Qual a quilometragem ideal para comprar carros usados?
Quem está em busca de um novo automóvel, mas não zero quilômetro, pode ter essa dúvida.
É natural que essa seja uma preocupação, já que uma quilometragem alta, ao menos em teoria, demanda maior necessidade de manutenção do veículo.
Mas você sabia que é possível um carro possuir uma quilometragem de mais de um milhão?
Em 2016, surgiu a notícia de que o motorista Victor Sheppard rodou com um Toyota Tundra 2007 até a quilometragem atingir cerca de 1,6 milhão.
É um número impressionante, não é mesmo?
Isso mostra que você não necessariamente precisa de um automóvel com baixa quilometragem para ter um bom veículo em mãos.
Por outro lado, não há como trocar de carro sem se preocupar com o marcador de quilometragem.
Tecnicamente chamado de hodômetro, o equipamento que permite ao motorista saber qual a quilometragem rodada do automóvel tem muito a revelar sobre ele.
A sua história está registrada ali, na forma de números.
Mas não pense que, ao olhar para o hodômetro, você irá verificar a quilometragem original com segurança.
Infelizmente, pessoas de má-fé adulteram essa informação para repassar um carro usado na venda como se fosse menos rodado.
Então, temos aí a grande questão que motiva este artigo: como saber se a quilometragem é original?
Afinal, tem como saber se a quilometragem foi alterada?
Ao longo do texto, você vai descobrir essas e outras respostas sobre quilometragem de carro.
Interessado? Então, boa leitura!
Se você não é um profissional especializado em carros, é bastante difícil verificar qual é a quilometragem original.
É um serviço muito específico, pois necessita o uso de aparelhos (scanners, por exemplo) que somente mecânicos possuem em oficinas especializadas.
E não tem motivo para você comprar um scanner para verificar a quilometragem verdadeira do seu carro ou dos amigos e vizinhos, por exemplo.
Por isso, contrate um profissional de confiança para realizar a verificação da quilometragem do carro usado.
Mas se mesmo assim você quer fazer a verificação por conta e saber se a quilometragem foi alterada, veja no nosso próximo tópico como fazer isso.
De acordo com esta reportagem do jornal Gazeta do Povo, é possível observar alguns detalhes do carro para descobrir se o hodômetro não foi fraudado para enganar os consumidores.
Antes de efetuar a compra, peça para dar uma olhada no manual do carro que você está interessado em adquirir.
Várias informações são encontradas lá, como a data da compra do carro e das revisões realizadas em uma concessionária autorizada.
Verifique com atenção qual é a quilometragem da última revisão e compare com o número que aparece no hodômetro do veículo.
Se a quilometragem for inferior ao número da última revisão, não feche negócio de forma alguma: o carro em questão teve a quilometragem adulterada.
Também preste bastante atenção aos pneus do veículo.
De forma geral, quatro pneus novos podem durar cerca de 30 mil quilômetros.
Se o carro tiver marcando no hodômetro uma quilometragem superior a 30 mil e os pneus estiverem novos, desconfie.
Quer mais uma dica?
Você sabia que o carro que foi vistoriado por causa do seguro tem a sua quilometragem anotada?
É possível acessar um banco de dados (disponível para as seguradoras) e descobrir se a quilometragem foi adulterada dessa forma.
Para isso, você vai precisar entrar em contato com a seguradora.
Faça isso junto com o proprietário que eles irão lhe fornecer todas as informações desejadas.
Também fique atento a alguns detalhes que podem ser percebidos dentro ou mesmo ao redor do painel do carro.
Por exemplo, olhe com muita atenção se não existem arranhões próximos do hodômetro ou mesmo dentro do vidro do painel.
Alguns fraudadores deixam pistas e é preciso ficar atento aos detalhes para percebê-las.
Nem todas as fraudes são impossíveis de serem detectadas por pessoas sem experiência na área automotiva.
Outro indício de falsificação no hodômetro pode ser conferido quando você coloca o veículo em movimento.
