Com tantos dispositivos eletrônicos que os automóveis modernos possuem, a bateria do carro nunca foi tão importante e tão exigida quanto é hoje.
Como proprietário de um veículo, você não é obrigado a saber do que ela é feita e como ela funciona.
Mas ter esse conhecimento ajuda a entender melhor a importância desse item, economizar e evitar imprevistos com seu veículo.
Dessa forma, você terá uma melhor noção de como fazer bom uso da bateria do carro e da necessidade de conservá-la.
Se você não sabe nada sobre o assunto, está no lugar correto, pois nesse artigo falaremos sobre tudo isso.
Depois, você poderá navegar por outros artigos de nosso site e aprender sobre outras questões relacionadas à elétrica e mecânica do veículo.
Procurar informações desse tipo pode parecer sem sentido para alguns, que apenas largam seus carros na oficina quando há algum problema e esquecem.
No entanto, há muitas vantagens em adquirir esses saberes.
A primeira é a maior segurança, no caso de ficar empenhado devido ao mau funcionamento de alguma função do veículo.
A segunda é o bolso.
O proprietário que não cuida bem de seu automóvel gastará mais dinheiro com manutenções.
E aquele que não entende nada de elétrica e mecânica de veículos poderá ser facilmente enganado por um mecânico que sugere a troca de uma peça que está em boas condições, por exemplo.
E ainda ficará mais suscetíveis a algumas multas de trânsito por não estar com o veículo nas condições ideais.
Mas vamos falar de uma coisa por vez.
Boa leitura!
Antes de explicar o seu funcionamento, será que você saberia responder o que é a bateria do carro?
Você consegue explicar com palavras, contextualizar?
Fazer esse exercício é interessante, pois dá um ponto de partida legal para começarmos a falar desse importante componente.
Sabemos que a função de uma bateria, seja de um automóvel, celular ou relógio, é proporcionar energia ao aparelho.
A partir daí, podemos dizer que a bateria do carro é um acumulador de energia.
Ela é armazenada sob uma forma química, e é transformada em energia física quando necessário.
A bateria não é a energia, mas contém energia, que não é infinita.
Por isso, ela precisa ser recarregada.
Afinal, as leis da Física dizem que é impossível existir um moto-contínuo, ou seja, uma máquina cujo próprio movimento gere energia suficiente para deixá-la sempre em funcionamento.
A bateria do carro é composta por várias placas de chumbo, com o borne negativo de uma ligado ao borne negativo de outra.
Essas placas são abastecidas por uma solução eletrolítica, composta por ácido sulfúrico.
Quando é dada a partida no automóvel, ocorre uma reação entre essa solução, o óxido de chumbo e o chumbo esponjoso.
Da reação, surge a corrente elétrica.
O que acontece é que, nesse processo, a solução eletrolítica perde parte do ácido sulfúrico de sua composição.
Desse modo, a energia terminará, a não ser que a bateria seja recarregada.
É aí que entra o alternador.
Trata-se de um componente que transforma a energia mecânica em elétrica.
A fonte energética do alternador é o combustível que faz o motor do automóvel funcionar.
O resultado é a geração de uma corrente elétrica contínua para alimentar a bateria do carro, que faz com que a concentração de ácido sulfúrico na solução eletrolítica aumente.
Como uma das funções da bateria é, a partir da ignição, causar a faísca que liga o motor, temos uma situação interessante.
A energia química da bateria é transformada em energia elétrica, que produz a faísca e permite a combustão interna no motor, a partir da mistura do combustível com o oxigênio.
A partir daí, é produzida a energia mecânica, que move o alternador e resulta, novamente, em energia elétrica para carregar a bateria.
Está achando interessante esse papo?
Para saber ainda mais sobre a bateria do carro, separamos alguns fatos interessantes sobre ela.
Caso você deseje informações de maior utilidade prática para o proprietário do veículo, não se preocupe, porque alguns desses fatos trazem justamente isso.
Confira!
Ok, você já entendeu que a bateria do carro serve para armazenar energia.
Mas qual é a utilidade dessa energia?
A principal já mencionamos acima: dar a partida no veículo.
Isso é possível graças à vela de ignição.
Trata-se de um dispositivo elétrico que é encaixado na cabeça do cilindro de um motor de combustão interna, utilizado na maioria dos automóveis.
A vela possui um eletrodo central, que recebe uma corrente elétrica advinda da bateria e gera uma centelha, a faísca que mencionamos antes.
