Ter uma potente moto de corrida é o sonho de muitos amantes das duas rodas e, sobretudo, da velocidade.
É uma questão de adrenalina. Diferentemente do motorista de um automóvel, o motociclista sente o vento em seu corpo e tem um contato muito mais próximo com a estrada.
As mesmas características que tornam a moto de corrida tão apaixonante, porém, a tornam perigosa.
Um acidente de motocicleta tem um potencial muito maior para causar danos sérios. Por isso, todo cuidado é pouco na hora de pilotar essas máquinas.
Lembre-se de que a velocidade é legal, mas a segurança é sempre mais importante.
O primeiro passo para evitar problemas é conhecer bem o equipamento. Na realidade, esse é o segundo.
Antes de descobrir tudo – na teoria e na prática – a respeito da motocicleta que você vai pilotar, é necessário ter uma habilitação da categoria certa.
Como você já deve saber, a primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de um motorista pode ser da categoria A, B ou de ambas.
O significado de cada uma consta nos incisos I e II do art. 143 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB):
Categoria A – condutor de veículo motorizado de duas ou três rodas, com ou sem carro lateral.
Categoria B – condutor de veículo motorizado, não abrangido pela categoria A, cujo peso bruto total não exceda a 3.500 quilogramas e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o do motorista.
Ou seja, você só poderá dirigir uma moto de corrida, ou de qualquer outro tipo, pelas vias públicas do Brasil se estiver habilitado na categoria A.
Isso significa que seu processo de formação englobou aulas teóricas e práticas focadas na direção de veículo de duas rodas.
Agora que você sabe o que é necessário para pilotar uma moto, veja, no próximo tópico, quais as principais características das motos de corrida.
Boa leitura!
Existem vários tipos de motocicletas. Algumas são mais propícias para a cidade, outras para a estrada, e também há aquelas ideais para terrenos off-road.
Há veículos que misturam características de um tipo com outro.
Por exemplo, algumas motos do tipo roadster e naked, por exemplo, são boas para serem usadas tanto na cidade quanto em viagens.
Quando falamos em moto de corrida, estamos nos referindo a uma motocicleta do tipo esportiva.
Elas são destinadas principalmente para competições de velocidade. Mas há muitos modelos esportivos vendidos comercialmente para uso nas vias públicas.
Desde que o motorista respeite as regras de trânsito e utilize os equipamentos de segurança e o veículo tenha os componentes exigidos pela lei, não há problemas nisso.
Você pode conferir as principais características de uma moto de corrida a seguir.
O design da moto de corrida exige uma posição de pilotagem baixa. O piloto fica praticamente deitado, inclinado para a frente, com os pés para trás.
Essa posição e a carenagem (estrutura de acrílico, plástico ou fibra de vidro que se ergue na parte da frente do veículo), servem para diminuir a resistência (ou arrasto) do vento.
Por conta disso, a moto de corrida não é muito confortável para uso nas cidades, com tantas conversões e paradas. Tampouco, para carregar uma pessoa na garupa.
Uma moto esportiva se destaca pela potência. Geralmente, têm mais de 600 cilindradas, o que permite uma aceleração forte e velocidade final que pode ultrapassar os 300 km/h.
A largura dos pneus é muito importante nas motocicletas de corrida. Ela é maior do que em outros tipos de motos, para proporcionar uma maior área de contato com o solo, aumentando a estabilidade em retas e curvas.
As motos esportivas utilizam discos de travão duplos.
É claro que uma potente motocicleta esportiva não será mais leve que uma scooter para uso urbano.
Entretanto, uma de suas características é ter o quadro feito de material leve, como liga de alumínio.
Após a leitura dessa série de características listadas que uma moto deve conter, veja, abaixo, 10 curiosidades que separei para você sobre motos de corrida.
Quer saber mais sobre o fascinante universo da velocidade sobre duas rodas? Então, confira algumas curiosidades sobre as motos de corrida:
Você sabia que, durante muitos anos, as principais fabricantes de motos esportivas do mundo tinham um acordo de cavalheiros quanto à velocidade máxima de seus modelos comerciais?
