Carros turbinados são veículos que têm como foco o aumento de potência sem que haja a necessidade de aumentar o tamanho do motor. Esse tipo de carro utiliza uma tecnologia de compressão de ar que permite um melhor rendimento volumétrico, ou seja, uma maior quantidade de ar é enviada para dentro dos cilindros do motor, o que melhora o desempenho do veículo.
Esse processo ocorre graças ao turbocompressor, que está localizado no escapamento e auxilia na expulsão dos gases do motor. Como resultado, o motor trabalha com menos esforço, gerando uma maior eficiência no consumo de combustível.
Um dos principais atrativos dos carros turbinados é justamente a economia de combustível. A eficiência proporcionada pelo sistema turbo é altamente procurada por motoristas que querem aproveitar o melhor desempenho do carro sem gastar mais gasolina. Em termos de popularidade, tanto no Brasil quanto ao redor do mundo, há muitos fãs de carros turbinados que apreciam o ganho de potência e a economia que esse tipo de motor oferece.
A história dos motores turbinados teve início em 1977, quando foram introduzidos na Fórmula 1. Na época, o uso do turbo proporcionou um aumento considerável na potência dos carros de corrida, mas também trouxe desafios na condução, tornando as corridas mais perigosas devido à dificuldade de controle.
Em função disso, em 1988, a Fórmula 1 baniu o uso de motores turbinados. Atualmente, é comum encontrar essa tecnologia tanto em carros de luxo quanto em veículos mais populares, demonstrando que a popularização do turbo está cada vez mais acessível.
Origem dos motores turbinados
Como mencionado, a origem dos motores turbinados está ligada à Fórmula 1. Em 1977, a introdução desses motores trouxe uma nova dimensão de potência para as corridas, aumentando significativamente o desempenho dos veículos. O turbo foi utilizado para melhorar a eficiência do motor, permitindo que mais combustível e ar fossem injetados nos cilindros, resultando em uma aceleração mais rápida e uma maior potência em relação aos motores convencionais.
Contudo, essa melhoria também teve um lado negativo. Com o aumento da potência, os pilotos enfrentaram maiores desafios no controle dos carros, o que elevou o número de acidentes nas pistas. Esse fator levou a FIA, órgão regulador da Fórmula 1, a proibir o uso de motores turbinados em 1988. Apesar disso, a tecnologia continuou a evoluir e começou a ser aplicada em veículos de passeio, tornando-se uma escolha popular para quem buscava mais potência em seus carros.
Atualmente, os motores turbinados não estão restritos apenas a carros de luxo. Aos poucos, esses motores foram sendo incorporados em modelos mais acessíveis, e a expectativa é que a presença do turbo em automóveis cresça ainda mais nos próximos anos. Estima-se que cerca de 20% dos carros vendidos no mundo hoje sejam turbinados, e a previsão é que essa porcentagem aumente para 30%.
Turbinados ou aspirados?
É fundamental entender que existem diferenças claras entre os motores turbinados e os aspirados. O motor aspirado é aquele em que a admissão de ar nos cilindros acontece de forma natural, sem a necessidade de compressão externa. Isso significa que o motor aspira o ar com base na pressão atmosférica e no movimento dos pistões. Esse tipo de motor é comum em muitos veículos e, embora tenha menor potência em comparação com os turbinados, é conhecido por ser mais barato de fabricar e manter.
Já o motor turbinado funciona de maneira diferente. Ele utiliza um turbocompressor que comprime o ar antes que ele seja injetado nos cilindros do motor, o que permite uma maior quantidade de ar e combustível e, consequentemente, um aumento da potência e do torque. Carros com motores turbinados são mais potentes e eficientes, especialmente em aplicações de alto desempenho. Contudo, essa tecnologia torna o motor mais complexo e, por isso, sua manutenção tende a ser mais cara e frequente.
Outro ponto de distinção entre os dois tipos de motor está na resposta do acelerador. O motor aspirado oferece uma resposta mais linear, com potência disponível em uma faixa mais ampla de rotações, enquanto o motor turbinado pode apresentar um pequeno atraso, conhecido como “turbo lag”, até que o turbo atinja sua velocidade máxima. No entanto, com os avanços da tecnologia, esse problema tem sido minimizado.
Funcionamento dos carros turbinados
Os carros turbinados utilizam uma tecnologia que reaproveita a energia dos gases do escapamento para movimentar o turbocompressor. Esse componente joga ar comprimido para dentro do motor, aumentando a densidade do ar e, assim, melhorando a potência do carro. A principal vantagem desse sistema é que, com a entrada de ar comprimido, o motor consegue queimar mais combustível de forma mais eficiente, resultando em um aumento significativo de desempenho.
O processo de instalação de um turbo em um veículo envolve diversas adaptações. Por exemplo, é necessário recalibrar a injeção eletrônica para ajustar a quantidade de combustível que será injetada no motor em função do aumento da quantidade de ar. Existem duas formas de sobrealimentação: a compressão mecânica e o Turbo Charger. A compressão mecânica utiliza um pequeno compressor que controla a pressão de entrada do ar, enquanto o Turbo Charger utiliza duas turbinas que funcionam como hélices.
