Você tem dúvidas sobre a funcionalidade de um airbag? Sendo um equipamento comprovadamente importante para a segurança do motorista e do(s) passageiro(s) do veículo, é importante que você entenda como ele funciona. Existem vários tipos de airbags, localizados em diferentes locais do carro. Em 2009, os airbags dianteiros passaram a ser obrigatórios.
O que você sabe sobre o uso e a importância do airbag?
Esse equipamento de segurança veicular já foi considerado artigo de luxo para muitos condutores.
Porém, sua fabricação e utilização tornaram-se indispensáveis, tendo em vista sua comprovada eficácia quando o assunto é acidente de trânsito.
Uma matéria veiculada pelo Diário do Nordeste revelou dados positivos de um estudo realizado pela agência de segurança de trânsito norte-americana National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA).
Conforme levantamento da agência, o airbag reduz em até 14% a possibilidade de o motorista morrer em um acidente. Já entre os passageiros, essa redução chega a 11%.
Além disso, a NHTSA afirma que o risco de lesões moderadas nos membros superiores cai para 45% quando o airbag é acionado.
Levando em conta o elevado número de acidentes de trânsito que ocorrem, diariamente, em nosso país, é possível compreender a importância de utilizar esse equipamento, não é?
Portanto, resolvi trazer, neste artigo, uma série de informações importantes sobre o airbag, a fim de que você conheça melhor esse mecanismo capaz de salvar vidas.
Aqui, você terá acesso aos seguintes temas:
Desejo uma ótima e esclarecedora leitura.
O airbag, também popularmente conhecido como bolsa de ar, é um equipamento de segurança usado em veículos automotores.
Seu principal objetivo é diminuir os danos físicos causados por acidentes de trânsito.
Esse componente é acionado sempre que há uma variação brusca na velocidade do veículo, ou quando este sofre um impacto muito forte, como uma batida.
Uma vez acionado, o airbag infla de ar instantaneamente, amortecendo, assim, o impacto sofrido pelos ocupantes do veículo.
Para que haja a retenção e o posicionamento adequado do corpo no momento de atuação do airbag, o cinto de segurança é fundamental.
As partes do corpo que a bolsa de ar mais protege são o rosto, a coluna e o peito.
Os airbags são distribuídos em pontos estratégicos no interior do veículo. São eles:
Dependendo de qual sensor é acionado com o impacto, este emitirá sinais para uma única unidade de controle e, assim, será acionado o airbag mais adequado para a situação.
É importante salientar que, no momento do impacto, o airbag esvazia-se gradativamente, evitando, assim, que a pessoa fique asfixiada.
Quanto à intensidade com que um airbag infla, atualmente há alguns modelos que conseguem “prever” a força do impacto. Dessa forma, inflam com a intensidade proporcional à necessidade.
Dependendo da circunstância, um airbag pode inflar de maneira extremamente rápida, em 25 milésimos de segundo.
Para você ter uma ideia, isso equivale a uma velocidade 5 vezes mais rápida que um piscar de olhos.
E toda essa tecnologia tem um objetivo muito nobre: salvar vidas.
Mas você sabe quando esse dispositivo de segurança começou a ser usado em veículos?
O airbag foi criado pelo americano John W. Hetrick, no ano de 1952.
Entretanto, um longo caminho foi percorrido desde o seu surgimento e muitos aperfeiçoamentos tiveram de ser realizados até que o dispositivo pudesse ser usado.
Durante a década de 60, muitas pesquisas foram feitas para que, somente nos anos 70, os testes com airbag pudessem ser realizados em automóveis americanos.
Finalmente, no ano de 1987, a novidade do sistema de segurança airbag para veículos automotores foi anunciada ao mundo.
O evento aconteceu no Salão do Automóvel de Frankfurt, na Alemanha.
Nessa ocasião, o mundo conheceu o primeiro veículo automotor a disponibilizar esse tipo de sistema de segurança: o Classe S, mais precisamente o da série 126, produzido pela Mercedes-Benz.
A partir de então, o equipamento começou a ser comercializado no mercado automotivo.
No Brasil, a tecnologia surgiu tempos depois, em 1996, com o lançamento do Fiat Tipo 1.6.
Agora que você já sabe quando o airbag surgiu e quando ele começou a ser comercializado, entenda melhor como ele é fabricado.
Geralmente, os airbags são feitos de materiais bem resistentes a impactos como, por exemplo, o nylon.
Dentro do airbag, um filamento que se encontra em contato com uma pastilha de azida de sódio é ligado por um sensor de colisão.
Dessa forma, é disparada uma reação que libera grande quantidade de nitrogênio.
A velocidade com que o ar se forma chega a alcançar a marca dos 300 km/h, fazendo com que a bolsa infle em fração de segundo.
O airbag, por ser fabricado de nylon fino e resistente, pode ficar dobrado e acomodado em compartimento especial.