Ela é suficiente para provocar a explosão da mistura entre oxigênio e o combustível, o que faz o pistão se mover e, consequentemente, colocar as rodas do veículo em movimento.
Permitir que o motor comece a funcionar é apenas uma das funções da corrente elétrica gerada pela bateria.
Todos os sistemas eletrônicos do veículo dependem da bateria para funcionarem.
Em outros tempos, isso significava no máximo vidros elétricos, luzes, rádio e travas elétricas.
Hoje, carros modernos têm inúmeras funcionalidades que dependem da bateria para dar maior conforto, conveniência, segurança e dirigibilidade.
Alguns exemplos:
Computador de bordo;
GPS;
Central multimídia;
Piloto automático;
Regulagem automática dos faróis;
Desembaçadores de vidros;
Comando para abertura de porta-malas;
Bancos elétricos;
Aquecimento de banco;
Espelhos retrovisores eletrocrômicos;
Sensores de estacionamento;
Teto-solar.
Isso sem contar tecnologias se apoio elétrico para algumas funções do motor, que muitas vezes o condutor nem sabe que estão em funcionamento.
Percebeu que a lista é grande?
Quanto maior o luxo do carro, mais funções dependem da bateria.
Mas mesmo um carro mais simples conta com várias das funcionalidades que listamos acima.
As baterias de automóveis são produzidas, em sua maioria, com chumbo, material conhecido pelo símbolo Pb na tabela periódica.
Na realidade, tratam-se de placas de chumbo metálico (sem combinação com outros elementos) intercaladas de placas de chumbo revestidas com óxido de chumbo IV (PbO2).
Conforme explicamos anteriormente, a bateria é mergulhada em uma solução de água com ácido sulfúrico (a composição é H2SO4).
Por conta disso, a bateria do carro também é chamada de bateria de chumbo-ácido.
Trata-se de um componente grande e pesado.
Sua composição proporciona vantagens em relação a outros tipos de bateria: alta voltagem, baixo custo de manutenção e longa durabilidade.
Se você se gosta de química, pode achar interessante a explicação do site Mundo Educação sobre as reações provocadas pela interação dos componentes que acabamos de mencionar.
Nas placas de chumbo metálico ocorre oxidação, a partir da seguinte semirreação no polo negativo: Pb +HSO41-+ H2O ↔ PbSO4 + H3O1+ + 2e-
As placas revestidas com PbO2 recebem os elétrons perdidos na semirreação anterior, ocasionando a seguinte semirreação no polo positivo da bateria: PbO2 + HSO41-+ 3H3O1+ + 2e-↔ PbSO4 + 5 H2O
Por fim, é gerada a energia elétrica a partir da energia química com a soma das equações parciais.
Acontece a reação global seguinte: Pb + PbO2 + 2 HSO41-+ 2 H3O1+↔ 2 PbSO4 + 4 H2O
Lembra quando listamos algumas funcionalidades do automóvel que utilizam a energia elétrica armazenada na bateria?
Você pode usar qualquer uma daquelas funções com o carro (motor) desligado.
Basta girar a chave, mas não até o fim, sem dar a partida.
Atenção: o ar condicionado não é uma dessas funções, pois, apesar de os modelos mais modernos possuírem sistemas elétricos para o controle da temperatura, ele funciona a partir do motor.
Mas será possível ligar os faróis e luzes internas, abrir e fechar os vidros elétricos e, claro, ligar o aparelho de som.
O que acontece é que isso irá descarregar a bateria do carro em uma velocidade muito maior do que você imagina.
Ela é feita para gerar uma alta voltagem, mas por pouco tempo.
Uma situação muito comum é o motorista sair do carro e esquecer os faróis ligados (veículos mais novos têm avisos sonoros para isso, ou desligam automaticamente).
Ou então, mais frequente ainda, é alguém ficar ouvindo o rádio com o veículo estacionado e o motor desligado.
Quando isso é feito durante curtos períodos, não tem problema.
Mas se você ficar horas com o som ligado (ou menos de uma hora se a aparelhagem for potente) e o motor desligado, poderá descarregar completamente a bateria, o que o impedirá de dar a partida.
Uma coisa que pouca gente sabe é que há aparelhos e funcionalidades do automóvel que consomem energia o tempo todo.
Rádio, alarme, central de injeção e outros componentes nunca estão desligados completamente.
Eles utilizam a chamada corrente stand by, que descarregam lentamente a energia da bateria.
O consumo, no entanto, é muito pequeno.
Por isso, se o veículo não vai ficar parado por bastante tempo, não há problemas.
