google é o projeto mais promissor para o que se espera do futuro do setor automotivo: veículos 100% autônomos, que circulam pelas ruas sem intervenção humana. Ainda em fase de testes, o veículo começou a circular em 2015, pelas ruas da Califórnia, nos Estados Unidos. Alguns anos depois, ainda não se sabe quando os veículos autodirigíveis estarão à venda.
Que tal entrar no seu veículo e, em vez de dirigir até o trabalho, poder assistir a um episódio da sua série favorita?
Ou então dar uma olhada nas redes sociais, fazer uma maquiagem, ler um livro, ou até mesmo tirar um cochilo?
Parece impossível? Então talvez você ainda não conheça o carro do Google, que anda pelas ruas sem motorista, capturando imagens para o aplicativo Street View.
Isso mesmo: sem motorista!
A empresa, que é uma das gigantes mundiais de tecnologia, não cansa de nos surpreender.
Já há algum tempo, o carro autônomo é a novidade tecnológica mais esperada em diversos países.
E o carro do Google faz com que acreditemos que não falta muito tempo para que deixemos de assumir o volante.
Está curioso para saber como é possível um veículo transitar sem intervenção humana?
Para entender melhor, é preciso primeiro descobrir o que são e como funcionam os carros autônomos.
Neste artigo, trarei a você várias curiosidades sobre o assunto, e também falarei sobre outros veículos autônomos em fabricação.
Você verá:
Boa leitura!
A ideia do carro autônomo é que o passageiro realize outras atividades enquanto se desloca de um lugar a outro, uma vez que não precisará conduzir o veículo.
Portanto, uma das principais promessas de um carro com autonomia é proporcionar conforto ao passageiro.
Além disso, de acordo com seus idealizadores, tendo em vista a ausência de comandos humanos, o carro autônomo reduziria o risco de acidentes no trânsito, sendo, portanto, mais seguro.
Segundo a parceira do Google em seu novo carro autônomo, Chrysler, esse projeto tem o potencial de prevenir os acidentes que ocorrem todos os anos nas estradas.
A maior parte desses acidentes é causada por falha humana. Logo, sem a interferência humana na condução do veículo, haveria menos acidentes.
Outro benefício destacado é a possibilidade de pessoas com deficiência utilizarem o veículo sem ser necessária a ajuda de terceiros.
De acordo com o ex-diretor da empresa, Chris Urmson, o carro do Google pode ser um importante artifício para o sistema de mobilidade urbana.
E, claro, para a segurança de milhares de pessoas, que são vítimas de acidentes de carro todos os anos.
Então, quer conhecer mais sobre essa tecnologia? Siga a leitura!
Você deve estar se perguntando como exatamente funciona um carro desse tipo, não é mesmo?
Vou lhe explicar.
O funcionamento do carro do Google pode ser bem mais simples do que você imagina, e mais prático do que o funcionamento de um veículo convencional.
O carro do Google é um veículo 100% autônomo, isto é, que trafega sem a interferência de um motorista.
O primeiro protótipo do automóvel era bem compacto, com espaço para apenas dois passageiros. Ele não possuía volante, nem acelerador e muito menos freio.
Devido à parceria com a Chrysler, firmada em 2016, cerca de 100 veículos começaram a ser produzidos para incorporar o sistema de direção sem condutor.
Assim, começou a trajetória do carro autodirigível do Google. Adiante, falarei mais sobre isso.
Hoje, a tecnologia tem sido desenvolvida pela Waymo – empresa de tecnologia de carros autônomos, subsidiária da Google.
A Waymo tem um novo protótipo autônomo circulando pelas ruas de Mountain View, na Califórnia.
O carro autônomo da Waymo em si é comum, mas sua aparência externa chama bastante a atenção.
Há câmeras, sensores e radares espalhados ao redor de sua carroceria, e a letra W estampada nas duas portas traseiras.
O LIDAR (Light Detection And Ranging) – mesmo tipo de sensor utilizado em alguns radares de velocidade – é a tecnologia utilizada no veículo.
Ela serve para que o carro mapeie, em 360°, tudo o que está a sua volta, detectando obstáculos e pedestres.
A função desse aparelho é detectar a luz e formar um tipo de mapa 3D de todo o ambiente ao seu redor.
Já as câmeras servem para que a máquina identifique as sinalizações de trânsito, como os semáforos.
Internamente, o veículo é equipado com um computador, que recebe os dados dos sensores e radares, os quais detectam os obstáculos contidos nas vias.
Os obstáculos são detectados em todas as direções, a uma distância de mais de dois campos de futebol.
Esse computador é responsável, portanto, por tomar as decisões de direção do veículo.
Além disso, o protótipo mais recente conta com um volante, cujo motivo você conhecerá no próximo tópico.
A Google, assim como outras empresas norte-americanas, tem permissão para testar seus veículos em vias públicas do estado da Califórnia.
Para isso, no entanto, deve cumprir uma exigência legal: os testes são liberados, desde que haja um motorista no veículo, para assumir a direção em caso de emergência.
É por esse motivo que os carros são equipados com volante. Afinal, a interferência de um motorista não é totalmente dispensável.
Nos Estados Unidos, acredita-se que, no máximo em 3 anos, já será possível ver automóveis nas ruas sem um motorista ao volante.
O governo federal, inclusive, já definiu algumas regras para a circulação desses carros.
O maior obstáculo para colocar nas ruas um carro 100% autônomo, sem volante e sem pedais, não se trata da forma como serão usados os sensores e as câmeras.
O desafio está na existência de uma rede 5G, que conecte o veículo com mapas e sistemas de trânsito.
Além disso, é preciso haver padronização das sinalizações e criação de leis adaptadas para essa realidade.
Enquanto esses pontos não estiverem resolvidos, continuaremos apenas observando os testes realizados pelo carro do Google.
Até lá, seguiremos comprando carros tradicionais ou, no máximo, parcialmente autônomos.
No início deste ano, porém, os Estados Unidos autorizaram temporariamente, pela primeira vez, a circulação de veículo autônomo sem supervisão autônoma.
Quem recebeu a autorização foi a Nuro, empresa de robótica, que pretende usar a licença para um veículo de entregas, projetado sem acomodação para pessoas.
Essa liberação representa uma mudança na visão sobre os veículos autônomos. Afinal, o primeiro carro autônomo do Google não contava com volante nem freio.
No entanto, como eu disse, as autoridades não permitiram, à época, que o veículo circulasse pelas ruas sem a presença de uma pessoa.
A Waymo também foi autorizada a transportar passageiros em seus veículos autônomos.
E uma das exigências para que isso aconteça é, também, que haja alguém para assumir o controle do veículo, se necessário.
De qualquer modo, a Nuro fornecerá relatórios de segurança para o governo americano sobre o carro autônomo – o que poderá ser útil para futuras permissões.
A Maya Clinic, um laboratório da Flórida (EUA), também recebeu permissão para utilizar carros autônomos para o transporte de testes do novo coronavírus (Covid-19).
Desde o dia 30 de março, 4 veículos estão sendo utilizados sem a presença de um condutor. Eles foram disponibilizados pela montadora francesa Navya e pela prestadora de serviços de transporte Beep.
A ideia é evitar que os colaboradores do laboratório estejam ainda mais expostos ao vírus.
Saiba, agora, quando a Google começou seus testes com carros autônomos.
Por incrível que pareça, os primeiros sistemas de funcionamento veicular sem ação do motorista, como é o caso do piloto automático – que mantém a velocidade do veículo determinada pelo condutor –, surgiram ainda nos anos 70.
Depois disso, vieram os carros que dirigem sozinhos em baixa velocidade, porém era necessário que o motorista estivesse com a mão ao volante.
Em 2008, a Google começou as pesquisas para desenvolver carros autônomos, após Sebastian Thron, um dos seus engenheiros, apresentar a ideia aos executivos da empresa.
A tecnologia autônoma da Google foi efetivamente aplicada em 2009, em um carro Toyota Prius, em fase de testes do sistema.
Já em 2012, a empresa adaptou um Lexus RX 450 h. Os dois veículos, juntos, chegaram a percorrer mais de 400 mil quilômetros sem causar nenhum acidente.
O projeto do carro do Google começou bem antes de outros fabricantes considerarem essa tecnologia.
Mas foi somente em 2014 que um representante da empresa divulgou que já havia um protótipo e, em dezembro do mesmo ano, foi apresentado o primeiro modelo finalizado.
Em julho de 2015, a Google colocou, pela primeira vez, os carros para andar fora do Vale do Silício, na Califórnia, onde fica a sede da gigante da tecnologia.
O novo local de testes selecionado foi Austin, no estado norte-americano do Texas.
O grupo americano Alphabet, dono da Google, anunciou, em abril de 2017, o início dos testes com passageiros reais.
De acordo com John Krafcik, CEO da Waymo, o objetivo é que a maior quantidade possível de pessoas experimente a tecnologia, com diferentes perfis e necessidades de transporte.
Além da parceria com a Chrysler, a Alphabet, controladora do Google, anunciou, em setembro de 2019, uma nova colaboração.
Dessa vez, da Intel Corp, para o desenvolvimento da plataforma de computador, que permitirá que os veículos processem informações em tempo real.
Interessante, não é?