Afinal, você não vai comprar um carro usado sem ter dado uma volta nele, não é mesmo?
Sempre realize um test drive.
Ao dirigir, você deve reparar se o velocímetro vai se movimentar de forma correta.
De acordo com este site, é uma ótima ideia ter em mãos um GPS que tenha a função de medir a velocidade e os quilômetros rodados.
Dessa forma, você poderá perceber se existe uma diferença grande entre eles.
Se você realmente gostou de um carro usado e ainda tem sérias dúvidas se ele não teve a quilometragem adulterada, existe uma forma definitiva de saber a verdade.
Não pense duas vezes: chame um mecânico especializado e peça para ele inspecionar o veículo em busca de supostas adulterações, como lhe falamos anteriormente.
Ele usará um scanner profissional na central do carro e dará o seu aval ou não para a compra do carro usado.
Ao falarmos em hodômetros, você sabia que eles podem ser digitais ou analógicos?
No caso dos analógicos, é muito mais fácil descobrir se ocorreu de fato adulteração.
Isso acontece porque é utilizada uma ferramenta que faz grande pressão no disco que marca a quilometragem, ou seja, deixa vestígios que denotam o crime contra o consumidor.
E se o carro tiver um hodômetro digital?
A verdade é que o hodômetro digital pode simplesmente estragar e ser substituído.
Se isso acontecer, o dono do veículo deveria anotar no manual do carro a quilometragem que era indicada antes da troca.
Mas sabemos que isso pode facilmente não acontecer.
E agora?
Fique de olho nos lacres e no estado geral do hodômetro.
Mas uma análise final só poderá ser feita com um scanner.
Você já parou para pensar se é verdade que, se um carro andar de ré, a quilometragem não será contada pelo hodômetro?
isso era possível com alguns hodômetros de décadas atrás e o resultado era que a quilometragem era reduzida.
Incrível, não é mesmo?
Mas alertamos que hodômetros mecânicos mais modernos não diminuem a quilometragem.
Pelo contrário: a quilometragem é aumentada normalmente.
E os hodômetros eletrônicos?
Esses não são falsificados de maneira tão fácil como os mecânicos.
Se você andar de marcha ré, a quilometragem continuará sendo contada pelo hodômetro.
A explicação para a dificuldade da fraude da quilometragem é simples.
Os hodômetros eletrônicos utilizam uma roda dentada e um sensor magnético que conta exatamente os pulsos emitidos pela passagem pela roda dentada.
Não existe nenhum cabo de acionamento, mas apenas um fio que liga o motor ao hodômetro.
É a unidade de controle do motor que é responsável por computar os pulsos e medir a quilometragem.
Não é tão difícil assim adulterar os contadores digitais, mas é totalmente improvável que alguém consiga adulterar a unidade de controle do motor.
Essa é a explicação para que as concessionárias possam descobrir a verdadeira quilometragem dos carros.
O que realmente vale não é o que diz os contadores digitais e sim a unidade de controle do motor.
Uma das primeiras coisas que os motoristas costumam fazer ao olhar um carro em uma revenda é a quilometragem mostrada pelo hodômetro.
Muitos fazem isso de forma instintiva.
Os carros mais cobiçados são aqueles que possuem uma quilometragem relativamente baixa em comparação ao preço final.
Você sabe de onde surgiu essa ideia?
A ideia de quilometragem está relacionada à vida útil das peças do automóvel.
Várias peças precisam ser substituídas depois de determinado tempo de uso, de acordo com o manual do proprietário.
Podemos citar como exemplos: discos de freio, correia do motor, pneus e sonda lambda.
Uma quilometragem baixa significa que a troca de peças será realizada no futuro e não em breve.
Portanto, não existe uma quilometragem que seja ideal na hora de comprar um carro usado.
Um fato que você deve avaliar é o custo-benefício.
Um carro com 100 mil quilômetros precisará de mais manutenção do que um de 50 mil.
É óbvio, não é mesmo?
Mas a quilometragem não é o aspecto principal que você deve observar.
De acordo com o engenheiro mecânico Denis Marum, em entrevista ao portal G1, mais importante do que a quilometragem de um carro é como os donos anteriores cuidaram dele.
"Carro bom de comprar é o que tem as revisões preventivas em ordem. A vida útil do motor depende de como você cuida dele. Se faz as trocas de óleo com rigor, um motor pode rodar até 300.000 km, 400.000 km", afirma.
Portanto, fique de olho no manual do proprietário, porque é nele que estão os carimbos das revisões.
Mas se as revisões não foram feitas na concessionária, será necessário ver as notas fiscais do serviço prestado.
Mas o que uma pessoa deve fazer se comprou um carro com a quilometragem adulterada?
Essa é uma excelente pergunta.
Em primeiro lugar, essa pessoa foi enganada e deve procurar as autoridades para lutar pelos seus direitos.
Adulterar a quilometragem de um veículo é crime previsto em lei.
Isso mesmo: quem vende carros com hodômetro adulterado comete crime previsto no artigo 66 da Lei n° 8078/1990.
Veja o que ele diz:
“Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.”
Como podemos perceber, a lei está à favor do consumidor.
Se você está se sentindo enganado, vá a uma delegacia e faça um boletim de ocorrência.
O procedimento deverá ser o seguinte: o local e o vendedor serão investigados e carro será periciado.
Se realmente ocorreu a adulteração da quilometragem, será necessário entrar na Justiça em busca de reparação.
Você vai ver agora uma espécie de passo a passo, com dicas extras para fazer um bom negócio.
Vamos lá?
Para começar, se você gostou de determinado carro, peça para ver os documentos do veículo.
Verifique o número do chassi, vidros e também da placa.
O IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor) foi pago direitinho?
O carro possui multas, outras pendências ou já foi roubado?
Imagine se você não checa direito os dados e compra um carro proveniente de um roubo ou furto?
Ou até mesmo clonado?
Se as autoridades descobrirem, você simplesmente vai perder todo o dinheiro investido no carro.
Por isso, evite dores de cabeça desnecessárias e peça a documentação completa do veículo.
É preciso ficar muito atento aos barulhos feitos pelo automóvel em movimento.
A melhor maneira de fazer isso é desligar o ar condicionado e o rádio.
Quanto maior for o silêncio, melhor.
Depois de alguns minutos, ligue o rádio e o ar condicionado.
Afinal, você precisa saber se eles estão funcionando de forma correta.
Com relação ao ar condicionado, pergunte quando o filtro de ar foi trocado pela última vez.
Faça o mesmo com o óleo do carro.
Voltando ao test drive, um ruído pode ser um sinal de que o carro possui algum problema e que isso custará dinheiro para arrumar.
De acordo com Dennis Marun, na já citada reportagem do G1, é preciso testar o veículo tanto em ruas com piso regular quanto em pisos irregulares, como paralelepípedo e estrada de chão.
"Fique atento a sons como ferro com ferro batendo, que podem indicar problema no amortecedor. Veja se o pedal de embreagem não está muito pesado, pois isso é sinal de desgaste avançado”, recomenda.
Quando você estiver numa rua plana, preste atenção se o veículo não puxa para um lado ou outro.
Também acelere o carro e perceba se o motor desenvolve bem a velocidade.
O motor é o coração do carro.
Se ele não estiver em pleno funcionamento, cedo ou tarde você terá problemas com ele.
Fique também atento com relação à cor da fumaça do escapamento do carro.
Até três cores podem sair do escapamento: branco, preto e cinza.
Se a cor for branca, pode ficar tranquilo, porque é somente vapor de água.
Se a fumaça for preta, isso significa que é excesso de gasolina na queima.
Mas se for da cor cinza, a situação complica: isso significa que o motor está queimando óleo.
Outra dica é com relação a batidas.
Será que o carro se envolveu em um acidente sério?
Como você pode verificar isso?
Uma pista é olhar a pintura do capô.
Se o antigo dono pintou o capô, essa área estará mais opaca do que o resto do veículo.
O motivo para isso é que o calor gerado pelo motor afeta a secagem da tinta.
Mas também é necessário observar dentro do capô para verificar a existência de selos do fabricante.
Se você não encontrar nada, é forte a possibilidade de que a peça não é original e foi substituída.
Comprar um carro usado é um risco.
Mas é um risco que pode ser bastante reduzido.
Antes de comprar um carro, pesquise em revistas especializadas, sites da internet e converse com amigos e familiares sobre modelos de carro.
Uma dica é você comprar o carro de um amigo que realmente tenha cuidado bem do veículo.
Se mesmo assim o carro der problema, você saberá a quem reclamar.
Mas cuidado com o tipo de carro que você escolhe.
Por exemplo, você adorou um carro que está fora de linha.
Isso significa que encontrar peças para ele será cada vez mais difícil e caro no futuro.
Também é importante você verificar se o carro não sofreu danos por causa de enchente.
O cheiro é uma das primeiras pistas de que o carro enfrentou uma enchente.
Você pode achar exagero, mas em algumas regiões do Brasil os alagamentos são muito comuns.
Só que é possível colocar sachês dentro do carro para disfarçar o cheiro ruim.
E na maior parte das vezes, isso funciona perfeitamente.
Então fique atento a lugares mais escondidos do carro.
É ali que você poderá encontrar barro e outras impurezas que não foram devidamente limpas.
Olho vivo também no estofamento dos bancos e no carpete.
Se a situação deles não estiver muito boa, pode ser um indício de enchente ou mesmo de problemas com vedação.
Evite comprar veículos que tenham um estofado totalmente novo e que não combine com o carpete.
Tampouco se os carpetes estiverem úmidos e houver ferrugem no acelerador e pedais, assim como em dobradiças e nas travas do porta-malas.
Se por acaso você ver lodo ou lama em qualquer parte do veículo, não efetue a compra.
O carro passou por uma enchente na certa.
Também não deixe de dar uma olhadinha no motor do veículo.
O interior do carro pode ter passado por uma limpeza completa, mas o motor do carro é outra história.
Cheque o nível do líquido do motor, com ênfase no óleo.
Para fazer isso, utilize a vareta de mergulho.
O ideal é que o óleo esteja fresco e limpo.
Agora, coloque a vareta ao lado do filtro de ar e verifique se existe umidade.
Se você ver sujeira e pontos de ferrugem, é grande a probabilidade de enchente.
De acordo com o site Quatro Rodas, é preciso ficar de olho nos seguintes itens do carro usado que você deseja comprar:
Espaço desigual nos vãos das portas;
Portas raspando nos batentes;
Diferenças na pintura entre um lado e outro;
Marcas de terra abaixo de bancos e carpetes;
Dispositivo retrátil do cinto emperrando;
Carpete e forração descolando e estufados;
Número do motor diferente do original;
Óleo escorrendo do escapamento;
Água nos faróis e lanternas.
Coloque em prática todas as nossas recomendações e efetue a compra de seu carro com tranquilidade.
Vimos neste artigo que é possível não cair na fraude da adulteração da quilometragem do carro usado na hora da compra.
Lembrando que, por incrível que pareça, essa adulteração é uma tática utilizada por vendedores de má-fé.
Mas é preciso se proteger, pois a conduta configura crime previsto em lei, conforme explicamos anteriormente.
Você também conferiu que quilometragem do carro é importante, mas o que mais interessa ao comprar um carro usado é se ele recebeu a revisão adequada dos antigos donos.
Não é uma missão impossível comprar um carro já usado em boas condições e com um bom preço.
Mas é necessário procurar com atenção, pesquisar muito e não fechar negócio por impulso.
Siga as nossas recomendações à risca, assim, você não terá dor de cabeça ao adquirir um usado.
Afinal, o ideal é sempre investir o seu dinheiro em um carro que você irá desfrutar sem problemas.
Ficou com alguma dúvida sobre quilometragem ou gostaria da ajuda da equipe do Doutor Multas?
Então, entre agora em contato conosco.
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