Em ambos os casos, o objetivo é o mesmo: aumentar a eficiência do motor e a potência do carro. Contudo, é importante que essas modificações sejam feitas por profissionais qualificados, pois a instalação inadequada pode comprometer o desempenho do veículo e, em alguns casos, até mesmo a sua segurança.
Carros turbinados de fábrica
No Brasil, o primeiro carro com motor turbo de fábrica foi o Fiat Uno Turbo, lançado em 1994. Esse modelo fez grande sucesso na época, destacando-se pela sua performance em relação a outros veículos. A introdução do turbo nesse modelo foi um marco na indústria automobilística brasileira e incentivou a produção de outros veículos com motor turbo.
Entre os modelos mais famosos turbinados de fábrica no Brasil estão o Fiat Tempra Turbo, o Volkswagen Golf GTI, o Fiat Marea Turbo e o Audi A3. Esses veículos não apenas proporcionaram maior potência, mas também consolidaram o motor turbo como uma tecnologia desejável para quem busca performance. Hoje em dia, o mercado oferece uma vasta gama de carros turbinados, que vão desde modelos populares até veículos de luxo.
Preços de carros turbinados
Os carros turbinados tendem a ser mais caros que os veículos convencionais. Por exemplo, um Volkswagen Up! TSI de 2021 pode ser encontrado por valores a partir de R$ 76.122, enquanto sedãs como o Chevrolet Cruze LT 1.4 Turbo têm preços a partir de R$ 149.390, de acordo com as tabelas de preços mais recentes. Isso mostra que, apesar do custo mais elevado, os carros turbinados oferecem benefícios em termos de performance que justificam o investimento para muitos motoristas.
Carros turbinados antigos
A história dos carros turbinados remonta aos anos 1960. O primeiro veículo com motor turbo foi o Chevrolet Corvair Monza, lançado em 1965, com potência de 150 cv. Esse modelo, seguido por outros como o BMW 2002 Turbo e o Lotus Esprit Turbo, marcou o início da era dos motores turbinados, criando uma base de entusiastas apaixonados por essa tecnologia.
Nos dias de hoje, turbinar carros antigos é uma prática comum entre colecionadores e aficionados por performance. No entanto, esse tipo de modificação é caro e exige uma série de cuidados técnicos. Além disso, os carros turbinados antigos costumam ter um valor de revenda mais elevado, o que torna essa prática uma opção atrativa para quem busca personalizar e valorizar seu veículo.
Aspectos legais sobre a instalação de turbocompressores
No Brasil, a legislação de trânsito permite a instalação de turbocompressores em veículos, desde que o proprietário siga o procedimento legal estabelecido pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN). O dono do veículo deve obter autorização prévia no DETRAN, realizar as modificações em oficinas credenciadas e submeter o carro a uma vistoria de segurança.
É proibido alterar partes do veículo como o chassi e o sistema de freios, mas outras modificações, como a troca de sistema de combustível ou mudança de cor, são permitidas. A não conformidade com essas regras pode resultar em multas e apreensão do veículo, por isso é fundamental seguir as normas estabelecidas pelo CONTRAN para legalizar a modificação.
Carros turbinados e rebaixados no Código de Trânsito Brasileiro (CTB)
Alterações na suspensão, como o rebaixamento de carros, são uma das modificações mais populares entre entusiastas de personalização automotiva. Entretanto, essa prática deve seguir as normas do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). De acordo com o artigo 230 do CTB, o condutor pode ser multado se as modificações no veículo não forem realizadas de acordo com os procedimentos legais.
A Resolução 292/2008 do CONTRAN, atualizada pela Resolução 479/2014, permite o rebaixamento de veículos, mas estabelece que a altura mínima do solo deve ser de 100 milímetros e que o conjunto de rodas e pneus não pode tocar na carroceria. Além disso, as modificações devem ser registradas no Certificado de Registro de Veículo (CRV) e no Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV).
Cuidados antes de turbinar um carro
Antes de turbinar um veículo, é fundamental que o proprietário esteja atento a diversos fatores técnicos. Componentes como pistões, bielas, juntas de cabeçote, embreagem e correia dentada devem ser cuidadosamente avaliados antes de iniciar o processo de instalação do turbo. Esses itens precisam estar em bom estado para suportar o aumento de potência proporcionado pelo turbocompressor.
Devido à complexidade da instalação, é essencial que o serviço seja realizado por um profissional qualificado, que tenha experiência com esse tipo de modificação. Além disso, é importante que o proprietário consulte o manual do veículo para verificar as especificações técnicas e garantir que todas as alterações estejam em conformidade com as normas do fabricante.
Seguindo essas orientações, o proprietário pode desfrutar de um veículo turbinado com maior potência e desempenho, sem comprometer a segurança e a durabilidade do automóvel.