Um circuito integrado e um acelerômetro detectam e analisam as mudanças de velocidade do veículo, já que, juntos, formam um sensor de colisão.
Esse sensor é programado para desprezar diminuições de velocidade pouco significativas, como as que ocorrem em uma freada brusca, por exemplo.
No entanto, quando a desaceleração é drástica, o sensor envia imediatamente um sinal e a bolsa é instantaneamente inflada.
A seguir, conheça os tipos de airbags mais fabricados e comercializados atualmente.
Lembra que, anteriormente, quando expliquei o funcionamento do airbag, eu mencionei os pontos em que eles são distribuídos no interior do veículo?
Cada veículo pode ser equipado com as bolsas protetoras em diferentes locais estratégicos.
Por isso, é importante que você conheça seu funcionamento e o grau de proteção oferecido por cada local onde o airbag é inserido.
Trata-se do tipo de airbag mais conhecido pelos condutores.
Desde 2014, os carros fabricados no Brasil são obrigados a integrar o dispositivo. Sua característica principal é inflar conforme o tipo de colisão.
A parte do corpo que esse tipo de airbag melhor protege é o peito. Isso evita que os ocupantes da parte da frente do veículo se choquem contra o volante e o painel.
Tem por objetivo proteger a cabeça e o tórax dos ocupantes do veículo, podendo ficar apenas na parte da frente do veículo ou também em toda a sua parte lateral.
Sua principal finalidade é diminuir os possíveis impactos na parte lateral do veículo.
Esse tipo de airbag protege o motorista e os passageiros dos estilhaços de vidro que podem resultar de eventuais batidas.
Sua função é evitar o choque provocado por acidente entre o motorista e o passageiro. Por isso sua localização é entre os bancos da frente.
A sua função é evitar impacto entre os joelhos do condutor e a direção do veículo. Esse tipo de airbag não é muito comum no Brasil.
Esse airbag tem como objetivo proteger a cabeça dos passageiros em casos de batida na traseira do veículo.
Da mesma forma, ele também protege os ocupantes do veículo dos estilhaços de vidro.
Trata-se de um cinto de segurança que infla ao entrar em ação. O seu objetivo é proteger os ocupantes do veículo (principalmente as crianças) de uma colisão frontal ou lateral.
Aqui, o airbag tem como objetivo amenizar o impacto do pedestre contra o para-brisa e o capô do veículo. Por isso ele fica localizado na base do para-brisa.
A sua função é proteger o motorista e os passageiros em um veículo com teto solar.
Esse tipo de airbag impede que os ocupantes do veículo sejam lançados para fora em possíveis capotamentos, ou que se cortem com estilhaços de vidro.
Para isso, a bolsa de ar preenche todo o espaço acima da cabeça dos ocupantes do veículo.
Agora que você conhece os tipos de airbag disponíveis no mercado, está na hora de entender o que a legislação determina sobre a utilização desse equipamento.
Portanto, fique atento ao próximo tópico.
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é o principal documento que rege o funcionamento do trânsito no país.
Conforme o art. 105, VII do CTB, o airbag frontal é um equipamento de uso obrigatório no veículo – estabelecido pelo CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito).
No entanto, essa obrigatoriedade só foi instituída pela Lei n° 11.910, de 2009.
Como, até o ano de 2009, o airbag não era um equipamento obrigatório, não seria plausível determinar que todos os carros passassem imediatamente a contar com esse item.
Por essa razão, a lei mencionada incluiu, ao art. 105 do CTB, o § 5°, determinando a incorporação do equipamento aos novos veículos a partir do primeiro ano posterior às definições do CONTRAN.
O § 5° ainda determinou que a exigência de airbag em veículos anteriores a 2009 começaria a valer a partir do quinto ano após sua definição – 2014, portanto.
Assim, desde 2014, todos os veículos zero quilômetro passaram a ter de contar, obrigatoriamente, com a tecnologia nos bancos frontais.
Já o airbag nos bancos traseiros não é obrigatório, mas um item extra de segurança oferecido por alguns veículos.
Vale ressaltar, ainda, que, conforme o § 6° do art. 105 do CTB , a exigência de airbag não se aplica aos veículos de exportação.
Você viu, acima, o que o CTB determina sobre o uso de airbag.
Mas as regras não param por aqui: o CONTRAN também traz Resoluções sobre a utilização do airbag.
A Resolução n° 311/2009, alterada pela Resolução n° 534/2015, trata da obrigatoriedade do airbag em veículos novos, especificamente para os ocupantes dos bancos dianteiros.
Além dos veículos de passeio, a Resolução também torna obrigatório o uso do airbag para os seguintes tipos de veículos (parágrafo único, art. 1°):
Já a Resolução n° 534/2015, que altera o art. 4° da Resolução n° 311/2009, determina quais veículos são dispensados da obrigatoriedade do airbag. São eles:
Por fim, ainda cabe mencionar as determinações da Resolução n° 597/2016, que também alterou a Resolução n° 311/2009, incluindo 4 incisos em seu art. 4°, mencionado acima.