A iniciativa surgiu para evitar a criação de leis regulamentares sobre o assunto, o que traria publicidade negativa para as marcas.
O limite acordado era de 186 milhas por hora, o que equivale a 300 quilômetros por hora. Das grandes fabricantes, a primeira a romper o acordo foi a BMW, em 2010.
Com o acordo fazendo parte do passado, hoje, as fabricantes brigam para desenvolver a motocicleta mais veloz do mundo.
Atualmente, a motocicleta mais rápida em produção é a Kawasaki Ninja H2R. Em julho de 2016, o piloto turco Kenan Sofuoglu atingiu a velocidade de incríveis 400 km/h.
O feito foi conquistado na ponte Osman Gazi, uma das mais longas do mundo, que liga a cidade turca de Gebze com a província Yalova.
Com seus absurdos 300 cavalos, é exclusiva para as pistas. Sua versão para as ruas, a H2, tem “apenas” 210 cavalos de potência.
Não considerei, nessa categoria (nem na anterior), os veículos Dodge Tomahawk e Ludovic Lazareth LM847.
Embora pareçam motos, eles possuem quatro rodas.
Entre os veículos motorizados de duas rodas, os mais caros são modelos antigos de colecionador, como a 1910 Winchester Motorcycle, uma relíquia do início do século 20.
Entre as motocicletas atuais, o prêmio fica com a Honda RC213V-S, réplica da moto utilizada no Moto GP. É possível comprá-la por meros US$ 184 mil.
Se você já viu uma moto de corrida em ação fazendo uma curva em alta velocidade, deve ter se espantado com o fato de o piloto se inclinar em um ângulo quase paralelo ao da pista.
Para fazer as curvas, o motorista precisa fazer o movimento chamado de pêndulo, jogando o corpo para o lado da curva, para deslocar o centro de gravidade e favorecer o contorno do traçado.
Muitos motociclistas, porém, ao andar em rodovias exageram nesse movimento, com o intuito de arrastar a saboneteira (proteção na calça do piloto, ao lado do joelho) na pista.
O que acontece é que essa manobra é mais adequada às pistas, onde os pilotos são exigidos a buscar o limite máximo e fazer as voltas no menor tempo possível.
Em rodovias, o pêndulo excessivo pode ser perigoso. Isso porque, na hora de voltar à posição vertical, será exigido um esforço maior, o que pode fazer a moto balançar, prejudicando a estabilidade do curso.
Muitos amantes da velocidade sonham com a vida de dinheiro e luxo que têm os pilotos da Fórmula 1.
Mas um piloto de moto de corrida também pode ficar milionário. Um grande exemplo é Valentino Rossi, o italiano, vencedor de sete títulos de Moto GP, é um dos maiores motociclistas de todos os tempos.
De acordo com ranking da revista Forbes, Rossi foi o 14º atleta mais bem pago na década de 2000 a 2010, com US$ 275 milhões recebidos nesse período.
Cabe destacar que essa foi a década em que o piloto conquistou seus sete títulos. Portanto, estou falando do rendimento do principal atleta da categoria.
Como em todos os demais esportes, a grande maioria dos atletas, sejam eles profissionais ou amadores, não recebe um grande salário.
Quando o assunto é veículos sustentáveis, normalmente se fala em automóveis, camionetes, ônibus e caminhões, os grandes poluidores.
As motocicletas, afinal de contas, são mais econômicas por possuírem maior autonomia – andam mais quilômetros com menos combustível.
Isso não quer dizer que as fabricantes não estejam de olho na tendência dos veículos elétricos.
Nos últimos anos, Harley-Davidson e Kawasaki divulgaram projetos de motos que funcionam com energia elétrica.
Claro que veículos de duas rodas elétricos já existem há muito tempo, mas de baixas cilindradas.
A curiosidade é saber como serão as motos elétricas de alta performance. Será que sua aceleração e velocidade chegarão perto das mais rápidas dos dias de hoje?