E não é apenas a Google que anda querendo dar um passo em direção a uma nova realidade automotiva.
Na seção abaixo, apresentarei a você outras empresas mundialmente conhecidas que têm feito o mesmo que a Google.
Embora a ideia de andar em um carro que não precisa ser conduzido por ninguém não esteja assim tão próxima de se tornar realidade, não é apenas a Google que testa veículos autônomos.
Outras montadoras tradicionais, como Ford, Mercedes, GM, Volvo, FCA e Tesla, também têm investido no desenvolvimento de automóveis autônomos.
Em outubro de 2016, a Tesla anunciou que todos os seus carros, a partir de então, seriam produzidos com sistema 100% autônomo.
No entanto, ele não ficará ativado, servindo apenas para o recolhimento de informações das vias, para que os veículos autônomos “entendam” o funcionamento do trânsito.
Em abril de 2017, a Apple também recebeu autorização para testar veículos autônomos na Califórnia.
Tim Cook, presidente executivo da empresa, anunciou que ela está focada em tecnologia para carros autodirigidos.
Recentemente, a Ford e a Domino’s firmaram uma parceria para testar os carros autônomos em entregas de pizza nos EUA.
Nesse primeiro momento, o motorista vai dentro do carro, porém a ideia é que funcione como se o veículo dirigisse sozinho.
Você tem palpite sobre qual será a primeira empresa a lançar o primeiro carro autônomo? Google, Tesla ou Apple?
Na verdade, de acordo com o relatório da consultoria Navigant Research, quem tem mais chances de colocar o produto no mercado é a Ford, seguida da General Motors e da Renault-Nissan.
Segundo o presidente executivo da Ford, Mark Fields, a empresa está dedicada em colocar os veículos autônomos nas ruas não apenas para quem pode comprar carros de luxo.
A ideia é oferecer veículos com um preço acessível para atingir milhões de pessoas, de modo a popularizar os carros que dispensam um motorista.
A ideia da montadora é usar os automóveis, daqui a um ano, para transportar funcionários dentro da sua sede, em Dearborn.
O plano era começar a produção em série desses veículos em 2021. No entanto, em virtude da pandemia do novo coronavírus, é possível que isso não aconteça.
Recentemente, a Ford anunciou o adiamento do lançamento do táxi autônomo. O veículo poderá ser lançado em 2022 apenas, não mais em 2021.
Conforme o diretor de operações da Ford, Jim Farley, pode haver mudança na forma de consumo dos veículos devido à pandemia.
Nesse sentido, é importante avaliar o interesse da população, a fim de adaptar a estratégia de mercado às possíveis novas demandas.
No Brasil, apesar de já existirem muitos projetos de carros que conseguem dirigir sozinhos, os avanços ainda são tímidos.
Para que essa realidade avance no país, será necessário um investimento na melhoria das condições das pistas e na padronização da sinalização de estradas e ruas.
Essas mudanças, porém, vão muito além da inserção de placas indicativas e de faixas pintadas no asfalto – o que tende a ser impeditivo.
De qualquer modo, há alguns projetos de carros autônomos nacionais em andamento. Abaixo, você poderá conferir quais são.
Aqui no Brasil, existem diversas pesquisas na área de veículos autônomos, semelhantes ao carro do Google.
Vamos conhecer algumas delas?
Em 2009, alunos e professores da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) expuseram o carro autônomo criado pelo Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento de Veículos Autônomos (GPDA), na Bienal do Automóvel, em Belo Horizonte.
O carro é controlado apenas por comandos de computador, mas é necessário que o motorista insira a rota desejada pelo GPS.
Segundo o professor Guilherme Augusto da Silva, coordenador do projeto, todos os softwares que conduzem o carro foram desenvolvidos pela UFMG, além da adaptação física do automóvel.
A câmera instalada na parte superior do carro, por exemplo, é capaz de detectar buracos, lombadas e outras adversidades na pista.
A Universidade Federal de Itajubá iniciou, em 2008 – em parceria com a Universidade da Califórnia – o desenvolvimento de um veículo autônomo inteligente, como o carro do Google, que dispensa a presença do condutor.
Inicialmente, o estudo tinha como objetivo automatizar o processo de transportes de produtos em ambientes industriais.
O processo de carregar e descarregar o carro é feito por um robô elétrico, que é o único passageiro do veículo.
Além disso, sensores e câmeras foram instalados, para que o automóvel tenha uma visão computacional.
Há também um laptop, que serve para o processamento de todos os dados e definição da navegação.
O diferencial fica por conta da navegação de pequeno alcance, que permite identificar obstáculos e encontrar estratégias para evitar colisões e buscar rotas alternativas.