Pois a bateria do carro só precisa ter energia suficiente para dar a partida, depois o alternador se encarrega de reabastecê-la, com o motor em movimento.
Mas se o automóvel ficará parado por mais de três semanas – se você sair para viajar, por exemplo – o ideal é desligar o cabo do terminal positivo para evitar a descarga.
Aparelhos que não tenham sido instalados de fábrica ou recomendados pelos fabricantes podem consumir a energia mais rapidamente.
Afinal, não foram testados e analisados quanto à sua corrente de fuga e, por isso, podem não ser adequados ao veículo.
Pior ainda se forem instalados de modo amador por uma pessoa sem o devido cuidado e conhecimento.
E se você estiver em uma situação em que, por algum dos motivos que apresentamos nos itens anteriores, a bateria descarregar e não for possível dar a partida?
Imagine que você deixou o seu veículo estacionado, esqueceu o rádio ligado e só voltou horas depois.
Ao girar a chave do carro, nada. O que fazer?
A solução mais comum é fazer uma ligação direta entre duas baterias, uma operação que é chamada no jargão popular de “chupeta”.
Se você nunca fez isso, é bom ler com atenção, para não correr o risco de danificar a parte elétrica de seu veículo.
Você vai precisar de dois cabos, aqueles cujas pontas se assemelham a alicates. Um tem a cor vermelha e o outro é preto.
Caso você não possua esses cabos no seu estepe, veja com o porteiro ou zelador de algum prédio próximo se ele possui.
Certifique-se de que eles estão em bom estado, sem emendas ou partes descascadas.
Para fazer a chupeta, será necessário conectar esses cabos a uma outra bateria.
A capacidade dela precisa ser a mesma da que possui a bateria do seu automóvel, ou então, a auxiliar precisa ter amperagem maior.
Certifique-se que as carrocerias não estão se tocando e desligue todos os equipamentos eletrônicos dos dois veículos.
Com o cabo de cor vermelha, conecte os polos positivos, primeiro fixando-o na bateria auxiliar.
Depois, faça o mesmo com o cabo preto e os polos negativos.
Tenha todo o cuidado para não tocar o polo errado com ambos os cabos.
Agora, basta dar a partida no carro em que a bateria está descarregada.
Se ele não der a partida, tente mais no máximo quatro vezes.
Se não der certo, é porque o problema é outro.
Caso o problema realmente seja bateria arriada e a conexão tenha sido feita corretamente, o veículo vai ligar.
O alternador será acionado para terminar de carregar a bateria do carro, então, já é possível remover os cabos e seguir viagem.
Não se sente seguro para realizar essa operação e não tem ninguém que possa lhe ajudar? O melhor é ligar para o seguro ou chamar um guincho.
Se você passou por uma situação como essa do tópico acima, a chupeta é um método paliativo, ou seja, serve para o momento, mas não resolve totalmente a questão.
Mesmo que o alternador comece a rodar para abastecer a bateria do carro, isso não é suficiente.
Isso porque o alternador não tem potência para carregá-la com carga plena após uma descarga total.
O ideal é deixar o carro descansando, totalmente desligado, e a bateria recebendo uma carga lenta – pode demorar até 24 horas – e solitária.
Isso pode ser feito em uma oficina mecânica, com carregadores de bateria que servem justamente para isso.
Mesmo que seja completamente carregada em uma oficina mecânica, isso não significa que a bateria do carro vai durar para sempre.
A vida útil da bateria de um automóvel costuma ser de mais ou menos 3,5 anos.
Mas não é uma regra, pois isso depende muito do uso que se faz do veículo.
Episódios de descarga total, por exemplo, abreviam bastante o tempo em que ela funcionará bem.
Outros fatores que influenciam é a distância média feita em cada trajeto, frequência com que o carro é ligado, quantidade de aparelhos eletrônicos e frequência de uso, regularidade das revisões no sistema elétrico e temperatura externa média do ambiente em que o automóvel circula.
Podemos dizer que, ao contrário de muitos outros componentes do veículo, quanto mais o carro é usado, maior é a vida útil da bateria.
Se ele não fica muito tempo parado e o trajeto médio percorrido não é curto demais, o alternador estará sempre funcionando para deixar a bateria sempre carregada.
Quando o carro começa a não ligar de primeira e você notar as luzes do farol irregulares, esses podem ser sinais de que a bateria está nas últimas.
Antes de comprar uma nova, leve o veículo a um mecânico elétrico de confiança para testar a sua voltagem.