Assim, mais 4 casos se tornaram isentos da obrigatoriedade do airbag:
Agora que você sabe tudo o que a legislação brasileira define sobre a utilização dos airbags, está na hora de tirar uma dúvida comum a muitos motoristas.
Afinal, qual o prazo de validade desse equipamento?
Quando se fala em prazo de validade de airbags é preciso levar alguns aspectos em consideração, como a nacionalidade e o fabricante do dispositivo.
Na Europa, por exemplo, o prazo ideal para a substituição do airbag é de 10 anos. Nos Estados Unidos, esse prazo aumenta para 15 anos.
Aqui no Brasil também há variação nos prazos de validade do equipamento, já que não há uma regulamentação federal sobre o assunto. O prazo varia de acordo com a montadora.
Uma reportagem veiculada na Revista Quatro Rodas questionou representantes da Chevrolet, Toyota e Peugeot sobre o assunto.
A Chevrolet e a Toyota revelaram que não estipulam prazo de validade para os airbags dos seus veículos.
A Peugeot, por outro lado, informou que a vida útil ideal dos airbags é 10 anos. Após esse tempo, é recomendável trocar o dispositivo por um novo.
Como você pode ver, quando o assunto é prazo de validade desses importantes mecanismos de segurança, as determinações costumam variar.
Mas, e se o sistema de airbag apresentar algum problema, você sabe o que fazer?
É o que explicarei na próxima seção.
Toda vez que o sistema de airbag está com algum problema, o motorista pode identificar o aviso no painel do seu carro, uma vez que o símbolo que representa o dispositivo acende.
Por isso é muito importante que o motorista fique sempre atento à sinalização no painel do veículo enquanto dirige.
Caso você não saiba qual é o símbolo do airbag, basta consultar no manual do proprietário do veículo.
Uma vez identificado um problema com o airbag, o ideal é procurar ajuda profissional o quanto antes.
Além disso, sempre que submeter o carro à revisão geral periódica, solicite também uma revisão no sistema de airbag.
Falando em airbags que podem ter defeitos, você sabia que, dependendo da gravidade do problema, eles podem ferir e até mesmo causar a morte dos ocupantes do veículo?
Saiba mais sobre isso a seguir.
Como você viu acima, os airbags podem apresentar defeitos como qualquer outro sistema ou componente do veículo.
Mas, quando o equipamento já vem com defeito de fábrica, e é disponibilizado no mercado em grande escala, as consequências podem tomar proporções consideráveis.
Nesse caso, é responsabilidade da montadora que produziu o veículo convocar os proprietários dos veículos para um recall.
O recall consiste em uma convocação para que determinado produto seja devolvido para substituição ou reparo de possíveis defeitos.
Acontece, porém, que nem sempre o problema é identificado a tempo, ou seja, antes do airbag defeituoso fazer vítimas.
Por exemplo, a fabricante japonesa de airbag, Takata, fez 16 vítimas e afetou mais de 31 milhões de carros no mundo todo, incluindo o Brasil.
De acordo com publicação da plataforma G1, a Takata teve de pagar US$ 1 bilhão por todo esse prejuízo, já que se declarou culpada após ser acusada criminalmente.
Outra publicação da G1 revelou que a Ford convocou um recall de 66.087 unidades de Fusion e Edge para que os “airbags mortais” da Takata sejam substituídos.
Esses “airbags mortais”, explica a matéria, podem expelir fragmentos metálicos contra os ocupantes do veículo, consequência de quando ele é inflado com muita pressão interna, causando o rompimento do nylon.
Assustador, não é mesmo? E, no mínimo, contraditório, já que um dispositivo como o airbag foi desenvolvido justamente para salvar vidas.
Por isso, se você está pensando em adquirir um carro com airbag, é fundamental conhecer a procedência do fabricante do dispositivo e se informar sobre o histórico do produto.
Com a leitura deste artigo, você conheceu um pouco mais sobre o uso do airbag.
Para isso, expliquei quando ele foi criado e quais funções desempenha em um veículo.
Além disso, você conheceu os principais tipos de airbags disponíveis no mercado e suas diferentes formas de proteger motoristas e passageiros.
Você também conferiu o que o CTB e o CONTRAN definem sobre esse importante equipamento.
Quanto ao seu prazo de validade, conforme expliquei, ele irá variar de acordo com o país e a fabricante do produto.
Além disso, você ficou sabendo o que é recall e como ele é importante para evitar maiores estragos e garantir a segurança do usuário.
Se você ainda ficou com dúvidas sobre a utilização e a funcionalidade dos airbags, deixe um comentário ao final do artigo para que eu possa ajudá-lo.
Por fim, compartilhe este conteúdo com os seus amigos, pois as informações também podem ser úteis para eles.
Referências: