Por ser usado nos contratos de seguradoras o termo sinistro é bastante conhecido por quem tem algum veículo.
Como esse termo está ligado a seguradoras é preciso primeiramente entender o que é um carro sinistrado. Na contratação de uma apólice de seguro, são elencados os prejuízos que o segurado terá direito a cobertura. Ter cobertura significa ter ressarcimento e conserto sobre o dano sofrido, esses danos são chamados de sinistros.
Um sinistro pode ser uma batida, vidro quebrado ou arranhões na lataria, por exemplo. Se o veículo está segurado e a cobertura cobrir esses sinistros, isso significa que a seguradora vai pagar a indenização proporcional ao prejuízo causado pelo dano.
A lei que regulamenta o mercado de seguradoras aponta dois tipos de sinistros, no sinistro parcial para haver cobertura o dano causado deve ficar abaixo dos 75% do valor do automóvel no mercado. Agora, quando ocorre roubo ou furto do veículo, a seguradora cobre o valor integral da indenização, e, por isso, ele é chamado de sinistro total.
Apesar de algumas pessoas pensarem que é ilegal, é permitido sim comercializar um carro sinistrado. Alguns leilões inclusive só disponibilizam lances para veículos com essa característica.
Carros sinistrados podem apresentar problemas principalmente quando o sinistro envolveu uma batida com comprometimento do motor. Por esse motivo, comprar um carro sinistrado representa um risco ao comprador que pode ter de vir a arcar com outros prejuízos.
Uma informação importante é que esses veículos perdem valor de mercado, em cerca de 30 a 40%, já que os compradores não têm acesso ao histórico do carro.
Além disso, carros sinistrados podem ser negados por 90% das seguradoras. A elas fica garantido esse direito de negar a prestação de serviço devido ao fato de o veículo já ter sido indenizado anteriormente, além da alta probabilidade de ele apresentar problemas que comprometam o funcionamento.
Por fim, outro ponto importante é o fato de que geralmente o valor cobrado pelas seguradoras que aceitam um carro sinistrado é muito maior que o valor que seria praticado se não houvesse no histórico um sinistro.
Se o veículo já tiver sofrido algum dano coberto por uma seguradora, na parte inferior do documento de registro do veículo estará escrito “sinistro/recuperação”. Por tanto, sempre peça para ver o documento quando estiver negociando um veículo para compra.
Ao adquirir um seminovo, uma outra forma de prevenir a compra de um veículo sinistrado é pesquisando o histórico da revendedora, sua reputação no mercado e a opinião de clientes.
Uma revendedora que tenha transparência nas negociações terá um processo meticuloso de análise de todas a unidades garantindo que os veículos vendidos estejam em perfeitas condições.
Existem duas formas de saber se o carro tem sinistro. É possível realizar uma consulta do site no Detran para consultar as condições do veículo, para realizar essa pesquisa será necessário saber a placa e o número do chassi do veículo e procurar por “consulta de veículos sinistrados” no site. Mas é importante observar que esse serviço ainda não está disponível em todos os estados brasileiros.
Outra forma de descobrir se o carro teve sinistro é fazendo uma vistoria cautelar com a ajuda de um especialista. Nessa vistoria o veículo é analisado minuciosamente e todos os problemas são apontados antes de fechar qualquer negociação. Um profissional experiente saberá identificar um carro sinistrado, por isso procure auxílio de um mecânico ou funileiro de confiança que vistorie detalhadamente o veículo. Existem postos de vistoria prévia para quem não conhece nenhum profissional que saiba avalias as reais condições do veículo tanto mecânica quanto estética.
Numa vistoria de avaliação é possível detectar alguns tipos de sinistros:
Nesses casos existe grande probabilidade de haver marca no capô indicando uma colisão frontal, para isso é necessário abrir o capô para averiguar ferrugem nas soldas pois as originais não enferrujam, diferente das utilizadas nos consertos. Outra forma é olhando se há solda entre o painel e o para-lama, diferenças em relação às junções, se há uma solda de fábrica nos amortecedores são fixados.
Geralmente os funileiros conseguem fazer milagres nessa parte do carro, mas no estepe a história é diferente. É recomendado olhar com muita atenção, pois são bem perceptíveis os remendos e os amassados que o veículo sofreu. Outra recomendação é retirar o pneu para analisar toda a região com cuidado, procurando pontos de solda, além do formato do local onde a roda é colocada, não podendo ser oval.
Carros que apresentam pintura muito novas e reluzentes podem ser um bom indicativo que o carro foi repintado para otimizar venda, nesses casos é importante questionar o vendedor sobre a pintura, afinal um carro de ano 2000 por exemplo não estaria com a pintura em perfeitas condições, sempre haverá algum ralado ou risquinhos.
Quando carros sinistrados são recuperados, estes podem ser enviados para leilões para que sejam revendidos. Esses leilões podem ser realizados pelo Governo quando esses veículos estavam em inadimplência financeira ou sem licenciamento e não foram reclamados pelos proprietários.
Os leilões podem ser realizados por bancos quando o financiamento não é quitado, podem ser realizados pelas seguradoras quando os carros são recuperados de roubo, furto ou outros sinistros. E os leilões também podem ser realizados pelas montadoras quando estão tendo suas frotas renovadas ou que tiverem algum dano durante o transporte impossibilitando que sejam vendidos em concessionárias.
Portanto, ao considerar que vale a pena comprar carro de leilão, considere: pesquisar a procedência do leilão seja físico ou online, consultar o histórico do organizador e se há reclamações sobre ele, analisar o tempo de leilão conforme orientamos anteriormente e saber que os veículos originados pelas montadoras apresentam sempre menos risco.
Por fim, não esqueça de levar um mecânico ou outro profissional de sua confiança que saiba avaliar e averiguar o automóvel, afinal carros sinistrados que foram recuperados podem estar mais propensos a danos.
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