Algumas das mais famosas empresas fabricantes de motos da atualidade começaram com atividades completamente diferentes dessa que as tornou conhecidas.
A japonesa Yamaha, por exemplo, surgiu em 1887 como fabricante de pianos e órgãos. Outra japonesa, a Kawasaki, iniciou construindo navios.
Entre as companhias europeias, a italiana Ducati iniciou suas atividades, produzindo rádios.
A alemã BMW, que fabrica motos mas é mais conhecida por seus automóveis, começou com o objetivo de fabricar motores para aviões.
Uma das principais marcas de moto de corrida ou qualquer outro estilo, a Honda, outra fabricante japonesa, tem uma bonita história.
Trata-se da trajetória de Soichiro Honda. Aos 30 anos, decidiu fabricar peças para automóveis, mas seus produtos não foram aceitos pela Toyota.
Anos depois, fundou uma empresa que atendia aos padrões da fabricante e, após a Segunda Guerra Mundial, vendeu a ela sua fábrica.
Foi no cenário caótico e devastado do pós-guerra que Soichiro teve a ideia de adaptar motores usados em bicicletas.
A invenção foi um sucesso, pois o veículo, compacto e prático, atendia às necessidades da população japonesa na época como nenhum outro, e o empreendedor começou a produzi-las sob encomenda.
Assim começou a trajetória de sucesso da Honda.
O capacete é um item fundamental para a segurança do motociclista, esteja ele pilotando uma moto de corrida ou uma simples scooter.
Existem vários tipos de capacete, que oferecem diferentes níveis de proteção, praticidade e conforto.
Para motos de corrida, que são mais perigosas por conta da alta velocidade que alcançam, o modelo ideal é do tipo integral, que protege todas as partes da cabeça do motociclista, inclusive o queixo e a lateral.
Se você pensa que os pneus de motos de corrida são feitos unicamente de borracha natural, está enganado.
Na realidade, são usadas misturas especiais de componentes, e cada fabricante guarda a sete chaves a sua fórmula.
E então, gostou das curiosidades que separei para você?
Na sequência, tratarei de alguns aspectos legislativos importantes para você ficar atento: os limites de velocidade e as normas para o uso do capacete.
Continue comigo!
Sabemos que é extremamente tentador testar os limites de uma moto de corrida. Essa é a graça de ter um veículo desse tipo para muitas pessoas.
Mas você só pode andar com o objetivo de alcançar a maior velocidade possível dentro de pistas privadas, destinadas a testes e competições.
Nas vias públicas, é necessário respeitar os limites estabelecidos pelo poder público. Eles constam no art. 61 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). São os seguintes:
Se você não sabe distinguir entre esses tipos de vias, acesse o CTB e vá para o final, no anexo I, e procure a definição.
Esses limites que informei acima valem para as vias onde não há placa de sinalização indicando a velocidade máxima permitida.
De acordo com o parágrafo 2º do art. 61, o órgão de trânsito ou rodoviário pode regulamentar limites superiores ou inferiores a esses por meio da instalação de placas.
Com ou sem placa, o fato é que desrespeitar a regra, além de trazer grandes riscos à sua segurança, pode originar uma multa.
O excesso de velocidade é uma infração descrita no art. 218 do CTB. Há três categorias, cuja gravidade varia conforme a porcentagem do limite excedida. Veja:
Note que, de acordo com a última categoria citada, o motorista que excede a velocidade máxima em mais de 50% tem a CNH suspensa e paga multa de três vezes, o que dá R$ 880,41.
Dependendo do comportamento do motorista da moto de corrida, a penalidade pode ser ainda pior.
Disputar corrida (o famoso racha), segundo o art. 173 do CTB, também resulta na suspensão da habilitação, mas a multa é maior: R$ 2.934,70.
Promover ou participar de competição de manobra na via, ou simplesmente exibir manobra perigosa, são infrações que resultam nessas mesmas penalidades (artigos 174 e 175 do CTB).
Agora, veja o que o CTB aborda sobre o uso do capacete no próximo tópico.