O Carina 2, um veículo autônomo inteligente, capaz de trafegar em ambientes urbanos sem a ajuda de um motorista, já está em sua 2ª edição.
Ele vem sendo desenvolvido pelo Laboratório de Robótica Móvel, da Universidade de São Paulo, localizada em São Carlos.
Ele é um Fiat Palio Adventure Dualogic, que possui controle computacional de aceleração, freio e esterçamento.
O software é baseado no sistema operacional Linux Ubuntu e na plataforma ROS.
Em 2013, o carro realizou alguns testes pelas ruas de São Carlos, onde percorreu algumas das principais avenidas da cidade.
Atualmente, o Carina 2 conta com um sensor LIDAR, uma câmera estéreo, um GPS e um IMU Xsens MTi.
O Iara foi o primeiro veículo autônomo brasileiro a trafegar em vias urbanas e rodovias sem a intervenção de um motorista, em maio de 2017.
Ele foi desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Computação de Alto Desempenho (Lcad), da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
Segundo o professor Alberto Ferreira de Souza, coordenador do projeto, cujas pesquisas iniciaram em 2009, o trajeto de 74 quilômetros percorrido pelo carro representou uma conquista histórica.
Ainda, de acordo com Ferreira, foi necessária a interferência do motorista quando o veículo se deparou com semáforos no modo amarelo piscante, após a meia-noite.
Isso porque o carro não estava programado para essa situação.
Esses acontecimentos nos fazem questionar se, em algum momento de nossas vidas, ainda teremos a chance de andar em um veículo que se autodirige.
Na próxima seção, falarei brevemente sobre a opinião de alguns pesquisadores desse segmento. Confira!
Algumas montadoras como BMW, Honda, Nissan e Toyota acreditavam que 2020 seria o ano em que os carros 100% autônomos chegariam às concessionárias.
Se antes de 2020 já era difícil acreditar nessa aposta, hoje parece ainda mais improvável vermos carros 100% autônomos nas ruas.
Diante das inúmeras mudanças que ainda precisam ser feitas nas vias e na legislação, tão cedo não estaremos preparados para usufruir dessa novidade.
De acordo com a consultoria Ernst & Young, esse tipo de automóvel só terá uma presença relevante nas cidades no ano de 2025.
A Ernst & Young acredita que, daqui a 5 anos, o carro autônomo representará 4% do total de veículos vendidos no mundo.
Segundo o vice-presidente de Pesquisa e Engenharia da Ford, Ken Washington, a marca não acredita que será possível vender um modelo 100% autônomo antes de 2026.
Ele ainda reforça que a meta de 2021 é para carros que poderão, de forma independente, acelerar, frear, estacionar, fazer curvas e trocar de faixa.
Mas, ainda assim, a supervisão de um condutor habilitado será necessária.
Há quem acredite que o avanço dos carros autônomos será rápido e que, até 2035, eles podem representar 75% do total de carros vendidos.
Por outro lado, algumas empresas idealizadoras dos automóveis autônomos dizem que as gerações Y e Z – de jovens nascidos entre os anos 1980 e 2000 – não é tão adepta do transporte particular.
Os jovens, na sua maioria, esperam que os carros proporcionem experiências similares às dos aplicativos digitais e aparelhos eletrônicos.
De acordo com o líder global da Deloitte, Joe Vitale, essas pessoas podem até pagar para usar um veículo desse tipo.
De qualquer modo, elas não estão dispostas a gastar uma fortuna para ter um automóvel com custo elevado de manutenção.
Um estudo, também da consultoria Deloitte, ouviu 19 mil pessoas em 6 países do mundo, inclusive no Brasil.
Conclusão: essa geração deseja ter carro próprio, mas também está disposta a abrir mão dessa vontade para ter mais praticidade e menos gastos.
Neste artigo, eu trouxe um assunto há muito debatido entre as pessoas, sempre permeado de dúvidas: a utilização de carros autônomos.
Para isso, utilizei como base o carro do Google – considerado um dos mais completos e avançados do mercado.
Expliquei como esse veículo funciona, quando ele surgiu e por que ele não é equipado com um volante.
Como você viu, o carro do Google, que dirige sozinho, continua em fase de testes.
Além disso, embora o carro do Google seja o mais promissor, há diversas outras montadoras que também têm projetos de carros autônomos.
Apresentei a você 4 projetos de veículos autônomos em desenvolvimento aqui no Brasil.
Por fim, falei um pouco sobre o futuro dos carros autônomos, tendo por base estimativas de especialistas no assunto.
O que você pensa sobre os carros autônomos? Ficou com alguma dúvida? Deixe seu comentário abaixo.
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Assim, além de conhecer o funcionamento do carro do Google, eles saberão mais sobre carros autônomos de modo geral.
Referências:
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