Dirigir sob más condições na pista em decorrência de chuvas ou neblinas, por exemplo, é sempre perigoso. Há pessoas que não veem problemas, pois nunca passaram por uma situação de risco. Já outras não se arriscam a dirigir quando a pista estiver molhada, independentemente da intensidade da névoa ou da chuva.
Porém, passar por uma situação de derrapagem ou aquaplanagem representa alto risco de acidente, sempre havendo, contudo, meios de evitar que essas situações acabem resultando em sinistros.
Para evitar que acidentes aconteçam por meio da tomada das atitudes certas em uma pista molhada, é importante que você saiba exatamente o que acontece quando seu carro derrapa ou aquaplana.
Dessa forma, neste artigo, apresentarei a você o que é uma aquaplanagem e uma derrapagem e o que faz com que o condutor perca o controle sobre o veículo nessas duas situações.
Apresentarei também precauções para que o veículo não derrape nem aquaplane ao trafegar sobre uma pista molhada e dicas sobre o que fazer quando você se der conta de que não tem mais o domínio do seu carro em função de uma aquaplanagem ou derrapagem.
Por meio das dicas e precauções, é possível estar mais preparado para enfrentar essas situações, que podem acabar causando graves sinistros no trânsito. Estar atento e precavido pode fazer com que você evite acidentes causados pela pista molhada.
Ainda que haja grande variabilidade de causas de acidentes que ocorrem nas estradas brasileiras, o número de acidentes que tem como causa específica a pista escorregadia é bastante elevado.
Segundo dados disponibilizados pela Polícia Rodoviária Federal, no ano de 2018, de janeiro a abril, 4,33% dos acidentes foram registrados como sendo causados por pista em condição propícia para deslizamento.
No ano de 2017, houve um total de 4248 acidentes motivados pela pista escorregadia, que representa 4,74% dos acidentes registrados no País durante o ano.
Como você pode ver, ainda que a maioria dos motoristas saiba o quanto pode ser perigoso dirigir sem cautela em pistas molhadas, o número de acidentes causados por deslizamento de veículo na pista não mudou muito de um ano para o outro.
Certamente, outros fatores diversos acabam por contribuir para que, em uma pista molhada, ocorram acidentes. Contudo, há algumas precauções que você pode tomar, ao necessitar dirigir em uma via molhada, para evitar que acidentes aconteçam.
Essas precações estão ligadas tanto ao entendimento dos processos de derrapagem e aquaplanagem de veículos, para que possam ser contornados pelo condutor, quanto à manutenção dos pneus do veículo.
É bastante importante que o responsável não permita a circulação do veículo quando os pneus já não apresentarem mais os sulcos, necessários à aderência ao solo.
Além do risco de derrapagem e aquaplanagem, conduzir com os pneus carecas pode gerar problemas com a fiscalização, já que se constitui como infração trafegar com veículo em mau estado de conservação, que inclui todas as partes do carro, inclusive as rodas.
Essa infração está listada no Artigo 230 do Código de Trânsito Brasileiro e pode gerar, ao condutor, uma multa grave no valor de R$195,23 e 5 pontos na carteira de habilitação.
Por isso, conservar em bom estado as rodas dos veículos pode ser uma das saídas para a redução dos acidentes gerados por aquaplanagem e derrapagem, além de evitar que o motorista responsável pelo veículo acabe sendo multado.
A manutenção das rodas somada ao entendimento dos processos que levam o carro a derrapar ou aquaplanar são, dessa forma, métodos eficazes para a redução do índice de acidentes em pista molhada.
É bastante comum, principalmente em rodovias com trechos longos e planos, o acúmulo das chamadas “lâminas de água” sobre a pista. Esse tipo de acúmulo faz com que, em casos em que o veículo anda a uma velocidade mais elevada - acima de 80km/h – possa haver a perda do contato dos pneus com o solo.
Para dias em que a pista não está molhada, essa velocidade é considerada comum e adequada para o tráfego. Contudo, em dias de chuva, é um dos maiores causadores da aquaplanagem.
O que leva à aquaplanagem de um veículo é a impossibilidade da passagem da água acumulada na pista pelos sulcos dos pneus, fazendo com que o carro fique, literalmente, sobre a água.
A aquaplanagem, apesar do nome, que remete à água, e de acontecer mais comumente em vias com acúmulo de chuva, também pode acontecer com lama.
Nas situações em que a aquaplanagem ocorre sobre a lama, há o deslizamento do veículo, fazendo com que o condutor perca a capacidade de controlar o veículo pela movimentação do volante.
A aquaplanagem sobre lama pode acontecer tanto em vias pavimentadas, nas quais haja o acúmulo do barro, quanto em estradas sem nenhum pavimento, que podem se tornar lisas pelo efeito da água da chuva no cascalho.
Viajar com chuva nem sempre é algo que se pode evitar, assim como ter de trafegar em uma pista em que há a formação de um lençol d’água.
Contudo, caso você seja pego pela chuva no meio de uma viagem, ou não tenha como aguardar que a pista esteja mais seca para trafegar com mais tranquilidade, algumas atitudes e fatores podem impedir que o veículo deslize sobre a água.
Como já citei antes, a velocidade de tráfego, por inúmeros motivos, deve ser reduzida em dias chuvosos. Andar em uma velocidade próxima ao limite pode tornar perigosa a viagem em dia de chuva de inúmeras formas, e uma delas é pela diminuição da fixação das rodas no solo, que pode resultar na aquaplanagem.
Por isso, uma das primeiras atitudes para evitar riscos em uma pista molhada é diminuir a velocidade. Uma velocidade reduzida sempre será sinônimo de maior segurança para realizar uma viagem.
Outra forma de evitar com que um lençol d’água possa fazer os pneus do veículo perderem o contato com a pista é a manutenção das rodas e dos próprios pneus.
Pneus muito gastos podem fazer com que o veículo aquaplane facilmente, pois não possuem mais os sulcos pelos quais a água pode cruzar para que não seja perdida a aderência ao solo.
Por isso, quanto mais gastos os pneus estiverem, mais cuidado você deve ter ao trafegar em uma pista pavimentada em dias de chuva.
Estar com as rodas alinhadas também pode evitar uma aquaplanagem. Se alguma das rodas do veículo estiver desalinhada com as demais, mesmo que levemente, pode acabar perdendo o contato com a via ao cruzar sobre locais com acúmulo de água.
Dessa forma, além da boa conservação dos pneus, o alinhamento das rodas também faz a diferença para que uma aquaplanagem seja evitada.
Embora você tome todos os cuidados que citei, é possível que venha a passar por uma situação de aquaplanagem. Contudo, fiquei tranquilo, pois, se você souber controlar seu veículo da maneira certa, não correrá nenhum risco de acidente.
Aquaplanar é sempre um susto, ainda mais para motoristas recém-habilitados, mas, em primeiro lugar, é preciso manter a calma, ainda que você seja pego de surpresa.
Quando, estando no volante, você sentir que o carro está fazendo força contra a água, fique atento. Se, de repente, ele parecer deslizar, não atendendo mais aos seus comandos de direção, tente não frear o veículo, nem torcer a direção para nenhum dos lados.
Frear o veículo ou torcer a direção é que faz com que haja acidente quando as rodas voltam a aderir à pista. Se não houver frenagem nem torção do volante, o veículo começará a perder a velocidade aos poucos e, ao tocar na pista, você não perderá o controle.
Para saber se o veículo já conseguiu vencer a lençol d’água, mova um pouco volante. Ao sentir que não há mais a força da água parecendo travar as rodas, o carro já está livre da região onde há maior acúmulo de água.
Gostaria de lembrar a você que, por mais que a aquaplanagem seja uma situação que atinge principalmente veículos com 4 rodas, ela também pode acontecer com motocicletas, apesar de ser mais raro.
Para contornar uma aquaplanagem sem prejuízos ao dirigir uma moto, esteja atento à calibragem dos pneus. Estando bem calibrados, os riscos de a motocicleta aquaplanar se tornam bem menores.
Nos casos em que a moto acaba aquaplanando, diferentemente dos veículos com 4 rodas, é indicado que o freio seja acionado. Para realizar a frenagem, esteja bastante atento ao equilíbrio entre a roda traseira e a dianteira, freando progressivamente.
Com uma frenagem gradual e equilibrada, não haverá risco de queda e o piloto poderá saber quando a motocicleta recuperou a aderência ao solo.
A derrapagem, assim como a aquaplanagem, também é o deslizamento do veículo sobre a pista, de modo que ele perca a aderência ao solo e, deixando de rodar, passe a escorregar.
Na derrapagem, não há a planagem sobre a água, mas, sim, um deslizamento, muitas vezes causado pelo óleo deixado pelos veículos que passam e que acaba se diluindo com a água da chuva, tornando a pista escorregadia.
A derrapagem também pode ser causada pelas más condições dos pneus. Quando não possuem mais os sulcos antiderrapantes, basta que haja o contato com uma superfície um pouco mais lisa, como a pista molhada, para que percam a aderência ao solo.
A derrapagem pode acontecer também em pistas secas. Nesse caso, o principal motivo se torna, de fato, as más condições apresentadas pelos pneus do veículo, ainda que, em estradas de chão, a terra solta possa levar o carro a derrapar.
Uma freada brusca também pode fazer com que o carro derrape, pois, ao trafegar em alta velocidade, tentar parar o veículo de uma hora para a outra não faz com que a força de locomoção do veículo seja interrompida, ainda que as rodas parem de rodar sobre a pista.
Dessa maneira, o carro irá simplesmente deslizar, fugindo do controle do condutor.
Como já citei anteriormente, um dos motivos principais para que o carro acabe derrapando é o desgaste dos pneus, que os torna mais lisos e impede que haja aderência à pista quando há o acúmulo de água.
Por isso, para que você evite derrapar com o veículo, mantenha os pneus do carro em dia, não deixando que estejam bastante desgastados para fazer a troca.
Deixar de fazer a troca periódica dos pneus, além de torná-los mais lisos, sem as frisas que impedem o deslizamento, também aumenta os riscos de o pneu estourar com o veículo em movimento, o que também faz com que o carro derrape e possa causar um acidente.
Mas caso você se obrigue a viajar com tempo chuvoso, tendo de enfrentar uma pista molhada, mesmo estando com os pneus do seu veículo um pouco desgastados, é necessário dobrar os cuidados e reduzir a velocidade.
Situações de neblina também devem ser bem observadas pelo condutor, pois, tanto quanto a chuva, a névoa deixa a pista escorregadia. Por isso, esteja atento às derrapagens e tome os devidos cuidados nessas duas situações.
Uma derrapagem sempre exige calma do condutor, por mais que a situação sempre aconteça sem que se espere. O importante, contudo, é não tentar frear bruscamente ou torcer o volante de forma descontrolada.
Se a derrapagem acontecer em curvas, há maneiras diferentes de reverter a situação, que dependerão do tipo de tração do veículo. Caso você não saiba, a forma de torcer o volante muda de acordo com a tração, que pode ser tanto nas rodas traseiras como dianteiras do carro.
Sendo a tração do veículo nas rodas dianteiras, ele tenderá a ir em frente, não fazendo a curva. Nesse caso, gire a direção para dentro da curva e tire o pé do acelerador para que o veículo não seja forçado pela aceleração.
Após girar o volante, deixe o veículo recuperar a aderência e, somente depois disso, volte a acelerar.Se a tração do carro estiver nas rodas traseiras, é com a parte traseira que o veículo resvalará, indo para fora da curva. Nessa situação, gire o volante para fora da curva, também sem acelerar, para que a parte de trás do carro comece a retornar para a parte de dentro da curva.