O Código de Trânsito, em seu art. 244, prevê multas específicas ao condutor de motocicletas.
Cinco delas também resultam na suspensão do direito de dirigir. Veja quais são a seguir.
Conduzir motocicleta:
As cinco atitudes listadas acima configuram infração gravíssima, com multa e suspensão do direito de dirigir como penalidade.
Além disso, há a medida administrativa de recolhimento da CNH.
O uso do capacete não é apenas uma questão fundamental de segurança para o motociclista, mas sim uma obrigação da lei.
Se cometer qualquer uma dessas condutas, o condutor, além de perder a CNH, terá de pagar uma multa de R$ 293,47.
Quanto ao vestuário, a especificação da exigência ainda não foi regulamentada pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN).
Agora que você sabe basicamente tudo o que o CTB aborda sobre a condução correta de motocicletas, eu separei, abaixo, mais algumas curiosidades para você.
Dessa vez, tratarei sobre as corridas de moto mais famosas do planeta. Acompanhe!
A moto de corrida não seria chamada assim se não houvesse importantes competições esportivas com esse tipo de veículo, não é?
As principais corridas disputadas atualmente são as seguintes.
Trata-se do Campeonato Mundial de Motovelocidade, a principal competição de motos de corrida do mundo.
Os melhores e mais bem pagos pilotos do planeta correm nesse campeonato.
São 24 pilotos, divididos em 12 equipes, que correm 18 grandes prêmios em pistas espalhadas pelo mundo.
No final da temporada, o piloto que conseguir mais pontos por suas colocações é o grande campeão do Moto GP.
O Campeonato Mundial de Superbike conta com 26 pilotos, e a temporada possui 13 etapas em pistas ao redor do mundo.
É parecida ao Moto GP, com a grande diferença que, enquanto na competição de que falamos antes as motos são desenvolvidas especialmente para as pistas, as motocicletas do Superbike são as mais próximas possível das que estão na rua.
Não é exagero dizer que o Isle of Man Tourist Trophy, ou Troféu Turístico da Ilha de Man, é uma competição mortal.
Trata-se de um circuito de 60 quilômetros em rodovias da pequena ilha situada entre a Irlanda e a Grã-Bretanha.
Ao contrário das competições anteriores, essa não é disputada em um local com segurança controlada, caso dos autódromos.
A prova, realizada anualmente, até já integrou a temporada do Moto GP, mas há muitas décadas deixou de fazer parte por questões de segurança.
Afinal, o trajeto passa por vilarejos e montanhas. Há obstáculos como a guia da calçada, postes, tampas de bueiro e desníveis no asfalto.
Por conta disso, como você já pode imaginar, a lista de vítimas dessa corrida mortal é extensa.
Além da Kawasaki Ninja H2R, que mencionei anteriormente como a moto de corrida mais rápida do mundo, há outros modelos muito velozes, que são vendidos comercialmente. Alguns dos principais você confere agora.
É fácil de compreender o amor pelas motos, pois a sensação de andar em uma motocicleta de alto desempenho é incomparável.
O que pedimos é que tenha o mesmo carinho também pela sua vida. Não apenas sua, mas das demais pessoas que integram o trânsito.
Usar a capacidade total de uma moto de corrida em uma via pública é, além de infração gravíssima que resulta na suspensão da CNH, muito perigoso.
Então, se você quer realmente explorar todo o potencial do veículo, procure, na sua região, onde há uma competição de motovelocidade amadora e inscreva-se.
Nas ruas, mesmo em baixa velocidade, jamais ande sem o capacete. Além de obrigatório, é fundamental para proteger sua cabeça.
Não é apenas a falta do capacete e o limite de velocidade que devem ser respeitados.
O Código de Trânsito Brasileiro traz dezenas de outras infrações que valem tanto para carros quanto para motos.
Para não perder a habilitação, procure respeitar essas regras e ser um bom piloto. Ou melhor, um bom condutor.
Ainda tem dúvida sobre as características de uma moto de corrida ou sobre a legislação de trânsito? Entre em contato, ou deixe um comentário abaixo.
Referências:
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