Se a bateria for nova, o problema pode estar no alternador.
A situação inversa da bateria descarregada também deve ser averiguada e corrigida: a sobrecarga.
Como o próprio nome já explica, a bateria está sobrecarregada quando está com mais energia do que deveria ter.
Quase sempre o problema se origina com uma pane no regulador eletrônico de tensão.
Ele tem como função gerenciar a voltagem enviada pelo alternador do veículo à bateria.
Geralmente, admite-se uma tensão um pouco acima dos 12V.
Mas se ela passa demais desse valor, ocorre a sobrecarga.
Um possível sintoma que pode alertar o proprietário quanto ao problema é faróis queimando sem nenhum motivo aparente.
As consequências da sobrecarga podem ser bem piores: danos em qualquer um dos vários sistemas eletrônicos do veículo.
Deixar a bateria descarregar pode ser uma das origens do problema, pois isso fará o alternador trabalhar dobrado e enviar correntes de grande amperagem à bateria, ocasionando a carga excessiva.
No mercado, existe um tipo de bateria que exige manutenção.
Ela consiste na colocação de uma solução de água destilada.
Cuidado para nunca encher demais o compartimento.
Pois o líquido estará misturado com o ácido sulfúrico e, caso houver vazamento, ele poderá corroer as demais peças do automóvel.
Da mesma forma, o nível do líquido nunca pode estar muito baixo, pois isso dificulta a recarga e pode acabar destruindo as placas da bateria.
Carros modernos utilizam a bateria do tipo selada, que não exige essa reposição.
Se não for o caso do seu, cheque o nível da solução de 15 em 15 dias.
Quanto maior o número e o uso de equipamentos eletrônicos do veículo, mais frequente deve ser a manutenção.
Não é recomendável ficar mais de três meses sem repor a água.
Nos próximos anos, a bateria do carro ganhará cada vez mais destaque. Isso porque a tendência é que os veículos elétricos se tornem cada vez mais populares.
Afinal, os motores mais usados atualmente funcionam principalmente a partir da combustão de combustíveis fósseis, que são finitos, não renováveis.
É claro que existe também o etanol, fabricado a partir da cana-de-açúcar, um combustível renovável.
Mas sua eficiência é menor, e é preciso cultivar grandes áreas do vegetal para a sua produção, de modo que, no final, não é uma alternativa tão sustentável assim.
Por conta disso, é quase consenso que o futuro está nos carros elétricos.
Em vez do motor a combustão, o que faz as rodas girarem é a energia armazenada dentro de suas baterias.
Nesses veículos, não é preciso abastecer o tanque de combustível com gasolina, álcool ou diesel, mas sim plugar o veículo em uma tomada.
É claro que se trata de um tipo de bateria muito diferente dessa de que falamos até aqui.
Trata-se de uma tecnologia mais avançada. Por isso, o custo de um carro elétrico ainda é muito alto.
Mas espera-se que, com o passar dos anos, os preços diminuirão, popularizando cada vez mais esse tipo de automóvel.
Uma alternativa que tem um pouco mais a ver com o que explicamos nesse texto são os carros híbridos.
Eles possuem um motor que funciona com combustível e outro elétrico, que funciona a partir de uma bateria carregada pelo primeiro.
O automóvel híbrido não precisa ser carregado em uma tomada, pois seu motor elétrico funciona apenas a partir da energia gerada pelo motor a combustão.
Depois de ler tudo isso, você provavelmente aprendeu muita coisa que não sabia sobre a bateria do carro, não é mesmo?
A partir de agora, tome providências para aumentar a vida útil da bateria de seu veículo.
Evite deixar algum equipamento eletrônico do automóvel funcionando quando o motor estiver desligado.
Isso vale para os faróis, as luzes internas, o aparelho de som e a central multimídia, se ele tiver uma.
Ao sair com o carro, procure trafegar por pelo menos 20 minutos de média, para que dê tempo de o alternador carregar completamente a bateria.
E procure não ficar com o carro parado por muitos dias sem ligar.
Caso aconteça um episódio em que a bateria fique completamente descarregada, lembre-se de que a chupeta é uma solução que serve apenas para você não ficar empenhado.
Depois dela, procure uma auto elétrica para dar uma carga completa – que pode durar até 24 horas –, com o veículo totalmente desligado.
Ainda tem dúvidas sobre a bateria do carro?
Então, entre em contato conosco ou deixe um comentário abaixo com a sua pergunta.
Referências:
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