Da mesma forma, quando o carro já estiver estabilizado e você sentir que possui o controle do volante, estando as rodas novamente aderidas ao solo, poderá recomeçar a acelerar o veículo.
A forma de girar o volante em uma derrapagem não serve somente para a perda de controle do veículo em curvas, mas também para outras situações de derrapagem.
Mesmo em trajetos retilíneos, utilizar a técnica de girar o volante para o mesmo lado para que o veículo se dirige ao derrapar é uma das formas de retomar seu alinhamento.
Quando a tração do veículo for nas quatro rodas e, por isso, pneus dianteiros e traseiros derraparem ao mesmo tempo, é aconselhado que não seja feita a tentativa de frenagem.
Para o deslizamento nas quatro rodas, você deve soltar o freio e acionar a embreagem para que haja a possibilidade de recuperar o domínio do veículo.
Quando há uma derrapagem nas quatro rodas, voltar a ter controle do veículo se torna mais difícil, já que ele desliza sem perder a velocidade. Por isso, aconselha-se que seja segurado o volante firmemente de forma que o veículo siga em frente até diminuir a velocidade.
A derrapagem para motocicletas, assim como nos casos de aquaplanagem, pede que haja a frenagem suave e gradual.
Segurar o guidão para a direção em que se deseja ir, quando há a derrapagem pela roda de trás, também é uma opção para tentar reequilibrar a motocicleta e evitar que haja queda.
Tentar deixar a motocicleta sempre em pé também é importante, ainda que você tenha que mexer o guidão para alinhar a moto na direção em que ela deve seguir. Ao movimentar o volante, não permita que a motocicleta se incline para os lados.
Se for possível, o motociclista também deve manter o aceleramento da moto constante. Dessa forma, é possível evitar a instabilidade, que pode facilitar a queda.
Neste artigo, você pôde saber um pouco mais sobre a derrapagem e a aquaplanagem, às quais qualquer condutor que dirige em vias molhadas está sujeito.
Mostrei a você os índices de acidentes que ocorrem no País em decorrência da pista molhada, que leva a situações como as em que o carro derrapa ou aquaplana.
Você ficou sabendo também o que é exatamente cada uma dessas situações e como o veículo pode acabar perdendo o controle por derrapar ou aquaplanar.
Como você viu, em ambas as situações, o motorista se vê impedido de dominar o volante do carro, apesar de se tratarem de acontecimentos distintos.
Por isso, para lidar com uma situação de aquaplanagem e de derrapagem, as atitudes serem tomadas para evitar acidentes são um pouco distintas, visando manter o veículo em posição segura na pista para que não acabe colidindo com outros carros, por exemplo.
De acordo com o apresentado, o essencial é que o condutor mantenha a calma para que possa fazer as manobras necessárias ao realinhamento do veículo.
Em uma situação de perda de controle do carro, a primeira reação é sempre pisar no freio. Contudo, o alerta é de que não seja feita a tentativa de parar o veículo, pois, se o carro volta a tocar o solo repentinamente, há grande risco de acidente.
Em ambos os casos, você deve focar no alinhamento do veículo, para que, ao recuperar a aderência, ele possa prosseguir sem colidir com outros carros ou com o que estiver ao redor da pista.
Infelizmente, não se pode prever quando o veículo irá derrapar ou aquaplanar, pois nem toda pista molhada gera essas situações.
Contudo, ao dirigir com chuva ou neblina, lembrar da forma certa de agir caso você se veja perdendo o domínio do seu carro pode evitar que os índices de acidentes por pista molhada se tornem ainda mais elevados.
O que achou das dicas para contornar as duas situações de risco em pista molhada? Se gostou das informações deste artigo, compartilhe-as com seus amigos e deixe seu comentário.
Referências:
Aproveite para compartilhar clicando no botão acima!
Esta página foi gerada pelo plugin
Visite nosso site e veja todos os outros artigos disponíveis!